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versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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Ocorrência <strong>de</strong> Úlcera <strong>de</strong>...International (ASIA) (16) , 38 pacientes (70,4%) tiveram alesão classificada como nível A, significando uma lesão<strong>completa</strong>, já que não há função motora ou sensitiva preservadanos segmentos sacros; 8 (14,8%) como nível B,expressando uma lesão in<strong>completa</strong> com presença <strong>de</strong> funçãosensitiva, porém não motora abaixo do nível neurológicoacometido. Entretanto, 8 pacientes (14,8%) nãotinham o nível <strong>de</strong> lesão medular documentado no prontuário.S<strong>em</strong>elhantes porcentagens para lesões <strong>completa</strong>s(ASIA A) e in<strong>completa</strong>s (ASIA B-E) foram encontradas<strong>em</strong> pacientes atendidos <strong>em</strong> Centros Americanos. (15)A úlcera <strong>de</strong> pressão foi i<strong>de</strong>ntificada nos prontuários<strong>de</strong> 34 pacientes (63%). Observou-se o registro <strong>de</strong> 77 úlceras,com a média <strong>de</strong> 2 úlceras /paciente (<strong>de</strong>svio padrão1,31 e mediana 2,0). Em relação a localização, 28 úlceraseram na região sacral, 17 nos calcâneos e 22 <strong>em</strong> diferentesregiões. Nos pacientes que apresentaram duas ou maisúlceras, as regiões mais freqüentes foram a sacral ecalcâneos. Consi<strong>de</strong>rando a úlcera <strong>de</strong> maior profundida<strong>de</strong><strong>em</strong> cada paciente, 16 (36,4%) apresentaram UP no estágioII, 14 (31,8%) no estágio III e 4 (9,1%) no estágio IV.Entretanto, como este foi um estudo retrospectivo que<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da documentação no prontuário, os resultadosencontrados pod<strong>em</strong> estar sub estimados, uma vez queúlcera <strong>de</strong> pressão no estágio I é <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação maisdifícil se o profissional não tiver um treinamentoespecializado.Na tabela 3, d<strong>em</strong>onstramos a distribuição dos pacientesrelacionando a presença <strong>de</strong> úlcera <strong>de</strong> pressão e onível <strong>de</strong> lesão medular, t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> internação e condição<strong>de</strong> saída do hospital.Observa-se uma maior freqüência <strong>de</strong> UP nos pacientescom lesão no nível cervical, seguidos daqueles comlesão no nível torácico. A investigação <strong>de</strong>sta associaçãoutilizando o teste exato <strong>de</strong> Fisher não encontrou diferençasestatisticamente significantes (p>0,05). A comparaçãoda lesão cervical com lesão <strong>em</strong> outros níveis e apresença ou não da úlcera <strong>de</strong> pressão também não i<strong>de</strong>ntificoudiferenças estatisticamente significantes (p>0,05).A maioria das úlceras ocorreram nos pacientes quepermaneceram hospitalizados mais <strong>de</strong> 15 dias. O testeexato <strong>de</strong> Fisher foi utilizado para investigar esta associação.Para isto, separamos os pacientes <strong>em</strong> dois grupos:com permanência até 15 dias e com permanência maior<strong>de</strong> 16 dias e com presença ou não <strong>de</strong> úlcera <strong>de</strong> pressão.O resultado do teste encontrou uma diferença estatisticamentesignificante, indicando a presença <strong>de</strong> associaçãoentre a úlcera <strong>de</strong> pressão e internação maior <strong>de</strong> 16 dias(p=0,000).As condições <strong>de</strong> saída dos pacientes foram investigadas<strong>em</strong> relação a presença ou não <strong>de</strong> úlcera <strong>de</strong> pressão. Constatamosque dos 45 pacientes que saíram por alta ou transferência,27 tinham úlcera <strong>de</strong> pressão e que dos 9 queforam a óbito, 7 tinham o probl<strong>em</strong>a. O resultado do teste<strong>de</strong> Fisher não encontrou presença <strong>de</strong> associação(p>0,05) entre úlcera <strong>de</strong> pressão e óbito. Os achadosentretanto têm importante significado clínico, pois o pacientecom UP após a alta po<strong>de</strong> ter um agravamento doprobl<strong>em</strong>a e apresentar outras complicações como septic<strong>em</strong>ia.Também os familiares, que irão prestar o cuidadodomiciliar, precisam obter dos profissionais, durante ainternação, informações não somente sobre as medidaspreventivas, mas também sobre o tratamento da úlcera ecomo e on<strong>de</strong> obter os recursos necessários para o cuidado.