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versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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O GEPAM foi referido pelas mulheres como sendo umespaço <strong>de</strong> entretenimento e lazer. Muitas enfatizam que ot<strong>em</strong>po que passam no grupo é um dos poucos momentos<strong>de</strong> suas vidas <strong>em</strong> que se sent<strong>em</strong> b<strong>em</strong> e se divert<strong>em</strong>. Valeressaltar que a gran<strong>de</strong> maioria não dispõe <strong>de</strong> condiçõessocioeconômicas que favoreçam qualquer tipo <strong>de</strong> lazer.Po<strong>de</strong>-se perceber, inclusive, que essas mulheres utilizamtermos bastante eloqüentes, do tipo "coisa maravilhosa","é muito importante", para traduzir seus sentimentosrelacionados ao fato <strong>de</strong> pertencer<strong>em</strong> ao grupo.São, portanto, esses aspectos que nos levam a compreen<strong>de</strong>rque elas consi<strong>de</strong>ram o grupo como um espaço <strong>de</strong>real significado para suas vidas.CONSIDERAÇÕES FINAISPod<strong>em</strong>os perceber que as mulheres que se submeterama uma cirurgia <strong>de</strong> retirada da mama encontram-se<strong>de</strong>bilitadas tanto física quanto psicologicamente. Quando<strong>de</strong>tectamos o significado do grupo <strong>de</strong> auto ajuda para areabilitação <strong>de</strong> mulheres mastectomizadas, levantamos asnecessida<strong>de</strong>s enfrentadas por essas mulheres que nos levama traçar uma melhor assistência <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>.A própria circunstância <strong>de</strong> ser acometida por um câncerjá constitui um fator que suscetibiliza a pessoa avivenciar episódios <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão, medo e <strong>de</strong> outras dificulda<strong>de</strong>s,que pod<strong>em</strong> prejudicar as suas relações intrínsecase extrínsecas. Quando uma certa probl<strong>em</strong>ática v<strong>em</strong>afetar também a auto-imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> alguém compromete,<strong>em</strong> particular, a sua auto-estima, tornando esse indivíduoespecialmente sensível e necessitado <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>apoio que o aju<strong>de</strong> a transpor as dificulda<strong>de</strong>s diretas ecorrelacionadas ao fato. É neste ponto que resi<strong>de</strong> a gran<strong>de</strong>importância do papel do grupo <strong>de</strong> auto-ajuda, facilitandoe criando situações que ajud<strong>em</strong> seus participantesa exteriorizar, mutuamente, suas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> modo atranspor com melhor <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho os vários obstáculossurgidos <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência da mastectomia.As mulheres, <strong>em</strong> geral, buscam auxílio <strong>em</strong> grupos <strong>de</strong>auto-ajuda, na tentativa <strong>de</strong> superar os traumas causadospela mastectomia. Os grupos funcionam como centros<strong>de</strong> apoio psicológico, apoio terapêutico, b<strong>em</strong> como, espaçointerativo e educativo, uma vez que proporcionamativida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> que elas pod<strong>em</strong> aliviar as tensões, trocarexperiências com outras mulheres que se submeteramaos mesmos tratamentos, manter<strong>em</strong>-se informadas eesclarecidas sobre fatos relacionados ao câncer e a outrosassuntos que sejam do interesse <strong>de</strong>las.A enfermag<strong>em</strong> exerce fundamental importância nostrabalhos realizados nesses grupos, pois é papel do enfermeiroensinar o autocuidado; valorizar o indivíduocomo um ser único, com seus medos e suas dúvidas, visandopromover um crescimento individual, a partir daaceitação do indivíduo como ser único e singular, dandolheestímulo e apoio. Cabe também à enfermag<strong>em</strong> elucidaras dúvidas que surg<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência do tratamentooncológico, po<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>ixar o paciente menos apreensivoe mais crente no seu processo <strong>de</strong> cura.Consi<strong>de</strong>ramos que atingimos os objetivos do estudoquando evi<strong>de</strong>nciamos a importância dada pela mulher aosgrupos <strong>de</strong> auto ajuda; e reforçamos a atuação do enfermeironeste tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, para enfrentar dificulda<strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma maneira geral apresentadas pela mulher. O papelexpressivo da enfermeira consiste <strong>em</strong> cuidar das pessoas<strong>de</strong> forma integral, total, reconhecendo os principais fatorespsicológicos, sociais, espirituais e ambientais queafetam o b<strong>em</strong>-estar da paciente, e estando apta a ajudar,instrumentalizando essas pessoas para po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> viver <strong>de</strong>forma mais saudável.A assistência à mulher mastectomizada não <strong>de</strong>ve focalizarapenas a doença e a reabilitação física; <strong>de</strong>ve abrangerum contexto amplo, que envolva os aspectos culturais,educacionais, econômicos e sociais <strong>de</strong> cada uma dasmulheres envolvidas no trabalho do grupo. (18)É importante que o enfermeiro saiba i<strong>de</strong>ntificar todas asnecessida<strong>de</strong>s que uma paciente mastectomizada apresenta,para então estabelecer cuidados mais efetivos no programa<strong>de</strong> assistência, respeitando a integralida<strong>de</strong> e a individualida<strong>de</strong>do ser humano <strong>em</strong> questão, facilitando, <strong>de</strong>ssa forma, uma<strong>completa</strong> reabilitação, tanto física quanto psicologicamentee promovendo melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. Brasil. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Estimativa <strong>de</strong> incidência e mortalida<strong>de</strong>por câncer no Brasil. Rio <strong>de</strong> Janeiro; 2002.2. Fernan<strong>de</strong>s AFC. O Cotidiano da mulher com câncer <strong>de</strong> mama. Fortaleza:Fundação Cearense <strong>de</strong> Pesquisa e Cultura; 1997.3. 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