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PAN pequenos cetáceos - CAR-SPAW-RAC

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nos pólos. Embora algumas possam se deslocarentre áreas de temperaturas diferentes duranteas migrações regulares, elas podem tambémestar adaptadas aos regimes particulares detemperatura em épocas definidas de seu cicloanual. Porém, os impactos das mudançasclimáticas nos mamíferos marinhos estão maisreconhecidamente relacionados às mudançasna distribuição e abundância das presas, e asespécies mais adaptáveis serão as que tiveremmaior capacidade de deslocamento (SIMMONDS& ISAAC, 2007).No ecossistema marinho, os fatoresclimáticos afetam os elementos bióticos e abióticos,que influenciam o número e a distribuição dosorganismos, especialmente os peixes. Variaçõesna biomassa dos organismos marinhos tambémocorrem pela alteração da temperatura da águae de outros fatores hidrológicos. Desta forma,mudanças persistentes no clima podem afetaras populações de predadores de topo de cadeiapela alteração na abundância dos organismos nateia alimentar. Por exemplo, nas Ilhas Aleutas, apopulação de peixes, controlada por eventosclimáticos e sobrepesca, tem sido alterada, e issotem influenciado o comportamento e o tamanhopopulacional das orcas e das lontras marinhasnaquela região (IPCC, 2002).Eventos climáticos, como o El Niño e LaNiña, já apresentaram diversos impactos emvários ecossistemas e populações. Na década de80, diversas alterações na distribuição organismosmarinhos foram observadas devido aos eventosdo El Niño. Lulas, Loligo opalescens, em desova,partiram do sul da Califórnia e foram seguidas porbaleias-piloto-de-peitorais-curtas, Globicephalamacrorhynchus, suas predadoras. Anos mais tarde,as lulas retornaram, e, com elas vieram tambémgrupos de golfinhos-de-risso, Grampus griseus,que ocuparam, provavelmente, o nicho vago dasbaleias-piloto (Wursig, 2002). Nos anos de 1997e 1998, o El Niño afetou também a abundância,e, consequentemente, as pescarias de sardinhase arenques na costa da América do Sul e África(IPCC, 2002).Embora projeções atuais mostrem poucamudança na amplitude dos eventos de El Niñonos próximos 100 anos, o aquecimento globalacarretará, provavelmente, grandes extremosde secas e chuvas pesadas em muitas regiões.Enquanto no Hemisfério Norte a cobertura degelo e neve está projetada para decrescer, o geloantártico é provável de ganhar massa devido àmaior precipitação. Na realidade, o gelo antárticoé previsto de aumentar em algumas áreas ediminuir em outras. Reduções no gelo na Antárticapodem alterar distribuições sazonais, amplitudesgeográficas, padrões de migração, statusnutricional, sucesso reprodutivo e a abundânciados mamíferos marinhos (IPCC, 2002).Mudanças físicas no gelo marinho edescarga de água doce já estão provavelmenteinfluenciando as atividades humanas e o fluxo decontaminantes, todos tendo impactos tambémnas populações de mamíferos marinhos (REEVESet al., 2003).O aumento do nível do mar, decorrenteda mudança no clima, combinado com aelevação na amplitude das marés e as chuvasmais frequentes também podem levar à incursãode água salgada no ecossistema fluvial. Deltasserão particularmente suscetíveis a inundaçõesaceleradas, regressões do litoral e deterioração dasáreas úmidas. Com o aumento do nível do mar,grandes proporções dos deltas dos rios Amazonas,Orinoco e Paraná serão afetados (IPCC, 2002).Espécies costeiras, residentes de estuários, baíase lagunas podem perder seus hábitats com oaumento do nível do mar, e com o aumento dapoluição da água devido à inundação das áreasterrestres (SIMMONDS & ISAAC, 2007).Mudanças em variáveis climáticas têmlevado também ao aumento da frequência eintensidade do aparecimento de pestes e doenças(IPCC, 2002).Algumas espécies e populações podemser especialmente vulneráveis aos efeitos dasmudanças climáticas, principalmente as quepossuem distribuição limitada, como é o casoda vaquita (Phocoena sinus) ou aquelas quecostumam migrar para áreas de alimentaçãolocalizadas em regiões polares, como váriasespécies de misticetos, (IWC, 1996; SIMMONDS& ISAAC, 2007). E, conforme foi apontado noWorkshop de Mudanças Climáticas da CIB, em1996, as preocupações com a habilidade dealgumas populações de cetáceos em adaptar-se acondições futuras são justificáveis.PEQUENOS CETÁCEOSPLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DOS MAMÍFEROS AQUÁTICOS61

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