(6)Outros estudos também i<strong>de</strong>ntificaram resultados s<strong>em</strong>elhantes,com uma maior incidência <strong>de</strong> UP <strong>em</strong> pacientescom lesões <strong>completa</strong>s, mais altas e aumento do t<strong>em</strong>po<strong>de</strong> hospitalização. (8,12)Os efeitos apontam para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoe impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> protocolos, visando tanto aprevenção quanto o tratamento do probl<strong>em</strong>a, para queos pacientes sejam assistidos <strong>de</strong> forma apropriada nohospital e no domicílio. A meta <strong>de</strong> obter a redução dosíndices <strong>de</strong> incidência e prevalência da UP <strong>de</strong>ve serprobl<strong>em</strong>atizada com todos os profissionais da equipe <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, assim como administradores e não somente coma enfermag<strong>em</strong>, dado o caráter multidimensional do probl<strong>em</strong>a.O planejamento das estratégias <strong>de</strong> prevenção etratamento precisa consi<strong>de</strong>rar além da realida<strong>de</strong>institucional, também a condição <strong>de</strong> vida do pacientes edos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> on<strong>de</strong> a assistência é prestada apósa alta, já que o probl<strong>em</strong>a não é solucionado durante ainternação. (6,7)CONSIDERAÇÕES FINAISOs resultados encontrados permitiram i<strong>de</strong>ntificar operfil epid<strong>em</strong>iológico dos pacientes com LTME, atendidos<strong>em</strong> instituição <strong>de</strong> nível terciário, <strong>de</strong> ensino universitáriodo Estado <strong>de</strong> São Paulo, <strong>em</strong> relação as característicasd<strong>em</strong>ográficas dos mesmos, condições do traumamedular e a ocorrência <strong>de</strong> úlcera <strong>de</strong> pressão. Constatamosque os pacientes são predominant<strong>em</strong>ente homens,adultos jovens, solteiros e <strong>de</strong> cor branca. A causa maisfreqüente do trauma foi colisão e capotamento <strong>de</strong> veículos(35,2%), seguido <strong>de</strong> FAF (26%). As ocorrências envolvendoaci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito com diferentes veículos eatropelamentos correspon<strong>de</strong>ram a 48,2% das causas. Otrauma foi mais freqüente no nível torácico (46,3%) doque o cervical (40,7%). O óbito ocorreu mais nos pacientescom lesões no nível cervical (p=0,002). O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>internação foi maior para pacientes com trauma cervicale torácico. Trinta e quatro pacientes (63%) apresentaramUP já na admissão ou durante a hospitalização, compredomínio <strong>de</strong> úlceras superficiais no estágio II. A presença<strong>de</strong> úlcera não estava associada ao nível <strong>de</strong> lesãomedular, mas apresentou associação com o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>internação maior que 16 dias (p=0,000).Há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adoção <strong>de</strong> medidas institucionais,para que o probl<strong>em</strong>a da úlcera <strong>de</strong> pressão no pacientecom LME seja focalizado <strong>de</strong> forma sist<strong>em</strong>ática, visandotanto a prevenção, quanto o tratamento, com a participaçãoda equipe multidisciplinar para abordag<strong>em</strong> do assunto.Os protocolos <strong>de</strong> prevenção e tratamento das úlceras<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser fundamentados nas recomendações dasdiretrizes baseadas <strong>em</strong> evidências, incluindo assim a participaçãodo paciente e cuidador/familiar.32 REME – Rev. Min. Enf; 9(1):29-34, jan/mar, 2005

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