Anais VII SIC - UERN
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<strong>Anais</strong> do <strong>VII</strong> <strong>SIC</strong> 842<br />
ALIMENTAÇÃO DE Triportheus signatus (GARMAN, 1890) (PISCES: CHARACIDAE)<br />
PRESENTE NO RESERVATÓRIO DE SANTA CRUZ, APODI-RN.<br />
Raabe Mikal Pereira Honorato¹; Danielle Peretti²; Ana Luiza Gomes Bezerra¹; José Luis da Costa<br />
Novaes³; Rodrigo Silva da Costa³.<br />
RESUMO: A região nordeste caracteriza-se por apresentar um ambiente aquático bastante rico, com a presença de rios,<br />
temporários e perenes, lagoas e ambientes represados. É marcada por seu clima quente e seco na maior parte do ano e<br />
período chuvoso restrito a poucos meses. O estudo teve por objetivo conhecer os aspectos da alimentação do<br />
Triportheus signatus na barragem de Santa Cruz localizada na cidade de Apodi-RN, um ambiente representativo da<br />
riqueza ictiofaunística da região. As coletas foram realizadas trimestralmente, em oito pontos do reservatório. Após a<br />
captura obteve-se os dados biométricos e atribuíram-se os graus de repleção (GR). Foram retirados os estômagos e os<br />
conteúdos analisados sob microscópio estereoscópico. Foram calculadas as freqüências de ocorrência e volumétrica e<br />
destas originado o índice alimentar (IAi). O item alimentar que mais contribuiu para a dieta de T. signatus foi<br />
Microcrustáceos, enquadrando a espécie na categoria trófica invertívora. A análise sazonal verificou que no período<br />
chuvoso, no mês de fevereiro, insetos da ordem Odonata predominaram na dieta e no mês de maio insetos da ordem<br />
Hymenoptera foram predominantes. Na estação seca, no mês de agosto, verificou-se que Microcrustáceos<br />
predominaram na dieta e no mês de novembro os peixes capturados estavam com os estômagos vazios. O grau de<br />
repleção e o índice de vacuidade revelaram que a captura de alimento da espécie é pouco intensa, principalmente em<br />
relação à época do ano. Quanto aos locais, os peixes da zona lacustre possuíam grau de repleção maior do que os da<br />
zona fluvial.<br />
PALAVRAS CHAVES: Alimentação; Ambiente represado; Região Nordeste; Triportheus signatus.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O nordeste brasileiro caracteriza-se por apresentar um ambiente aquático bastante rico,<br />
com a presença de rios, temporários e perenes, lagoas, e principalmente, uma ampla gama de<br />
ambientes represados, os açudes. Essa região é marcada por seu clima quente e seco na maior parte<br />
do ano e o período chuvoso restrito a poucos meses. Mudanças hidrológicas são marcantes nessa<br />
região e refletem-se na fisionomia do próprio ecossistema (GURGEL, LUCAS e SOUZA, 2002).<br />
Entre os ambientes represados artificialmente no Rio Grande do Norte a barragem de<br />
Santa Cruz destaca-se como a segunda maior do estado. Localizada na cidade de Apodi, é<br />
considerada como um ambiente representativo da riqueza ictiofaunística da região nordeste (GUIA<br />
DA PESCA, 2007).<br />
A fauna íctica do nordeste é bastante diversificada (ROSA et al., 2003). Diante dessa<br />
diversidade encontra-se a espécie Triportheus signatus, popularmente conhecida como sardinha de<br />
água doce, com tamanho relativamente maior do que a média, entre 20 - 24 cm sendo considerada<br />
muito importante para o comércio e a subsistência de populações ribeirinhas (BEZERRA, 2007).<br />
Atualmente muitos estudos ictiofaunísticos vêm sendo desenvolvido na região nordeste,<br />
tendo em vista a escassez de informações referente à ecologia de muitas espécies de peixes, em<br />
especial nos aspectos alimentares e reprodutivos.<br />
Sabe-se que a biologia alimentar de uma espécie de peixe varia de acordo com vários<br />
aspectos, entre eles, ontogenéticos, espaciais e sazonais, estas últimas geralmente ocorrem em<br />
função das características climáticas de cada região do país. Abelha, Agostinho e Goulart (2001)<br />
afirmam que o espectro alimentar pode ser influenciado tanto pelas condições ambientais como pela<br />
biologia de cada espécie. Segundo Corrêa e Piedras (2009) espécies presentes em regiões<br />
semiáridas caracterizam-se pela sua plasticidade trófica, ou seja, pela flexibilidade em utilizar<br />
recursos alimentares disponíveis no ambiente.<br />
1<br />
Discente do curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais, Campos Central <strong>UERN</strong>. E-mail:<br />
raabehonorato@hotmail.com, aninha_luizabezerra@hotmail.com<br />
2<br />
Doutora em biologia, docente do departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais,<br />
Campus Central <strong>UERN</strong>. E-mail: danielleperetti@uern.br.<br />
³Doutor em Biologia, docente do departamento de Ciências Animais da Universidade Federal Rural do Semiárido.<br />
novaes@ufersa.edu.br, rdgcosta@ufersa.edu.br.<br />
ISBN: 978-85-7621-031-3