PEQUENOS CETÁCEOSAnselmo D’AffonsecaFigura 37. Atividades de alimentação de boto-cor-de-rosa,I. geoffrensis, no PARNA de Anavilhanas, Novo Airão/AM.Colisões com embarcaçõesEm uma revisão sobre colisões degrandes baleias (misticetos e cachalote) comembarcações motorizadas na costa Atlânticados Estados Unidos, na Itália, França e Áfricado Sul, Laist e colaboradores (2001) concluíramque as colisões iniciaram no final do século XIX,quando as embarcações atingiram a velocidadede 13 a 15 nós, mas permaneceram raras até1950. Desde então, os registros aumentaramsignificativamente até 1970, época em queatingiram os níveis atuais de ocorrência. Este fatoprovavelmente se deve ao aumento do tráfegoe do número de embarcações, assim como àmaior quantidade de registros confiáveis. Emalgumas áreas, as colisões são responsáveis porgrande parte dos encalhes de grandes baleias. Osdanos mais sérios e letais registrados envolveramembarcações com mais de 80 metros decomprimento e atingiram no mínimo dezespécies, tais como: baleia-fin, baleia-jubarte,baleia-azul, baleia-minke, baleia-franca, baleiade-bryde,cachalote e orca (LAIST et al., 2001).Pequenos cetáceos e sirênios tambémsão feridos ou mortos por colisões comembarcações em várias partes do mundo. Asespécies mais afetadas são as que se distribuemem hábitats neríticos, estuarinos ou fluviais,onde o tráfego de embarcações é concentrado(WAEREBEEK et al., 2007).Na Flórida, EUA, colisões foramreportadas tanto com animais lentos, comoo peixe-boi marinho ou manati (T. manatuslatirostris), quanto com golfinhos velozes (T.truncatus) (WELLS & SCOTT, 1997). O impactopor hélices de embarcações é a maior causa deferimentos e mortes de T. manatus nos EUA.Medidas de manejo têm sido testadas, como oestabelecimento de zonas de velocidade restritaem áreas de ocorrência dessa espécie, onde asmortes são mais comuns (LAIST & SHAW, 2006).No Hemisfério Sul, as colisões podemcomprometer a sobrevivência em longoprazo de populações de <strong>pequenos</strong> cetáceos,como Sousa chinensis (Hong Kong e Taiwan),Phocoena phocoena (Hong Kong) e Orcaellabrevirostris (Laos) (WAEREBEEK et al., 2007).No Brasil, diversos casos de colisões têmsido observados, envolvendo botos-cinzas,S. guianensis (Figura 38), golfinhos-rotadores,S. longirostris (Figuras 39 e 40) e peixes-boismarinhos, T. manatus.52PLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DOS MAMÍFEROS AQUÁTICOS
CAMARGO & BELLINI (2007) registrarampela primeira vez, na Baía dos Golfinhos, emFernando de Noronha, um golfinho-rotadorcom o rostro inteiramente quebrado, vítimade colisão com uma embarcação (Figura 39)Outro indivíduo, encalhado na praia, tambémapresentava evidências de um possívelatropelamento (Figura 40) (CLÁUDIO BELLINI,com. pess.).Marcos C. de O. SantosFigura 38. Boto-cinza, S. guianensis, no Estuário de Cananéia/SP,em 2002, apresentando evidências de colisões.Figura 40. Golfinho-rotador, S. longirostris, em Fernando deNoronha/PE, apresentando cortes profundos de hélice de motor.Cláudio Bellini Cláudio BelliniFigura 39. Golfinho-rotador, S. longirostris, em Fernando de Noronha/PE, apresentando o rostro quebrado por colisão com embarcação.PEQUENOS CETÁCEOSPLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DOS MAMÍFEROS AQUÁTICOS53
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