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versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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<strong>de</strong> apresentação da pesquisadora, informando-o sobreo objetivo da pesquisa, a que se <strong>de</strong>stinava a utilizaçãodos dados e compromisso <strong>de</strong> sigilo quanto às informaçõescedidas. A concordância dos sujeitos informantes<strong>em</strong> participar do processo <strong>de</strong> investigação incluiu a autorizaçãopara a gravação, na íntegra, dos <strong>de</strong>poimentose divulgação dos dados.A CONSTRUÇÃO DOS DADOS EMPÍRICOSComo forma <strong>de</strong> captar a realida<strong>de</strong> <strong>em</strong>pírica, duas etapasforam consi<strong>de</strong>radas: a observação direta do trabalhodas equipes e a entrevista individual, com um roteiros<strong>em</strong>i-estruturado. Uma vez gravado, o conteúdo das entrevistasfoi, <strong>em</strong> seguida, transcrito e proce<strong>de</strong>u-se àcodificação com a perspectiva <strong>de</strong> se garantir o anonimatodos entrevistados. As entrevistas foram numeradas<strong>de</strong> 1a 20, indicando a ord<strong>em</strong> <strong>em</strong> que foram realizadas.Na análise das informações obtidas através da entrevistaindividual, e após várias leituras, utilizou-se o procedimentoanalítico <strong>de</strong> Análise do Discurso, com o propósito<strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r os t<strong>em</strong>as e as figuras <strong>de</strong> significaçãocontidas no discurso e, <strong>em</strong> seguida, categorizá-los porsimilarida<strong>de</strong> (5-6) .RESULTADOS E DISCUSSÃOA segmentação e interpretação dos textos narrativospossibilitaram a construção <strong>de</strong> duas categorias <strong>em</strong>píricas:Organização das práticas sanitárias que se articuloucom as subcategorias <strong>de</strong>nominadas Mo<strong>de</strong>loAssistencial e Vigilância à Saú<strong>de</strong> (VS) e o Processo<strong>de</strong> trabalho do ACS na equipe do PSF com assubcategorias: O trabalho do ACS; O ACS e afamília;O ACS e a equipe.ORGANIZAÇÃO DAS PRÁTICASSANITÁRIASPo<strong>de</strong>-se dizer que a passag<strong>em</strong> do mo<strong>de</strong>lo tradicional,tecnicista, biologicista, individual, para um inovador, mediantea adscrição da clientela a uma equip<strong>em</strong>ultiprofissional, se apresentou como um movimento dinâmicoe contínuo requerendo dos trabalhadores e dapopulação convivência com as contradições, com os limitese possibilida<strong>de</strong>s das atuais políticas <strong>em</strong>anadas pelosórgãos governamentais que se constro<strong>em</strong> e se reproduz<strong>em</strong><strong>em</strong> um processo caracterizado por avanços e retrocessos.As possibilida<strong>de</strong>s, aqui relacionadas, diz<strong>em</strong> respeitoà concordância e ao apoio institucional, representadopelo então Secretário Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, com a<strong>de</strong>rênciaao propósito <strong>de</strong> in<strong>versão</strong> do mo<strong>de</strong>lo assistencialvigente. Os limites são muitos, porém, <strong>de</strong>stacam-se a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> um maior suprimento <strong>de</strong> insumos, a disponibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> recursos humanos <strong>em</strong> qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong>e um sist<strong>em</strong>a eficaz <strong>de</strong> referência e contra-referência.MODELO ASSISTENCIALMo<strong>de</strong>los assistenciais são formas <strong>de</strong> organizaçãotecnológica concebida como modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizaçãodo trabalho e como um saber. São estruturados para oenfrentamento <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as no processo <strong>de</strong> prestaçãodo serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. (7) Hoje se convive, <strong>de</strong> forma contraditóriaou compl<strong>em</strong>entar, com mo<strong>de</strong>los assistenciaisdiversos, como o mo<strong>de</strong>lo médico