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versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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INTRODUÇÃOA consulta <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> é uma ativida<strong>de</strong> implícitanas funções do enfermeiro que, usando <strong>de</strong> sua autonomiaprofissional, assume a responsabilida<strong>de</strong> quanto àsações e intervenções <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> a ser<strong>em</strong> <strong>de</strong>terminadas<strong>em</strong> face dos probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong>tectados, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> prestar os cuidados que se fizer<strong>em</strong> necessários;ministrar orientações indicadas no momento; encaminharpara outros profissionais quando a competência <strong>de</strong>resolução do probl<strong>em</strong>a fugir do seu âmbito <strong>de</strong> ação. (1)A consulta <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> à criança é uma dasativida<strong>de</strong>s realizadas pelo enfermeiro <strong>de</strong>ntro do sist<strong>em</strong>a<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir serviços <strong>de</strong>stinadosa alcançar os objetivos do Programa <strong>de</strong> AtençãoIntegral à Saú<strong>de</strong> da Criança-PAISC. Esse programa foiinstituído pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>, <strong>em</strong> 1984, com o propósito<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver um acompanhamento sist<strong>em</strong>áticodo crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento, b<strong>em</strong> como resolver,a partir das unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a maioriados agravos à saú<strong>de</strong> da criança menor <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong>ida<strong>de</strong>. (2)O acompanhamento e a avaliação contínua do crescimentoe <strong>de</strong>senvolvimento da criança evi<strong>de</strong>nciam, precoc<strong>em</strong>ente,os transtornos que afetam a sua saú<strong>de</strong> e,fundamentalmente, sua nutrição, sua capacida<strong>de</strong> mentale social. Permit<strong>em</strong>, ainda, a visão global da criança, inseridano contexto <strong>em</strong> que ela vive, individualizada na sua situaçãopregressa e evolutiva, possibilitando o atendimentohumanizado na medida <strong>em</strong> que se conhec<strong>em</strong> melhoras suas relações no ambiente familiar. (3)Com a implantação e impl<strong>em</strong>entação das ações doPAISC, através da consulta <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> nos serviçosbásicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, reacen<strong>de</strong>-se uma nova esperança paraa criança <strong>em</strong> termos da melhoria da assistência prestada,e, para o enfermeiro, um melhor posicionamento profissional.As ações governamentais do PAISC voltadas para aprevenção <strong>de</strong> doenças e promoção à saú<strong>de</strong> da criançacontribuíram para o aumento crescente do contingentedas crianças que vêm sobrevivendo <strong>em</strong> nosso paístendo como indicador <strong>de</strong>sse processo a queda na taxa<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil <strong>de</strong> 70,9 óbitos por 1000 nascidosvivos <strong>em</strong> 1984, para 28,6 óbitos por 1000 nascidosvivos <strong>em</strong> 2001 (4)Em 1997 implantou-se a consulta <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> <strong>em</strong>um Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte/MG, como forma<strong>de</strong> acompanhar o crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento dosfilhos <strong>de</strong> mães adolescentes. Esta ativida<strong>de</strong> passou a fazerparte <strong>de</strong> um Projeto <strong>de</strong> Extensão da <strong>Escola</strong> <strong>de</strong> Enfermag<strong>em</strong>da <strong>UFMG</strong>, intitulado “Assistência sist<strong>em</strong>atizada à adolescentee seu filho no Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> São Paulo”, oqual integra docentes e alunos/bolsistas da graduação.Inicialmente, com o <strong>de</strong>correr do projeto, fomos percebendoque aumentava a cada dia o número <strong>de</strong> mãesadolescentes freqüentes à consulta <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>, sendonecessário ampliarmos o número <strong>de</strong> consultas diárias.Mas, para nossa surpresa, observávamos que algumasadolescentes, consi<strong>de</strong>radas assíduas, não vinham mais àsconsultas. Preocupadas com essa situação, sentimos necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver um estudo que indicasse osmotivos que as levaram a abandonar a consulta <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>.Apesar <strong>de</strong> todo <strong>em</strong>penho dispensado pelas enfermeirase alunas bolsistas na sensibilização das adolescentespara a continuida<strong>de</strong> do acompanhamento do crescimentoe <strong>de</strong>senvolvimento do filho através da consulta<strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>, elas estavam se afastando <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>.Começamos então a questionar: O que levaria asmães adolescentes a abandonar a consulta <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>direcionada para o acompanhamento do crescimentoe <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus filhos? Os motivos do abandonoestariam relacionados à forma como são atendidasna consulta? Os seus filhos, atingindo <strong>de</strong>terminada ida<strong>de</strong>,não precisariam mais do acompanhamento do crescimentoe <strong>de</strong>senvolvimento? Deixariam a consulta pornão acreditar<strong>em</strong> nesta ativida<strong>de</strong>? Ou ainda por questõessocioeconômicas e culturais?Esses questionamentos nos impulsionaram à realizaçãodo presente estudo, que t<strong>em</strong> por objetivo i<strong>de</strong>ntificaros motivos que levaram as mães adolescentes a abandonara consulta <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> direcionada ao acompanhamentodo crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seufilho, na faixa etária <strong>de</strong> 0 a 5 anos.Acreditamos que este estudo po<strong>de</strong>rá indicar formas<strong>de</strong> melhorar a assistência prestada às mães adolescentese seus filhos no Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, assim como contribuirpara a produção científica na enfermag<strong>em</strong> e na saú<strong>de</strong>,uma vez que, ao fazermos o levantamento bibliográficonas várias fontes <strong>de</strong> informação do conhecimento, constatamosa carência <strong>de</strong> assuntos relacionados com at<strong>em</strong>ática abordada.METODOLOGIATrata-se <strong>de</strong> um estudo exploratório, retrospectivo,realizado no Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> São Paulo, unida<strong>de</strong> da Prefeitura<strong>de</strong> Belo Horizonte-MG.Os sujeitos que participaram do estudo foram as adolescentesatendidas pelo projeto, que abandonaram aconsulta <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> para o acompanhamento do crescimentoe <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus filhos. Foi consi<strong>de</strong>radamãe adolescente, aquela que tinha até 20 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>na data <strong>de</strong> nascimento <strong>de</strong> seu filho. Caracterizou-seabandono como a ausência a três consultas <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>,consecutivas.A coleta <strong>de</strong> dados, inicialmente, foi feita por meio dolevantamento <strong>de</strong> todos os prontuários das criançasagendadas no período <strong>de</strong> fevereiro a <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2002,<strong>em</strong> busca <strong>de</strong> mães adolescentes que abandonaram a consulta<strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>. Foram i<strong>de</strong>ntificados 17 abandonos.Desse total, 13 participaram do estudo, já que 4 mãesnão residiam mais na área <strong>de</strong> abrangência do centro <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>.Após o levantamento do número total <strong>de</strong> abandonos,foram realizadas entrevistas s<strong>em</strong>i-estruturadas comas mães adolescentes <strong>em</strong> seus domicílios, utilizando-separa isto um questionário contendo questões fechadasvisando a coleta <strong>de</strong> dados pessoais e resi<strong>de</strong>nciais, alémda seguinte questão aberta: “O que levou você a abandonaro acompanhamento do crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> seu filho(a)?” (ANEXO).REME – Rev. Min. Enf; 9(1):52-58, jan/mar, 2005 53

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