Acervo PARNA Lagoa do PeixeFigura 42. Golfinho-nariz-de-garrafa, T. truncatus, emalhado emrede de pesca, no PARNA da Lagoa do Peixe/RS.provavelmente, em função da semelhançadesses materiais com as presas naturais dedeterminados grupos, como, por exemplo,os cefalópodes e os celenterados. SECCHI &ZARZUR (1999) encontraram um amontoadode tiras de plástico azulado no estômago deuma baleia-bicuda-de-blainville, Mesoplodondensirostris, encontrada morta na Praia do MarGrosso, São José do Norte, Rio Grande do SulSacos plásticos também foram encontrados noestômago de um golfinho-de-dentes-rugosos,Steno bredanensis, encalhado vivo, na Praia doPoço da Draga, em Fortaleza/Ceará (MEIRELLES& BARROS, 2007). Pedaços de plástico tambémforam encontrados no estômago de umabaleia-bicuda-de-true (M. mirus) que encalhouviva no litoral de São Sebastião, São Paulo, oprimeiro registro da espécie para o Brasil e paraa América do Sul (SOUZA et al., 2005).Sacolas plásticas, também foramencontradas por BUGONI et al., (2001)nos estômagos e esôfagos de 38 tartarugasverdesjuvenis (Chelonia mydas), de deztartarugas-cabeçudas (Caretta caretta) adultas esubadultas, e de duas na costa do Rio Grandedo Sul. Também foram encontrados porMAS<strong>CAR</strong>ENHAS et al., (2004) nos estômagosde uma tartaruga-verde (C. mydas) e umatartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) no litoralda Paraíba, e na forma de anéis descartáveis degarrafas plásticas, presos às guelras de tubarõescarcarinídeos (Rhizoprionodon lalandii), noAtlântico Sudoeste, por SAZIMA et al., (2002).Diversas espécies têm sido observadascom ferimentos graves ou mortos com todo otipo de material sintético enroscado ao corpo(redes, linhas de monofilamento e fitas deempacotamento) (Figura 43).No Brasil, um monitoramento realizadopor 10 anos na Baía de Guanabara, Rio deJaneiro, revelou indivíduos de S. guianensisPEQUENOS CETÁCEOSAlexandre AzevedoFigura 43. Boto-cinza, S. guianensis, na Baía da Guanabara/RJ, 2004, apresentando corte profundo na nadadeira dorsal por fragmento de rede.56PLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DOS MAMÍFEROS AQUÁTICOS
com diversos danos físicos causados poremalhamento em redes de pesca e fios denylon. Os danos incluíam cortes profundos nasnadadeiras dorsais e caudais e muitos fragmentosde redes e fios ainda mantinham-se presos aosanimais. O caso mais impressionante foi de umindivíduo observado em 2001 que possuía umfragmento de rede preso à nadadeira dorsal.Em 2004 o mesmo indivíduo foi novamenteobservado, com o mesmo fragmento preso,mas apresentando um corte muito maisprofundo. Outro indivíduo apresentava parteda nadadeira caudal mutilada, provavelmenteextirpada, por pescadores (Figura 44). Ainteração de cetáceos com a pesca na Baíade Guanabara é extremamente intensa, umavez que por volta de 1400 barcos operam naárea (AZEVEDO et al., 2008).Lesões ósseas também foram observadasAlexandre AzevedoFigura 44. Boto-cinza, S. guianensis, na Baía da Guanabara/RJ, 2004, apresentando parte da nadadeira caudal extirpada.em outro indivíduo de S. guianensis no norte doEstado do Rio de Janeiro, como consequênciade emalhamento. O animal havia sidocapturado em rede de pesca, em 1995, masapresentava indícios de emalhamento anterior,com lesões parcialmente cicatrizadas norostro, circundadas por tecido. Após análisedetalhada, pedaços de nylon azul de 0,5 mmforam encontrados no interior das lesões,diferentemente do tipo de nylon (branco – 0,6mm), em que o animal havia sido capturado(RAMOS et al., 2001).No Ceará, em 2000, um espécime deS. guianensis (Figura 45) foi encontrado naPraia de Pecém, com lesões cicatrizadas efios de monofilamento de nylon inseridos notecido, indicando a sobrevivência a um emalheanterior (MEIRELLES et al., 2002).Poluição SonoraOs níveis de ruídos nos oceanos, mares,rios e lagos aumentaram dramaticamente duranteo século 20, como consequência do aumento dotráfego de embarcações, atividades de sísmica,dragagem e perfuração, causando alterações nocomportamento de populações de mamíferosmarinhos. Os cetáceos, particularmente, utilizamo som para navegar, encontrar e capturas suaspresas, localizar parceiros e predadores. Nãohá dúvida que eles reajam aos ruídos, mastem sido extremamente difícil quantificar osPEQUENOS CETÁCEOSPLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DOS MAMÍFEROS AQUÁTICOS57
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