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PAN pequenos cetáceos - CAR-SPAW-RAC

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Esse tema costuma gerar muita controvérsia,pois há quem argumente que a interação com osanimais aumenta o respeito pela vida selvagem,levando ao ativismo ambiental e benefícios parao meio ambiente (ORAMS, 1997). A legislaçãonos EUA permanece obscura nesse tema,pois não define esse tipo de atividade como“molestamento” (SAMUELS & BEJDER, 2004),fato que ocorre também no Brasil.Atividades de nado ou programascomerciais de alimentação de cetáceosselvagens, como os que acontecem emPanama City Beach, Flórida, EUA (SAMUELS& BEJDER, 2004), são ainda piores e têmsido mundialmente motivo de preocupação.A alimentação fornecida como atração decetáceos tem implicações no comportamentode forrageamento natural e fortes indicaçõescom mortalidade de juvenis (IFAW, 1995). Ocontato direto com os animais é motivo depreocupação porque as espécies não possuemimunidade suficiente a doenças humanas(UNEP, 2006), assim como podem representarum perigo para a saúde e segurança humana.No Brasil, em 1994, foi extensamentedivulgado na mídia, um incidente levou à mortede um banhista no litoral norte de São Paulo,que insistiu em interagir com um golfinho-narizde-garrafa,Tursiops truncatus, frequentador daregião, conhecido como “Tião”. O golfinhoatingiu o estômago do banhista, que morreuhoras mais tarde de hemorragia interna.Segundo SANTOS (1997), o golfinho já haviasofrido diversos tipos de molestamento porbanhistas, desde tentativas de monta noanimal até a introdução de palitos de picoléem seu orifício respiratório. Após o incidente,um programa de manejo foi conduzido com acolaboração do pesquisador, de membros doIBAMA, de uma organização não-governamental(FUNDAMAR) e da Prefeitura de São Sebastião,visando à sensibilização da população local.No Brasil, atividades de nado ealimentação de botos-vermelhos têm ocorridono Estado do Amazonas, como atração turísticade determinados hotéis e restaurantes à beirados rios, inclusive ocorrendo ilegalmente dentroe no entorno de unidades de conservação deProteção Integral, como o que ocorre no PARNAde Anavilhanas, em Novo Airão (Figuras 36 e 37).O comitê científico da IWC manifestoupreocupação sobre os programas de alimentaçãode cetáceos selvagens e recomendou quetais atividades sejam proibidas. Um enfoquecomum a esses programas tem sido o de baniressa atividade no Brasil, na Argentina e naÁfrica do Sul, ou limitar a atividade a certasespécies, como proposto para Nova Zelândia eAçores (IWC, 2001; CSIRO, 2003).Desta forma, o planejamento adequadodo turismo de observação e seu monitoramentosão vitais para manter a qualidade dessaatividade, evitar danos às populações deanimais que estão sendo observados e manteras pessoas distantes de áreas vulneráveis ousensíveis à vida selvagem (UNEP, 2006).Na medida em que o turismo deobservação, principalmente de cetáceos,cresce no Brasil, possíveis colisões com osanimais observados passam a ser uma ameaçaa se considerar (CAMARGO & BELLINI, 2007).Figura 36. Atividades de nado e alimentação de botos-vermelhos,I. geoffrensis, em Novo Airão/AM.Vera M. F. da SilvaPEQUENOS CETÁCEOSPLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DOS MAMÍFEROS AQUÁTICOS51

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