Anais VII SIC - UERN
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<strong>Anais</strong> do <strong>VII</strong> <strong>SIC</strong> 1051<br />
RESPOSTA DO CORTISOL EM MACHOS DO SAGUI-COMUM, Callithrix<br />
jacchus, DECORRENTE DE VARIAÇÕES ESPACIAIS EM AMBIENTE DE CATIVEIRO<br />
Joselena Mendonça Ferreira 1 ; Ana Cláudia Sales Rocha Albuquerque; 2 Nicole Leite<br />
Galvão Coelho 3 ; Maisie Mitchele Barbosa 1 ; Ana Cecília de Menezes Galvão 4<br />
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi investigar a variação nos níveis de cortisol em função de desafios<br />
físicos/ambientais em machos do sagui comum (Callithrix jacchus) para corroborar a validação desta espécie como<br />
modelo animal para estudo de desordens mentais associadas ao estresse. Foram utilizados 5 machos adultos submetidos<br />
a 3 fases experimentais distintas: Fase basal (Fb), os animais permaneceram na gaiola, de tamanho 2x2x1m, durante 28<br />
dias e as coletas de fezes, para dosagem hormonal, foram realizadas em dias alternados. Fase F1 (ambiente novo), os<br />
animais foram transferidos para gaiolas similares as da Fb, onde permaneceram por 7 dias. E a Fase F2 (ambiente novo<br />
com restrição espacial), os animais foram colocados em gaiolas de dimensões menores que as anteriores, onde<br />
permaneceram por 7 dias. Nas duas últimas fases, as coletas de fezes foram realizadas diariamente. Os níveis de cortisol<br />
foram medidos pelo teste ELISA. Não foi detectada nenhuma alteração significativa nos níveis hormonais entre as fases<br />
F1 e F2. E foi observado um aumento nos níveis de cortisol no ambiente com restrição espacial (F2), em relação a fase<br />
basal (Fb). Esses resultados indicam que apenas a mudança ambiental, sem restrição espacial, não é um estressor tão<br />
severo para esta espécie, importante informação ao se planejar estudos de desordens mentais associadas ao estresse.<br />
PALAVRAS-CHAVE: Cortisol; Desordens mentais; Estresse; Sagui.<br />
INTRODUÇÃO<br />
As pesquisas que envolvem o estudo do comportamento de animais sejam em ambiente<br />
natural ou em cativeiro proporcionam contribuições importantes do ponto de vista científico, uma<br />
vez que enfatizam a busca pela compreensão do comportamento humano, dos processos cognitivos<br />
e correlatos da atividade cerebral, da conservação e manejo dos recursos naturais e ainda existem<br />
aquelas relacionadas ao bem-estar animal (YAMAMOTO, 2006). Por vezes ocorre a sobreposição<br />
desses estudos, onde é possível relacionar algumas dessas áreas para o entendimento de<br />
determinado fator. Assim, resultados comportamentais são relacionados a efeitos hormonais,<br />
genéticos ou a diferença espacial na qual o animal está inserido em determinado contexto<br />
ambiental.<br />
O estudo de variações hormonais em animais no ambiente de cativeiro tem revelado<br />
uma série de dados importantes quanto à descrição de patologias, de variações em períodos<br />
reprodutivos, ou efeitos de agentes estressores (ALBUQUERQUE, 2003; RIBEIRO et al., 2007;<br />
SILVA et al., 2008; GALVÃO-COELHO, 2009) geralmente atrelados aos comportamentos<br />
exibidos pelos animais no mesmo período de estudo.<br />
O uso de animais de biotérios tem fornecido uma miríade de informações no que diz<br />
respeito ao entendimento de vários processos fisiológicos e patológicos (MONTEIRO et al, 2009).<br />
Dentre os animais utilizados nas pesquisas na área neurobiológica, os primatas não-humanos tem se<br />
destacado como modelo experimental em resposta ao estresse, uma vez que as semelhanças<br />
fisiológicas, anatômicas, sociais e a proximidade filogenética facilitam a estrapolação dos<br />
resultados para a espécie humana (SALTZMAN et al., 1998; ABBOTT et al., 2003; SOUSA;<br />
PONTES, 2008).<br />
1<br />
Discente do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais, Campus Central, <strong>UERN</strong>. E-mail:<br />
joselena_ferreira@hotmail.com<br />
2<br />
Doutora em Psicobiologia, Docente do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais, Campus<br />
Central, <strong>UERN</strong>. E-mail: acsra@bol.com.br<br />
3<br />
Doutora em Psicobiologia, Docente do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN. E-<br />
mail: nicgalvao@yahoo.com.br<br />
4<br />
Discente do curso de Ciências Bilógicas, Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN . E-mail:<br />
cecilia_gal@hotmail.com<br />
ISBN: 978-85-7621-031-3