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versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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sabidamente dolorosas. Dor forte e queimação forte foramreferidas por 52% dos adultos durante a realização<strong>de</strong> curativos utilizando-se papaína (11) . A analgesia a<strong>de</strong>quadaobjetiva não apenas prover conforto, mas tambémprevenir a ocorrência dos efeitos <strong>de</strong>letérios resultantesda dor <strong>em</strong> neonatos, a ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> alterações metabólicas,aumento da suscetibilida<strong>de</strong> a infecções, aumentoda sensibilida<strong>de</strong> local e alterações no comportamentofuturo da criança.Foi provido aporte calórico através <strong>de</strong> nutriçãoparenteral, mantendo-se o RN <strong>em</strong> jejum por 11 dias,quando então foi associada nutrição enteral (leite maternoou fórmula). O neonato passou a receber nutriçãoenteral plena no 21º dia <strong>de</strong> tratamento. A nutrição ehidratação têm relevância no tratamento <strong>de</strong> lesões, umavez que a cicatrização po<strong>de</strong> ser influenciada por algunsnutrientes, <strong>de</strong>stacando-se carboidratos, proteínas, gordura,vitaminas (A, B12, C, E) e minerais, <strong>em</strong> especialcobre, ferro e zinco. (15)LIMITAÇÕES DO ESTUDOPo<strong>de</strong>-se apontar como limitação do estudo a forma<strong>de</strong> registro <strong>de</strong> acompanhamento da lesão, na Sist<strong>em</strong>atizaçãoda Assistência <strong>de</strong> Enfermag<strong>em</strong> (SAE), que não seapresentava com uniformida<strong>de</strong> entre as diversas anotaçõesdos profissionais envolvidos, como também o fato<strong>de</strong> que n<strong>em</strong> todas as informações necessárias à avaliaçãoconstavam dos impressos analisados <strong>em</strong> prontuário. Nãoforam realizadas medidas <strong>de</strong> diâmetro, profundida<strong>de</strong> daferida, assim como não foram feitos os registros fotográficos<strong>em</strong> intervalos regulares, o que favoreceria melhoranálise evolutiva.Consi<strong>de</strong>ra-se também como limitação a ausência d<strong>em</strong>ensuração <strong>de</strong> escores <strong>de</strong> dor durante a realização doscurativos, pois o estudo foi conduzido antes da implantaçãoda dor como 5º sinal vital na instituição. A dor<strong>de</strong>ve ser avaliada, principalmente, durante procedimentosdolorosos. Há escalas específicas para neonatos, e anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> validação <strong>em</strong> nosso meio faz com queseja necessária sua aplicação.Alguns estudos <strong>de</strong>screv<strong>em</strong> a importância da prevenção<strong>de</strong> lesões <strong>de</strong> pele <strong>em</strong> RN e do tratamento <strong>de</strong> traumasresultantes <strong>de</strong> extravazamento <strong>de</strong> soluções, uso <strong>de</strong>soluções tópicas, r<strong>em</strong>oção <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sivos e necrose porhipoperfusão, fricção e pressão (17,18,19) . Contudo, a escassez<strong>de</strong> publicações, nacionais e internacionais, acerca douso <strong>de</strong> alginato <strong>de</strong> cálcio e papaína especificamente <strong>em</strong>neonatos, dificultou, <strong>de</strong> certa forma, o <strong>em</strong>basamento científicodo tratamento. Assim sendo, as condutas <strong>de</strong>scritaspautaram-se na avaliação criteriosa e diária da lesãoe no conhecimento acerca dos produtos e <strong>de</strong> suaindicação.IMPLICAÇÕES PARA A ASSISTÊNCIA DEENFERMAGEMO avanço tecnológico observado na área neonatalnas últimas duas décadas t<strong>em</strong> permitido a realização <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s intervenções cirúrgicas e proporcionado o