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AULA 04_Filosofia_da_Religiao_II.pdf

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<strong>AULA</strong>: 01<br />

PLOTINO E PROCLO:<br />

SUPERAÇÃO DO DUALISMO<br />

METAFÍSICO DE PLATÃO E<br />

ARISTÓTELES<br />

Desde o primeiro pensador grego, o grande<br />

problema era explicar e fun<strong>da</strong>mentar a<br />

multiplici<strong>da</strong>de e as constantes transformações dos<br />

entes de nosso mundo sensível. Os pré-socráticos<br />

buscavam a ‘arqué’, o fun<strong>da</strong>mento último ou o primeiro princípio que unificaria e, ao<br />

mesmo tempo, justificaria a multiplici<strong>da</strong>de e as incessantes transformações de todos os<br />

entes do universo.<br />

Platão, para <strong>da</strong>r uma resposta racional a essas intrigantes questões, postulou o mundo<br />

supra-sensível <strong>da</strong>s ‘Formas’ ou ‘Idéias’. Ca<strong>da</strong> forma unifica a multiplici<strong>da</strong>de dos entes de<br />

uma determina<strong>da</strong> espécie. Assim, por exemplo, a forma ‘Arvore’ unifica o número<br />

incontável de árvores concretas existentes em nosso planeta. Essas são cópias <strong>da</strong>quela: o<br />

deus Demiurgo, tendo em suas mãos a matéria eterna do caos e tendo como paradigma<br />

(modelo) as Formas, ‘fabricou’ ca<strong>da</strong> um dos entes sensíveis. As Formas têm o ver<strong>da</strong>deiro<br />

ser e consistência, pois elas subsistem por si mesmas e são imóveis, eternas, perfeitas.<br />

Dessa forma, podemos também entender porque as coisas de nosso mundo sensível<br />

estão em perpétua transformação; embora existam, quase não possuem ser.<br />

Mas, a despeito de as Formas resolverem o problema <strong>da</strong> multiplici<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s coisas<br />

terrestres, no mudo supra-sensível, contudo, como há um número incontável de Formas<br />

diferentes, a multiplici<strong>da</strong>de se instala de novo. Por isso, Platão coloca acima do mundo<br />

inteligível o co-princípio Uno-díade, a fim de fun<strong>da</strong>r tanto a uni<strong>da</strong>de como a multiplici<strong>da</strong>de<br />

dessas reali<strong>da</strong>des espirituais. Essa é a solução que Platão deu com vistas a justificar a<br />

questão <strong>da</strong> multiplici<strong>da</strong>de e movimento dos entes do cosmos.<br />

Aristóteles também, para fun<strong>da</strong>r e justificar a multiplici<strong>da</strong>de dos entes sensíveis, busca o<br />

princípio último ou causa primeira, a substância última, o ser derradeiro ou o ‘divino’. Ao<br />

claudiordutra@hotmail.com<br />

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