28.12.2014 Views

Cade o brincar (FINAL).indd - Prefeitura de Santo André

Cade o brincar (FINAL).indd - Prefeitura de Santo André

Cade o brincar (FINAL).indd - Prefeitura de Santo André

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

CADÊ O BRINCAR 87<br />

que alguns <strong>de</strong>les “nasceram do espírito <strong>de</strong> emulação das crianças, que<br />

leva a imitar as atitu<strong>de</strong>s dos adultos...” (Àries, 1978, p.88).<br />

No século XIV, a pintura começa a retratar as crianças envolvidas<br />

com os jogos, <strong>de</strong>stacando-se a bola, a piorra e o cavalo <strong>de</strong> pau, o que<br />

também passa a ter força representativa quanto às “ida<strong>de</strong>s da vida”,<br />

“distinguindo a criança que começa a andar, o menino que gosta <strong>de</strong><br />

correr e o rapaz que exerce a sua habilida<strong>de</strong> nos diferentes jogos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>streza” (Manson, 2002, p.41); todavia, nesse período, as pinturas<br />

com crianças e o brinquedo ainda estavam associados com as questões<br />

religiosas e a moralida<strong>de</strong>. Esse fato é <strong>de</strong>stacado, na Alemanha, pelos<br />

artistas Lucas Cranach e Albrecht Dürer (século XVI).<br />

Já em relação aos primeiros aspectos <strong>de</strong> envolvimento com a<br />

psicologia infantil, por meio dos quadros, a obra do pintor Hans Bol<br />

ilustra um menino nos braços da mãe, segurando um brinquedo.<br />

Por volta <strong>de</strong> 1636, o pintor Abraham Bosse retrata a infância,<br />

ressaltando a inocência da criança em relação às suas brinca<strong>de</strong>iras.<br />

Os pintores holan<strong>de</strong>ses, nesse período, merecem <strong>de</strong>staque, intensificando<br />

suas obras sobre o meio familiar, em que as crianças e seus<br />

brinquedos passam a aparecer <strong>de</strong> forma mais reconhecida.<br />

No século XVIII, surgem pinturas que expressam sentimentos<br />

das crianças e seus brinquedos, como o quadro <strong>de</strong> Greuze, em que<br />

Denis Di<strong>de</strong>rot (1713-1784), gran<strong>de</strong> filósofo do século XVIII, ao<br />

apreciá-lo, percebe sentimentos e expressões, contemplando-o por<br />

meio <strong>de</strong> seus escritos:<br />

Que verda<strong>de</strong>! Que varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tons! E estas rosetas vermelhas,<br />

quem nunca as viu no rosto das crianças quando elas têm frio ou<br />

sofrem dos <strong>de</strong>ntes E estes olhos lacrimosos, estas mãozinhas entorpecidas<br />

e geladas, estes punhados <strong>de</strong> cabelos louros, espalhados<br />

pela testa, <strong>de</strong>sgrenhados; apetece-nos pô-los sob a touca, <strong>de</strong> tal modo<br />

são ligeiros e verda<strong>de</strong>iros... (Di<strong>de</strong>rot apud Manson, 2002, p.333)<br />

As observações <strong>de</strong> Di<strong>de</strong>rot mostram que a percepção sobre a<br />

criança e suas particularida<strong>de</strong>s começa a se manifestar, distinguin-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!