aumentoda sobrevida <strong>de</strong> RN grav<strong>em</strong>ente enfermos. Aocorrência <strong>de</strong> lesões <strong>de</strong> pele e feridas tornou-se, conseqüent<strong>em</strong>ente,freqüente <strong>em</strong> neonatos e este fato requerdo enfermeiro conhecimento suficiente para a indicaçãodo tratamento da ferida b<strong>em</strong> como para seu acompanhamento.Acompanhar a evolução da lesão <strong>de</strong>ve fazer parte daprática clínica da equipe <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>, por meio doregistro <strong>de</strong> medidas diárias da ferida, relatos acerca <strong>de</strong>características locais (<strong>em</strong> especial aspecto das margens,presença <strong>de</strong> tecido <strong>de</strong> granulação, necrose e secreção),registros fotográficos <strong>em</strong> intervalos programados. Trata-se<strong>de</strong> medida importante para avaliar a evolução dalesão e direcionar as condutas a ser<strong>em</strong> tomadas.CONSIDERAÇÕES FINAISOs AGE promoveram hidratação e auxiliaram no processo<strong>de</strong> granulação local, o alginato <strong>de</strong> cálcio mostrouseefetivo na redução da exsudação e no <strong>de</strong>sbridamentoautolítico, e a papaína atuou a<strong>de</strong>quadamente como<strong>de</strong>sbridante químico, quando aplicada <strong>em</strong> concentraçãoelevada, e facilitou o processo cicatricial e <strong>de</strong> granulaçãotecidual <strong>em</strong> concentrações diminutas.O tratamento da ferida operatória favoreceu a totalcicatrização da lesão e resultou <strong>em</strong> bom aspecto estéticoe ausência <strong>de</strong> quelói<strong>de</strong>. Para esse caso, a terapêuticainstituída foi efetiva e livre <strong>de</strong> efeitos adversos. Alémdisso, evitou-se a intervenção cirúrgica para<strong>de</strong>sbridamento.Os resultados satisfatórios permit<strong>em</strong> incentivar a utilizaçãoda papaína e do alginato <strong>de</strong> cálcio nessa faixa etária,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as características da lesão sejam compatíveiscom a indicação do produto e que avaliação da lesãoseja contínua.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. Manning SM, Jennings R, Madsen JR. Pathophysiology, prevention,and potential treatment of neural tube <strong>de</strong>fects. Ment Ret Dev Disab2000; 6:6-14.2. Farmer DL, von Koch CS, Peacock WJ, Danielpour M, Gupta N, LeeH, Harrison MR. In utero repair of myelomeningocele: experimentalpathophysiology, initial clinical experience, and outcomes. Archives ofsurgery 2003; 138(8): 872-78.3. Kaplan LC. Defeitos do tubo neural. In: Cloherty JP, Stark AR. Manual<strong>de</strong> neonatologia. 4a ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Medsi; 2000. p.563-72.4. Milhoart TH Miller JI. Neurocirurgia. In: Avery GB, Fletcher MA,MacDonald MG. Neonatologia – Fisiopatologia e tratamento do recém-nascido.4a ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Medsi; 1999. p.1139-62.5. Aguiar MJB, Campos AS, Aguiar RALP, Lana AMA, Magalhães RL,Babeto LT. Defeitos <strong>de</strong> fechamento <strong>de</strong> tubo neural e fatores associados<strong>em</strong> recém-nascidos vivos e natimortos. Jornal <strong>de</strong> Pediatria 2003;79(2): 129-34.6. Perry VL, Albright AL, A<strong>de</strong>lson PD. Operative nuances ofmyelomeningocele closure. Neurosurgery Online 2002; 51(3): 719-24.7. Candido LC. Nova abordag<strong>em</strong> no tratamento <strong>de</strong> feridas. São Paulo:Editora Senac, 2001.8. Borges EL, Chianca TCM. Tratamentos e cicatrização <strong>de</strong> feridas: parteI. Nursing 2000; 3(21):24-9.9. Borges EL, Chianca TCM. Tratamentos e cicatrização <strong>de</strong> feridas: parteII. Nursing 2000; 3(27):25-9.REME – Rev. Min. Enf; 9(1):84-88, jan/mar, 2005 87

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