assistencial privativistaque enfatiza a assistência médico-hospitalar e serviços<strong>de</strong> apoio diagnóstico e terapêutico. Essa prática, consolidadahá anos, permeia o senso comum da população, aformação dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, configurando-secomo um mo<strong>de</strong>lo heg<strong>em</strong>ônico consolidado e direcionadopelo enfoque biologicista e por ações curativas.Paralelamente, coexiste um mo<strong>de</strong>lo assistencial sanitaristaorientado por ações <strong>de</strong> natureza epid<strong>em</strong>iológicae sanitária pelo controle <strong>de</strong> vetores, imunização, educaçãoe saú<strong>de</strong>, saneamento e ativida<strong>de</strong>s advindas dos programasespeciais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, <strong>em</strong>anadas pelo MS.Como mo<strong>de</strong>lo alternativo e estruturante, observa-se ummovimento a favor da VS, enfatizando a importância <strong>de</strong>um marco explicativo do processo saú<strong>de</strong>/doença que integree articule ações intersetoriais com intervençõesespecíficas na promoção da saú<strong>de</strong>, prevenção <strong>de</strong> agravos,recuperação e reabilitação <strong>em</strong> dupla dimensão: individuale coletiva. (8) No cenário <strong>de</strong>ste estudo, a estratégiado PSF <strong>de</strong>staca-se como uma proposta <strong>de</strong> mudançada lógica da concepção tradicional do processo saú<strong>de</strong>/doença fundamentado na causa e efeito, <strong>de</strong> forteconotação da atenção médica, para o da produção socialda saú<strong>de</strong> estabelecendo novas formas <strong>de</strong> gestão com o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s inovadoras aproximandoa população da produção/oferta e consumo das ações eserviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. (9)Evi<strong>de</strong>ncia-se nos discursos dos entrevistados que hojese trabalha com responsabilização da equipe do PSF pelaárea <strong>de</strong> abrangência, <strong>de</strong>finida a priori. Tal fato r<strong>em</strong>etepara um <strong>de</strong>slocamento da figura do médico, consi<strong>de</strong>rado,secularmente, como eixo central da assistência à saú<strong>de</strong>,conforme se observa nos seguintes <strong>de</strong>poimentos“... quer dizer, o ACS ajuda também nessa<strong>de</strong>scentralização da figura do médico, muitas vezesa população procura o ACS para estar passando oseu caso. Não é só direto médico direto consulta.Ele também ajuda nessa... nessa <strong>de</strong>scentralizaçãomesmo da figura médica que é comum no outromo<strong>de</strong>lo (ENF. 3.27)”...”a nossa equipe hoje trabalhacom um número <strong>de</strong> famílias já <strong>de</strong>finidas. O médico, o enfermeiro ,t<strong>em</strong> que gostar do trabalho doPSF que é b<strong>em</strong> diferente <strong>de</strong> qualquer trabalho quefaria o médico <strong>em</strong> um posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> sósimplesmente aten<strong>de</strong>r um paciente que está doentee pronto. Você aqui é outra coisa.Você t<strong>em</strong> quesaber que vai visitar famílias carentes ,que muitasvezes a casa está supre-suja e você t<strong>em</strong> <strong>de</strong> apoiarno ACS para modificar o estilo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ssafamília(Méd.1.40)”.Esses discursos permit<strong>em</strong> revelar que as ações <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> estão sendo compartilhadas com outros m<strong>em</strong>brosda equipe e que não se limitam ao atendimento oferecidona UBS, indo além <strong>de</strong>ssa função primeira. As queixasdos indivíduos são vistas <strong>de</strong>ntro e fora da UBS, e o gran<strong>de</strong><strong>de</strong>safio t<strong>em</strong> consistido <strong>em</strong> localizar a d<strong>em</strong>anda individualno contexto social.O ACS, reconhecido como espeque no PSF, encontra-sena linha <strong>de</strong> frente <strong>de</strong>sse processo realizando a buscaREME – Rev. Min. Enf; 9(1):59-64, jan/mar, 2005 61

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