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versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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Estudo da dor <strong>em</strong>...INTRODUÇÃOEste estudo versa sobre a atuação do enfermeiro naavaliação e no controle da dor <strong>em</strong> pacientes com câncerginecológico submetidas à quimioterapia antineoplásica.Tendo <strong>em</strong> vista seu difícil controle, a dor se constituinum gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio a enfermeiros que trabalham <strong>em</strong> terapêuticaoncológica.T<strong>em</strong>-se que o tratamento quimioterápico é extr<strong>em</strong>amenteagressivo, acarretando gran<strong>de</strong> toxicida<strong>de</strong> às pacientesque necessitam submeter-se a ele. Dentre os efeitosadvindos da quimioterapia, a dor é um dos sintomasque muito compromete o sucesso e a a<strong>de</strong>são das pacientesao tratamento, constituindo-se numa gran<strong>de</strong> limitaçãoà terapêutica adotada.Entend<strong>em</strong>os que a falta <strong>de</strong> uma avaliação sist<strong>em</strong>atizadada dor pelo enfermeiro, tenha contribuído paraum ina<strong>de</strong>quado alívio, resultando num controle superficiale, às vezes, ineficaz. Atualmente, a meta <strong>de</strong> meramentereduzir a dor a níveis toleráveis é inaceitável.Com todos os recursos disponíveis <strong>em</strong> analgesia, jánão se permite a idéia <strong>de</strong> um controle parcial da dor,<strong>de</strong>ixando que as pacientes experiment<strong>em</strong> sofrimento<strong>de</strong>snecessário.A mensuração da dor, b<strong>em</strong> como a avaliação <strong>de</strong> seusaspectos qualitativos, antes e após a aplicação <strong>de</strong>quimioterápicos, constitui uma forma útil d<strong>em</strong>onitoramento do quadro álgico relativo ao tratamentoantineoplásico.É útil ao enfermeiro uma <strong>de</strong>scrição precisa e <strong>de</strong>talhadada dor da paciente. Portanto <strong>de</strong>ve-se incentiva-la arelatar o seu <strong>de</strong>sconforto para que se possa terparâmetros para novas condutas e intervenções <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>analisando, assim, a evolução do quadro álgico.Em todo o mundo mais <strong>de</strong> quatro milhões <strong>de</strong> pessoasmorr<strong>em</strong> anualmente <strong>de</strong>vido ao câncer. Segundo a OrganizaçãoMundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS), estas perfaz<strong>em</strong> 10% <strong>de</strong>todas as mortes, e nos países ricos correspond<strong>em</strong> a 20%dos óbitos. Aproximadamente 9 milhões pa<strong>de</strong>c<strong>em</strong> <strong>de</strong> doroncológica significante e perd<strong>em</strong> dias, s<strong>em</strong>anas, meses eanos <strong>de</strong> suas vidas <strong>em</strong> conseqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto, sofrimentoe incapacida<strong>de</strong>s gerados por ela. (1)Estudos isolados revelam que 58% a 80% dos doentesadultos hospitalizados com câncer sofr<strong>em</strong> <strong>de</strong> dor. Doresmo<strong>de</strong>radas a severas estão presentes <strong>em</strong> 30% a 45% nomomento do diagnóstico, <strong>em</strong> 30 a 40% nos estágios intermediários,e finalmente <strong>em</strong> aproximadamente 87% nasfases avançadas. (1)A dor relativa aos tumores ginecológicos ocorre <strong>em</strong>11% dos casos no ovário e <strong>em</strong> 56% no colo do útero <strong>em</strong>todas as fases <strong>de</strong> sua evolução. Na fase avançada estimaseque se manifeste <strong>em</strong> 74% dos casos <strong>de</strong> neoplasias damama, 75% do ovário e 71% do colo do útero. (2)Através da utilização <strong>de</strong> roteiros <strong>de</strong> avaliação serápossível elaborar um plano <strong>de</strong> cuidados no manejo dador, verificar a eficácia das intervenções <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>,avaliar o impacto na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pacientes e aincapacida<strong>de</strong> física ante a dor aguda e crônica.O planejamento da assistência terá como meta principalpromover o máximo <strong>de</strong> conforto possível,minimizando as intercorrências geradas pelo quadro álgicoe então ter<strong>em</strong>os uma melhora substancial na qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida dos pacientes.Este estudo objetiva propor uma avaliação sist<strong>em</strong>atizadada dor pelo enfermeiro <strong>de</strong> modo a permitir umaassistência <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> individualizada, humanizadae integral às pacientes oncológicas, já que este é o profissionalque passa mais t<strong>em</strong>po junto ao paciente. Perceb<strong>em</strong>osque através <strong>de</strong> uma análise criteriosa das síndromesdolorosas, é possível estabelecer um diagnósticoetiológico da dor com maior precisão e, com isso, po<strong>de</strong>r<strong>em</strong>osobter uma maior eficácia nas intervenções <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>.METODOLOGIAPara <strong>de</strong>senvolvimento do presente trabalho e alcancedos objetivos propostos, realizou-se um estudo <strong>de</strong>scritivoexploratório prospectivo, acompanhando-se pacientesportadoras <strong>de</strong> câncer ginecológico, submetidas aquimioterapia antineoplásica na enfermaria <strong>de</strong> ginecologiae obstetrícia do Hospital <strong>Escola</strong> (E. G. O.-H. E.) daFaculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina do Triângulo Mineiro- FMTM, numtotal <strong>de</strong> 24 mulheres.A fim <strong>de</strong> avaliar a presença e o tipo da dor que apaciente sente, foi aplicado um roteiro <strong>de</strong> avaliação dotipo escala numérica e, paralelamente um do tipo escalasimples <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição, contendo informações a respeitoda dor, a todas as pacientes submetidas ao tratamento<strong>em</strong> questão, antes do primeiro ciclo do protocoloquimioterápico proposto, no período <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2002a fevereiro <strong>de</strong> 2003. Foram utilizadas duas escalas <strong>em</strong>paralelo, posto que algumas pacientes po<strong>de</strong>riam apresentardificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> quantificar numericamente sua dor.Os <strong>de</strong>scritores da escala simples <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição foram posteriormentetraduzidos <strong>em</strong> números para que se pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong>somar os dados encontrados.Os instrumentos utilizados foram elaborados com baseno roteiro <strong>de</strong> MCGILL (1) , consagrado internacionalmentepara utilização <strong>em</strong> mensuração <strong>de</strong> dor.Um segundo passo foi a reaplicação do mesmo roteiroàs pacientes, após o terceiro ciclo do tratamento.De posse <strong>de</strong>ssas informações foi possível avaliar apresença e intensida<strong>de</strong> da dor <strong>em</strong> pacientes do grupo <strong>em</strong>estudo e, ainda, associar essa incidência ao uso das drogasque compõ<strong>em</strong> o protocolo quimioterápico utilizadopara cada paciente e ao estado geral da mesma.Para alcance <strong>de</strong>sse último objetivo, os dados obtidospela aplicação do roteiro proposto foram associados adados obtidos <strong>de</strong> um segundo instrumento, já aplicadorotineiramente ao mesmo grupo, que permite a avaliaçãodo estado geral <strong>de</strong> pacientes submetidas aquimioterapia antineoplásica, durante o tratamento.Trata-se da escala <strong>de</strong> KARNOFSKY (1) , <strong>de</strong> amplo uso <strong>em</strong>oncologia.Foram envolvidas no grupo <strong>de</strong> estudo, todas as pacientesque iniciaram o tratamento no período estabelecido,não havendo critérios <strong>de</strong> exclusão, uma vez quefreqüent<strong>em</strong>ente as mesmas iniciam o tratamento <strong>em</strong>questão <strong>em</strong> condições <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r ao roteiro propostoe, ainda, parte-se do pressuposto que essas pacientessão mulheres adultas <strong>em</strong> uso <strong>de</strong> suas capacida<strong>de</strong>s.42 REME – Rev. Min. Enf; 9(1):41-46, jan/mar, 2005

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