Anais VII SIC - UERN
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<strong>Anais</strong> do <strong>VII</strong> <strong>SIC</strong> 1002<br />
sulfas e o metronidazol. Vale salientar que no ano de 2009 e 2010 foram utilizados medicamentos<br />
de grupos não utilizados em 2008, como as lincosaminas (clindamicina) e os macrolídeos<br />
(azitromicina). Além dos antibióticos, foram utilizados antiinflamatórios não esteróides (74%) e<br />
esteróides (14%), bem como analgésicos (78%).<br />
Dos 20 exames analisados no laboratório, 19 tiveram o S. aureus como bactéria<br />
causadora, correspondendo a uma porcentagem de 41% de todos os exames microbiológicos<br />
realizados pelo laboratório. O antibiograma foi realizado em 95% (n=19) dessas culturas,<br />
verificando-se que 83%( n=15) dos S.aureus submetidos ao teste adquiriram resistência a algum<br />
antibiótico. A aquisição de resistência bacteriana foi mais frequente para o grupo das penicilinas<br />
(Figura 1), corroborando Agudo et al (2011) que descobriram a relação de todas as cepas de MRSA<br />
com resistência cruzada a betalactámicos, apresentando também uma resistência elevada frente à<br />
fluoroquinolonas (94,3%), eritromicina (87,0%), trombamicina (82,9%) e clindamicina (65,3%),<br />
além de todas as cepas serem sensíveis aos glicopeptídeos, diferente do estudo em questão que<br />
apenas uma cepa de S.aureus foi resistente a vancomicina.<br />
VANCOMICINA<br />
120%<br />
100%<br />
80%<br />
60%<br />
40%<br />
20%<br />
0%<br />
2008 2009 2010<br />
CLINDAMICINA<br />
ERITROMICINA<br />
SULFAZOTRIM<br />
P ENICILINA<br />
TETRACICLINA<br />
CLORAFENICOL<br />
CEFALOTINA<br />
AMP ICILINA +<br />
SUBACTAM<br />
AMOXICILINA<br />
Figura 1 – Taxa de resistência antibiótica desenvolvida pelas culturas de acordo com o laboratório de Microbiologia.<br />
O fenótipo de resistência mais comum inclui a resistência a eritromicina, tobramicina,<br />
fluroquinolonas e clindamicina. Em contrapartida, a descrição recente de cepas com sensibilidade<br />
reduzida aos glicopeptídios, drogas de escolha no tratamento de infecções graves, leva a<br />
necessidade de detecção e controle dessas infecções (AGUDO et. al. 2011). Quanto as bactérias<br />
multiresistentes, Betriu et. al. (2011) afirmam que a atividade de alguns antibióticos contra isolados<br />
MRSA tem variado ao longo do tempo.<br />
No estudo realizado por Lisboa et al. (2007), que buscou caracterizar as infecções<br />
ocorridas na UTI, dentre os agentes infectantes encontrados o Staphylococos aureus foi o mais<br />
freqüentemente isolado (43%), sendo que destes 63% eram cepas resistentes à meticilina(MRSA) e<br />
64% eram resistentes a oxacilina. Além disso, Agudo et al. (2011) afirmaram que de todos os S.<br />
aureus isolados, 123 se catalogaram como resistentes à metiliclina (33,5%).<br />
Além de fatores relacionados à antibioticoterapia, ressalta-se a influência de doenças<br />
sistêmicas na evolução do quadro clínico e do paciente. No nosso estudo, 19% (n=21) dos pacientes<br />
eram diabéticos, sendo este um dado relevante, pois de acordo com estudo realizado por Lisboa et<br />
al. (2007), os pacientes que apresentam doenças crônicas (diabetes e cardiopatia isquêmica)<br />
apresentam probabilidade de risco de infecção aumentada em quase sete vezes.<br />
Após discutir os dados dos prontuários e laudos laboratoriais, foi realizada também<br />
consulta ao Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA-SUS), verificando-se que na cidade<br />
de Caicó aumentou o número de culturas para identificação bacteriana, pois em 2008 não houve<br />
nenhuma cultura e apenas 1 antibiograma; em 2009 foram realizadas 35 culturas e 6 antibiogramas;<br />
e em 2010 foram realizadas 137 culturas e 138 antibiogramas. Nacionalmente, houve um aumento<br />
ISBN: 978-85-7621-031-3