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versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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DISCUSSÃOOs níveis pressóricos encontrados neste trabalho foramelevados o suficiente para merecer atenção.A freqüência observada <strong>em</strong> 1995 (44,77 %) e <strong>em</strong> 2000(33,66 %) está <strong>de</strong> acordo com a variabilida<strong>de</strong> da hipertensãoarterial relatada nas estimativas brasileiras, entre22,3 % a 43,9 % (14) seguindo-se como critério para classificaçãoda PA o mesmo ponto <strong>de</strong> corte, adotado pela VIIJoint National Committee (3) e World Health Organization– International Society of Hypertention. (2) ConformeFerreira-Filho (8) , a estimativa da prevalência <strong>de</strong> HA noBrasil po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada subestimada <strong>em</strong> alguns trabalhos,já que o limite pressórico normal seguia critériosda Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> /1978 (PAS > 160 mmHge/ou PAD > 95 mmHg).Relatos da literatura mostram que a HA t<strong>em</strong> maiorfreqüência quanto maior a ida<strong>de</strong> do examinando, ten<strong>de</strong>ndoesta prevalência a <strong>de</strong>crescer ou estabilizar-se nos gruposetários mais elevados. (7) Nos achados <strong>de</strong>ste trabalhoficou evi<strong>de</strong>nciado que os níveis pressóricos foram crescentescom o avançar da ida<strong>de</strong>.Quanto ao tipo <strong>de</strong> hipertensão arterial, sabe-se que osníveis difer<strong>em</strong> para a PAS e PAD <strong>em</strong> relação ao sexo e àida<strong>de</strong>: a PAS cresce <strong>de</strong> forma regular e contínua, ten<strong>de</strong>ndoa estabilizar-se nos grupos etários mais elevados, apresentando-s<strong>em</strong>aior para homens nos grupos mais jovens e,inversamente, maior nas mulheres mais velhas. Quanto àPAD, esta também se eleva com a ida<strong>de</strong>, até a 5ª décadapara os homens, e até a 6ª década para as mulheres, <strong>de</strong>clinandodaí por diante. (6,17) Esta discordância da trajetóriadas PAS e PAD produz maior prevalência <strong>de</strong> HipertensãoSistólica Isolada (HSI) nos mais idosos. (18) No presente estudoobservou-se que no grupo com PAE, as faixas etárias<strong>de</strong> maior freqüência eram acima <strong>de</strong> 30 anos. Nessas faixasetárias,conforme a literatura, as duas pressões (PAS e PAD)pod<strong>em</strong> estar juntas, <strong>em</strong> ascensão, o que aqui ficou d<strong>em</strong>onstradopela maior presença <strong>de</strong> PAE Mista (54,98 % e46,38 %) nos dois anos, respectivamente. Devido ao comportamentodistinto entre as Pressões Arteriais Sistólica eDiastólica, <strong>em</strong> relação ao sexo, na <strong>de</strong>pendência da ida<strong>de</strong>,um estudo correlacionando os diferentes tipos <strong>de</strong> HA, comestas variáveis, se faz necessário.Em concordância com a literatura (6,18) observou-se napopulação total, que a PAE se fez mais presente entrenegros. No entanto, no grupo com PAE, constataram-seos maiores níveis naqueles <strong>de</strong> cor morena. A literaturarelata uma associação inversa entre as condiçõessocioeconômicas e os níveis <strong>de</strong> PA, sendo assim,Spritzer (18) acredita que tal fato <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado nainvestigação da prevalência <strong>de</strong> HA, principalmente <strong>em</strong>negros, por questões históricas <strong>de</strong>vido à sua localizaçãona escala social. Todavia, neste estudo tais fatores nãoforam abordados.Foram observadas neste trabalho, resultados diferentesnos períodos estudados, enquanto <strong>em</strong> 1995 a PAE foimais presente nos indivíduos tabagistas e etilistas, <strong>em</strong> 2000estes apresentaram a menor freqüência. Esses achadospod<strong>em</strong> ser coerentes com a literatura, que <strong>de</strong>screve sobreos efeitos