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3º Ano - Centro de Referência Virtual do Professor

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PRÁTICA PEDAGÓGICA<br />

TRABALHANDO COM CORDEL<br />

A literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l é um tipo <strong>de</strong> poesia popular, originalmente oral, e <strong>de</strong>pois impressa<br />

em folhetos rústicos expostos para venda pendura<strong>do</strong>s em cordas ou cordéis, o que <strong>de</strong>u<br />

origem ao nome. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustra<strong>do</strong>s com<br />

xilogravuras, o mesmo estilo <strong>de</strong> gravura usa<strong>do</strong> nas capas. As estrofes mais comuns são<br />

as <strong>de</strong> <strong>de</strong>z, oito ou seis versos. Os autores, ou cor<strong>de</strong>listas, recitam esses versos <strong>de</strong> forma<br />

melodiosa e ca<strong>de</strong>nciada, acompanha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> viola.<br />

A história da literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l começa com o romanceiro luso-espanhol da Ida<strong>de</strong> Média<br />

e <strong>do</strong> Renascimento. O nome cor<strong>de</strong>l está liga<strong>do</strong> à forma <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong>sses<br />

folhetos em Portugal, on<strong>de</strong> são pendura<strong>do</strong>s em cordões, lá chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cordéis.<br />

Inicialmente, eles também contém peças <strong>de</strong> teatro, como as <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Gil Vicente<br />

(1465-1536). Foram os portugueses que trouxeram o cor<strong>de</strong>l para o Brasil, na Segunda<br />

meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX. Hoje muitos folhetos ficam expostos horizontalmente em balcões<br />

ou tabuleiros. Embora seja pouco freqüente, também há criações <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l em prosa.<br />

Esse tipo <strong>de</strong> literatura popular existe também na Sicilia (Itália), na Espanha, no México e<br />

em Portugal. Na Espanha é chamada <strong>de</strong> “pliego <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l” ou “pliegos sueltos” (folhas<br />

soltas). No ano <strong>de</strong> 2007 comemorou-se os 100 anos da existencia da literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l.<br />

Os temas incluem fatos <strong>do</strong> cotidiano, episódios históricos, lendas e temas religiosos. As<br />

façanhas <strong>do</strong> cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio <strong>do</strong><br />

presi<strong>de</strong>nte Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns <strong>do</strong>s assuntos <strong>de</strong> cordéis <strong>de</strong> maior<br />

tiragem. É comum os autores criarem seus versos improvisadamente diante <strong>de</strong> um<br />

acontecimento ou uma pessoa que queiram homenagear. As formas variaram pouco ao<br />

longo <strong>do</strong> tempo.<br />

PROGRAMA DE I NTERVENÇÃO PEDAGÓGICA<br />

No Brasil, a literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l é produção típica <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, sobretu<strong>do</strong> nos esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

Pernambuco, da Paraíba e <strong>do</strong> Ceará. Costuma ser vendida em merca<strong>do</strong>s e feiras pelos<br />

próprios autores. Em outros Esta<strong>do</strong>s, como Rio <strong>de</strong> Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, é<br />

encontrada em feiras <strong>de</strong> produtos nor<strong>de</strong>stinos. Nos gran<strong>de</strong>s centros, já há impressões<br />

mais sofisticadas. Mas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral a produção está em <strong>de</strong>clínio.

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