As orcas se destacam por uma extraordináriaorganização social, de base matrilinear. Otamanho dos grupos varia de 2 a 50 indivíduos,mas eventualmente podem ocorrer agregaçõesdesses grupos, totalizando centenas deindivíduos, e animais solitários também podemser encontrados. Outra característica interessanteé o complexo repertório vocal. Foram descritos,para as orcas residentes do Pacífico, dialetosgrupos-específicos e variações na vocalização deacordo com a atividade (FORD, 1991).A orca é uma espécie cosmopolita,encontrada em todos os oceanos e principaismares, da região equatorial aos polos (Figura22), sendo mais abundante em altas latitudes(Rice, 1988). No Pacífico Nordeste, onde seencontram as populações mais bem estudadasda espécie, diferenças ecológicas importantesentre populações simpátricas levaram à descriçãode três ecótipos (FORD, 2002). Já para águasantárticas, duas novas espécies de orca forampropostas com base em diferenças ecológicas emorfológicas (MIKHALEV et al., 1981; BERZIN& VLADIMIROV, 1983). Porém, por falta dedescrições adequadas e de um holótipo, essasespécies foram aceitas e a orca continuou sendoconsiderada uma única espécie (RICE, 1988;DAHLHEIM & HEINING, 1999). Atualmente,três ecótipos estão descritos para a Antártica(PITMAN & ENSOR, 2003) e um quarto paraáguas subantárticas (PITMAN et al., 2011). Alémdisso, diversos estudos recentes apontam paraa necessidade de uma revisão taxonômica daespécie (e.g. MORIN et al., 2010).Informações sobre a espécie em águasbrasileiras são bastante limitadas e baseiam-se emregistros esporádicos de encalhes e avistagens.Há registros ao longo de toda costa brasileira,exceto em águas costeiras do norte do Brasil(DALLA ROSA et al., 2002). De um total de 22encalhes conhecidos, 16 ocorreram na costa sul,principalmente na primavera e verão (DALLAROSA et al., 2007). Avistagens ocorrem em todasas estações, principalmente nas regiões Sudeste eSul. Na Região Sudeste, os registros concentramsenos meses de primavera e verão em águascosteiras (SICILIANO et al., 1999; DALLA ROSAet al., 2002), e na Região Sul são mais frequentesnos meses de inverno e primavera em águasoceânicas (DALLA ROSA et al., 2002), ondeinterações com a pesca de espinhel são bastantecomuns (SECCHI & VASKE Jr., 1998; DALLAROSA & SECCHI, 2007). Itens alimentaresregistrados para orcas no Brasil incluem peixesósseos e cartilaginosos, cetáceos, cefalópodos esalpas (DALLA ROSA, 1995). O tamanho e statuspopulacional da espécie em nosso litoral sãodesconhecidos.PEQUENOS CETÁCEOSBastida et al., 2007Figura 22. Distribuição geográfica de O. orca.36PLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DOS MAMÍFEROS AQUÁTICOS
Ameaças à espécieEm águas brasileiras, as interaçõescom a frota espinheleira que pesca atuns eespadarte em águas brasileiras são a maiorameaça em potencial à espécie (Figura 23).Embora não se saiba ao certo qual é o impactodessas interações, há o registro de um animalcapturado incidentalmente e que foi liberadoposteriormente (DALLA ROSA & SECCHI,2007). O uso de armas de fogo e arpãopara tentar coibir as interações também foireportado por pescadores (SECCHI & VASKEJR., 1998; DALLA ROSA et al., 2002).Capturas incidentais em redes deemalhe e a degradação ambiental por fontesdiversas de contaminação são tambémpotenciais ameaças, em particular para asorcas que habitam sazonalmente as águascosteiras do Rio de Janeiro. As orcas residentes,e principalmente as transeuntes do PacíficoNordeste, que frequentemente habitam águascosteiras, estão entre os cetáceos com osmaiores níveis de contaminação por PCBs domundo (ROSS et al., 2000).Fabiano Peppes/Projeto AlbatrozFigura 23. Orcas, O. orca.PEQUENOS CETÁCEOSPLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DOS MAMÍFEROS AQUÁTICOS37
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