bivalentes da ingestão <strong>de</strong> álcool <strong>em</strong> relaçãoa HA. (19,20) Entretanto, no presente estudo não foiavaliada a dosag<strong>em</strong> consumida pelo indivíduo, um dadoimportante para confronto com essa afirmativa.Com relação ao efeito do fumo, constatou-se entreos apenas tabagistas uma alta freqüência <strong>de</strong> PAE.No entanto, no grupo com PAE a freqüência <strong>de</strong>tabagistas foi menor. Esses resultados estão <strong>de</strong> acordocom outro trabalho, na qual apesar da alta prevalência<strong>de</strong> HA e altos índices <strong>de</strong> tabagismo encontrados, nãofoi relatada uma associação significativa entre eles. (5)Sabe-se que o fumo possui efeito dominante no aumentodo risco cardiovascular nos hipertensos, (19) eque os fumantes têm maior chance <strong>de</strong> evoluir para formasmalignas da doença. (6)LIMITAÇÕES DO ESTUDOA condução metodológica <strong>de</strong>ste trabalho foi a mesmanos dois períodos consi<strong>de</strong>rados. A opção do uso dafase IV <strong>de</strong> Korotkoff para <strong>de</strong>terminação da Pressão ArterialDiastólica (PAD) <strong>em</strong> 2000, foi <strong>em</strong> razão <strong>de</strong> uniformizaçãoda técnica, anteriormente usada <strong>em</strong> 1995,apesar <strong>de</strong> atualmente ser consenso o uso da V fase. (21)Este fator po<strong>de</strong> ter contribuído para uma freqüênciaelevada <strong>de</strong> PAE diastólica, tanto associada à pressãosistólica, quanto isolada.Deve ser ressaltado que, neste estudo, po<strong>de</strong> ter havidoten<strong>de</strong>nciosida<strong>de</strong> na seleção da amostra. Apesar docomparecimento espontâneo da população, as ativida<strong>de</strong>sa ser<strong>em</strong> realizadas foram previamente divulgadas na mídia,o que po<strong>de</strong>ria direcionar ao local pessoas interessadas<strong>em</strong> atendimentos específicos.É importante relatar que, o fato <strong>de</strong> a coleta <strong>de</strong> dadoster ocorrido <strong>em</strong> local público impossibilitou que algunscritérios recomendados para medida correta da PressãoArterial foss<strong>em</strong> seguidos, segundo IV Diretrizes Brasileiras<strong>de</strong> Hipertensão Arterial, (14) como: certificar-se se opaciente não estava com bexiga cheia; se tenha realizadoativida<strong>de</strong> física nos últimos 60-90 minutos; se havia ingeridobebidas alcoólicas ou café e fumado até os 30 minutosantes da aferição. Os d<strong>em</strong>ais procedimentos básicosda técnica foram seguidos. Deve-se ressaltar que não foiproposta do estudo diagnosticar hipertensão arterial, masapenas registrar os níveis pressóricos encontrados, umavez que para tal diagnóstico recomenda-se repetir a medidada PA <strong>em</strong> pelo menos duas ou mais visitas. (3,14)Precisa ser consi<strong>de</strong>rado que, <strong>de</strong>vido ao gran<strong>de</strong> número<strong>de</strong> examinadores neste trabalho, a classificação entrecor morena e negra po<strong>de</strong> ter sofrido variações <strong>de</strong>interpretação.Conscientes da limitação metodológica, <strong>de</strong>vido ao tipo<strong>de</strong> estudo aplicado, às ameaças à valida<strong>de</strong> interna - comonúmero variado <strong>de</strong> examinadores, local <strong>de</strong> coleta; à valida<strong>de</strong>externa, como uso <strong>de</strong> amostra por conveniência -nosso propósito foi traçar o perfil do paciente que foiatendido durante as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> extensão das FAFEID,não preten<strong>de</strong>ndo extrapolar tais resultados para a populaçãodo município <strong>de</strong> Diamantina.CONSIDERAÇÕES FINAISOs dados <strong>de</strong>ste estudo permit<strong>em</strong> concluir que: houveuma alta freqüência <strong>de</strong> PAE nas amostras totais avalia-REME – Rev. Min. Enf; 9(1):35-40, jan/mar, 2005 39

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