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AULA 04_Filosofia_da_Religiao_II.pdf

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<strong>da</strong> doutrina cristã. Suas obras são duas Apologias – contra os pagãos – e um Diálogo com<br />

o judeu Trifão – contra os hebreus. Escreveu suas obras em meados do segundo século.<br />

Justino procura a uni<strong>da</strong>de, a conciliação entre paganismo e cristianismo, entre filosofia e<br />

revelação. E julga achá-la, primeiro, na crença de que os filósofos clássicos –<br />

especialmente Platão – dependem de Moisés e dos profetas, depois na doutrina famosa<br />

dos germes do Verbo, encarnado pessoalmente em Cristo, mas difundidos mais ou menos<br />

em todos os filósofos antigos.<br />

Vamos, a seguir, ver dois textos, do apologeta Justino de Roma, tirados de sua obra “<strong>II</strong><br />

Apologia Diálogo com Trifão ”, S. Paulo: Paulus, 1995 , a fim de perceber como ele<br />

concebia o ato de filosofar.<br />

Ao interlocutor que lhe perguntou o que era a filosofia para ele, Justino respondeu:<br />

- Vou te dizer o que é claro para mim. De fato, a filosofia é o maior e o mais precioso bem<br />

diante de Deus, para o qual somente ela nos conduz e nos associa. Na ver<strong>da</strong>de, santos<br />

são aqueles que consagram à filosofia a própria inteligência. No entanto, o que seja a<br />

filosofia e o motivo pelo qual ela foi envia<strong>da</strong> aos homens muitos a ignoram, pois do<br />

contrário não existiriam platônicos, nem estóicos, nem teóricos, nem pitagóricos, sendo ela<br />

uma única ciência. Quero explicar porque ela passou a ter muitas cabeças. A questão é<br />

que aos primeiros que a ela se dedicaram e se tornaram famosos em sua profissão,<br />

seguiram outros que não fizeram mais nenhuma investigação sobre a ver<strong>da</strong>de. Ao<br />

contrário, levados pela admiração <strong>da</strong> constância, do domínio de si e <strong>da</strong> rari<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

doutrinas de seus mestres, só aceitaram, como ver<strong>da</strong>de, o que ca<strong>da</strong> um tinha deles<br />

aprendido. Então, transmitindo a seus sucessores doutrinas semelhantes às primitivas,<br />

ca<strong>da</strong> escola tomou o nome <strong>da</strong>quele que foi o pai <strong>da</strong> doutrina.<br />

Justino parece querer nos dizer que a filosofia não é simplesmente a repetição do que os<br />

mestres já pensaram, mas é pesquisa contínua, é questionamento.<br />

26<br />

claudiordutra@hotmail.com

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