Anais VII SIC - UERN
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<strong>Anais</strong> do <strong>VII</strong> <strong>SIC</strong> 1019<br />
PERFIL DA AUTOMEDICAÇÃO EM DOIS BAIRROS DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ,<br />
RIO GRANDE DO NORTE.<br />
Bianca Norrara Costa Gomes da Silva¹; Anne Carolline Lopes Magalhães Nobre de Medeiros 1 ;<br />
Antônio Carlos de Medeiros 2 ; Maria Jocileide de Medeiros Marinho 2 ; Wogelsanger Oliveira<br />
Pereira 3<br />
RESUMO: A automedicação é uma forma comum de auto-atenção à saúde, consistindo no consumo de um produto<br />
com o objetivo de tratar ou aliviar sintomas ou doenças percebidas, independentemente da prescrição profissional. O<br />
estudo objetivou a descrição do perfil da automedicação no município de Mossoró-RN, para tanto foi realizado um<br />
estudo descritivo tipo inquérito populacional domiciliar de uma amostra aleatória simples de dois bairros de maior<br />
densidade populacional e com maior presença de estabelecimentos farmacêuticos, constituindo uma amostra final de<br />
254 domicílios. Como critérios de inclusão foram arrolados indivíduo com idade maior de 18 anos que havia consumido<br />
pelo menos um medicamento nos últimos 90 dias e que utilizava da prática de armazenamento de medicamentos no<br />
domicílio (farmácia domiciliar). A pesquisa foi submetida a aprovação ética (144/10) CEP/<strong>UERN</strong>. A distribuição do<br />
uso de medicamentos não prescritos apresentou associações significantes com o sexo, idade, estado civil, escolaridade e<br />
renda mensal (p>0,05). O número total de especialidades farmacêuticas consumidas foi de 412 medicamentos. i.<br />
Utilizaram exclusivamente medicamentos prescritos por médicos (52%, n=216); ii. Utilizaram medicamentos prescritos<br />
e não prescritos (26%, n=107); iii. Utilizaram exclusivamente medicamentos não prescritos (22%, n=89). Os<br />
medicamentos mais consumidos foram aqueles para o sistema músculo-esquelético (39%). Os resultados desse trabalho<br />
corroboram com a idéia de que a prática da automedicação é bastante difundida no município. Tal característica pode<br />
advir de sistema de saúde pouco estruturado, configurando-se a ida à farmácia como a primeira opção para resolver um<br />
problema de saúde.<br />
PALAVRAS-CHAVES: Automedicação; Farmácias Domiciliares; Prescrição Médica.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A automedicação é uma prática comum nos dias atuais caracterizando-se pela iniciativa<br />
de um doente ou de seu responsável pelo consumo de medicamentos por conta própria na tentativa<br />
de solucionar problemas recorrentes de saúde (Barros et al, 2009; Pioto et al., 2009; Martins et al.,<br />
2011). Ocorre também pelo uso indevido dos mesmos sem a prescrição, orientação ou<br />
acompanhamento do médico (Naves et al., 2010; Mastroianne et al., 2011).<br />
Essa conduta pode ser influenciada pelo compartilhamento de medicamentos entre os<br />
membros da própria família ou do mesmo círculo social, aquisição de medicamentos sem receita,<br />
reutilização de receitas antigas (Martins et al., 2011). Outras causas importantes desse efeito são a<br />
divulgação exagerada de informações na forma de propagandas pela mídia, aumento no número de<br />
medicamentos de venda livre, disponibilidade de remédios em estabelecimentos não farmacêuticos<br />
e a má qualidade na oferta de medicamentos (Naves et al., 2010).<br />
Fatores econômicos, políticos e culturais tem contribuído para o crescimento e a difusão<br />
da automedicação no mundo, tornando-o um problema de saúde pública. Para os países pobres, o<br />
acesso a população aos serviços de atenção formal à saúde é dificultado, e os gastos com a produção<br />
e distribuição de medicamentos essenciais são contidos (Acevedo et al., 1995).<br />
O editor da ANVISA, Gonzalo Vecina Neto reconhece que a questão da prescrição e da<br />
automedicação são desafios para uma cultura como a nossa. Para ele é um processo demorado, que<br />
envolve educação das pessoas e dos profissionais (Portal Educação, 2011). Além da grande<br />
influência da mídia, a automedicação é praticada por pessoas que possuem ínfimas ou nenhuma<br />
informação sobre os medicamentos que utiliza ou que utilizará, e, quando a possuem, a mesma é<br />
inadequada. Há ainda que se voltar para a reutilização de antigas receitas médicas (Loyola Filho et<br />
¹Discente do curso de Enfermagem, Departamento de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem, Campus Central, <strong>UERN</strong>. e-mail:<br />
biancanorrara10@hotmail.com<br />
2 Técnico do Laboratório de Bioquímica, Departamento de Ciências Biomédicas da Faculdade de Ciências da Saúde, Campus Central,<br />
<strong>UERN</strong>. e-mail: medeiroscarl@yahoo.com.br<br />
3 Docente do Curso de Medicina, Departamento de Ciências Biomédicas da Faculdade de Ciências da Saúde, Campus Central,<br />
<strong>UERN</strong>, e-mail: wogel.uern@gmail.com<br />
ISBN: 978-85-7621-031-3