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versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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moção <strong>de</strong> b<strong>em</strong>-estar, favorecendo tanto os clientes, quantoos familiares. (13) Esse ambiente po<strong>de</strong> facilitar a <strong>em</strong>patiae ajudar a <strong>de</strong>senvolver uma relação mais humana entre aequipe, o cliente e a família.A família próxima do seu parente é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia,tanto para os clientes, quanto para a equipe <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>,auxiliando principalmente no plano <strong>de</strong> cuidados, po<strong>de</strong>ndooferecer informações mais precisas e significativas.Para a equipe, o período <strong>de</strong> visitas é essencial paracoletar junto aos familiares, dados referentes à históriado cliente, favorecendo com isso uma anamnese e umexame físico mais completos, propiciando um cuidadopersonalizado e individualizado, necessário a qualquercliente."O horário é importante, os familiares têm direito <strong>de</strong>saber, <strong>de</strong> visitar o cliente" (entrevista 11)."Consi<strong>de</strong>ro que as visitas da família são muitoimportantes para a recuperação do paciente. Achoque eles pod<strong>em</strong> informar mais sobre a vida do clientee ajudar no tratamento" (entrevista 10)Durante a análise dos dados, ficou evi<strong>de</strong>nte que aequipe <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> acredita nos benefícios <strong>de</strong> visitas,tanto para os clientes e como para os familiares. Alémdisso, d<strong>em</strong>onstra reconhecer sua importância, vinculadaaos direitos do cliente e do ambiente hospitalar."Eu acho que é um direito do cliente e da família,tanto que eles esperam muito por esse momento ...Muitos dos clientes aqui contam os minutos parareceber<strong>em</strong> a visita" (entrevista 9)Apesar <strong>de</strong> corriqueiro e <strong>de</strong> ser uma prática antiganos hospitais, o horário <strong>de</strong> visitas é um fator imprescindívelà internação <strong>em</strong> CTI, uma vez que o afastamento ea separação pod<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados como fator gerador<strong>de</strong> estresse e insegurança, tanto para o cliente comopara a família <strong>de</strong>le. (6)O medo do <strong>de</strong>sconhecido é outra característica peculiardos clientes e familiares que vivenciam o CTI erelaciona-se diretamente à ansieda<strong>de</strong>. Esse aspectopermeia todo o processo <strong>de</strong> internação, as pessoas imaginam-se<strong>em</strong> prenúncio <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> ou até próximas damorte. O <strong>de</strong>sconhecido é ressaltado como fator <strong>de</strong> insegurança,ansieda<strong>de</strong> e preocupação (14) .Assim, a questão da ansieda<strong>de</strong> e da tensão permeia ohorário <strong>de</strong> visitas e afeta diretamente a família. A esperagera medo e insegurança.. (6) Esses aspectos nos levam acrer que o horário <strong>de</strong> visitas também possui aspectosnegativos. A ansieda<strong>de</strong> da espera, a <strong>em</strong>oção do reencontroe ainda o medo e a insegurança são fatores que afetamtanto o cliente quanto o familiar. É um momento que<strong>em</strong>ociona gran<strong>de</strong> parte dos profissionais que trabalhamno CTI, segundo relato dos entrevistados."Em relação à visita, é claro que a gente não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong>se <strong>em</strong>ocionar, nesse horáro, às vezes o horário quenos damos uma sentadinha para <strong>de</strong>ixar eles mais àvonta<strong>de</strong> .... Eu acho que esses minutinhos da visitaspod<strong>em</strong> atrasar um procedimento ou uma medicação,mas a visita é muito mais benéfica."(entrevista 3)"A visita é muito importante, eu acho que <strong>de</strong>veria sermais que cinco minutos ou então mais que uma pessoapara cada horário, pois às vezes as pessoas entram<strong>em</strong> discussão para ver qu<strong>em</strong> vai entrar no CTI, aí entrauma pessoa e o que está lá fora fica pensando coisasruins e não acredita mais nas informações do familiar.Isso angustia, <strong>de</strong>ixa as pessoas tensas"(entrevista 8)A espera para entrar no CTI, s<strong>em</strong> que se obtenhainformação e justificativa para a d<strong>em</strong>ora, gera insegurançae medo no familiar, o que contribui para aumentar aansieda<strong>de</strong>, o estresse e para que os familiares se sintamapreensivos e aterrorizados. (13)Apesar <strong>de</strong> benéfica, as visitas possu<strong>em</strong> hora e duraçãopré-<strong>de</strong>terminadas para acontecer. Fato que se relacionaàs ativida<strong>de</strong>s e rotinas do setor. As visitas são <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> importância para o restabelecimento do cliente,porém esse horário não <strong>de</strong>ve comprometer o serviçodos profissionais <strong>em</strong> relação aos clientes, assim sendofica estabelecido um horário específico para a permanênciados familiares no CTI. (13) Os profissionais reconhec<strong>em</strong>as limitações impostas pelo horário <strong>de</strong> visitas, masacreditam e apostam nos benefícios <strong>de</strong>sse momento,mesmo limitando as ações <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>."O CTI é um local que não se <strong>de</strong>ve ficar por muitot<strong>em</strong>po, no horário <strong>de</strong> visitas não se faz nenhumprocedimento, pois é o horário que o cliente t<strong>em</strong> paraficar com a família" (entrevista 7)."cinco minutos é muito pouco para ficar com umapessoa que você gosta, a angústia <strong>de</strong> estar lá fora,s<strong>em</strong> saber o que se passa com seu ente querido émuito gran<strong>de</strong>. Quando consegue chegar perto <strong>de</strong>le ot<strong>em</strong>po voa, não é suficiente para diminuir ou atenuarsuas aflições". (entrevista 12)Tanto a família quanto os clientes reconhec<strong>em</strong> asnormas e rotinas do CTI referentes às limitações do horário<strong>de</strong> visitas, no entanto eles tentam driblar essas situaçõesutilizando o argumento <strong>de</strong> que ambos têm necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> manter esse vínculo. (6)Nesse contexto vale ressaltar que através da observaçãodireta e da presença do familiar no CTI, é que ocliente consi<strong>de</strong>ra-se seguro e enten<strong>de</strong> que além <strong>de</strong>le, afamília vivencia seu processo <strong>de</strong> doença, internação e tratamento.Assim, os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a serviço dob<strong>em</strong> estar do cliente, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar atentos a essa questão,pois a família é consi<strong>de</strong>rada como parte integrantedo contexto do cliente, possuindo direitos <strong>em</strong> relação àhospitalização do seu ente. (6)Portanto, entre outros fatores, valorizar e orientar afamília durante o processo <strong>de</strong> internação do cliente noCTI, tentando humanizar e a<strong>de</strong>quar as visitas, e o número<strong>de</strong> visitantes, são fatores primordiais a ser<strong>em</strong> avaliadospara que a equipe, o cliente e a família vivenci<strong>em</strong> ess<strong>em</strong>omento da melhor maneira possível, revertendo asenergias positivas <strong>de</strong>sse momento para o cuidado integralao cliente.CTI: "...O PURGATÓRIO..."Nesta categoria, contraditoriamente à primeira, osdados <strong>de</strong>screv<strong>em</strong> os aspectos negativos relacionados aoREME – Rev. Min. Enf; 9(1):20-28, jan/mar, 2005 23

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