A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FAMÍLIA…Estado, como “válvula <strong>de</strong> segurança das revoltas e conflitossociais (...) Interessa, portanto, ao Estado canalizartodas as energias individuais ou coletivas para a esferadoméstica, <strong>de</strong>sviando-as da contestação e <strong>de</strong> reivindicaçõessociais”. Contar, portanto, com a família na organizaçãoe impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> novas práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é referendara importância do papel <strong>de</strong>ssa instituição.CONSIDERAÇÕES FINAISEstudar a família possibilita um melhor entendimentoda estrutura das socieda<strong>de</strong>s e do seu <strong>de</strong>senvolvimentoeconômico, social, político e cultural. Para o profissionalque atua na área da saú<strong>de</strong>, conhecer as diferençasregionais, os grupos sociais, a época, o local, os valorese as tradições culturais, enfim, a realida<strong>de</strong> social e histórica<strong>de</strong> cada socieda<strong>de</strong>, dinamiza e enriquece a assistênciaprestada.A família, como instituição social, é capaz <strong>de</strong> promovertransformações sociais, adaptando-se às normas vigentes<strong>em</strong> cada período histórico e facilitando a adaptação<strong>de</strong> seus m<strong>em</strong>bros aos novos valores e condições sociaise econômicas. Nesse contexto, contar com a famíliacomo parceira da assistência é contar com um aliado po<strong>de</strong>rosona implantação das novas políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Essas novas políticas e os mo<strong>de</strong>los assistenciais daíadvindos têm, cada vez mais, incluído e às vezes responsabilizadoo indivíduo e a família pela impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong>novas formas <strong>de</strong> cuidado. Pod<strong>em</strong>os citar como ex<strong>em</strong>ploso autocuidado, o home care, o cuidador da assistênciadomiciliar, o Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, etc.Por isso, é necessário enten<strong>de</strong>r criticamente essa organizaçãopara tê-la como parceira fundamental <strong>em</strong> qualquerprática <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> inovadora que venha a ser implantadae não como <strong>de</strong>fensora do status quo.Redirecionar a nossa prática, através da capacitação<strong>de</strong> novos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> aptos a atuar <strong>de</strong> acordocom a realida<strong>de</strong> das novas políticas assistenciais e comesse ator fundamental que é a família, possibilitará que ohom<strong>em</strong> seja visto <strong>em</strong> sua totalida<strong>de</strong> e não esfacelado nosocial, no psíquico, no biológico.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1 – Wright MW, Leahey M. Enfermeiras e famílias: um guia para avaliaçãoe intervenção na família. São Paulo: Roca; 2002.2 - Bottomore T, Editor. Dicionário do pensamento marxista. Rio <strong>de</strong>Janeiro: Jorge Zahar; 1988.3 – Chauí MS. O que é i<strong>de</strong>ologia. São Paulo: Brasiliense; 1981.4- Engels F. A orig<strong>em</strong> da família, da proprieda<strong>de</strong> privada e do Estado.15ª ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil; 2000.5 - Finley MI. D<strong>em</strong>ocracia antiga e mo<strong>de</strong>rna. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Graal;1988.6 - Ariès P, Duby G. História da vida privada: do Império Romano aoano mil. São Paulo: Companhia das Letras; 1990.7 - Antonetti G. A economia medieval. São Paulo: Atlas; 1977.8 - Le Goff J. Para um novo conceito <strong>de</strong> Ida<strong>de</strong> Média. Lisboa: Estampa;1980.9 – Ariès P. História social da criança e da família. 2ª ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro:Zahar; 1981.10 – Gurevitch AL. As categorias da cultura medieval. Lisboa: Caminho;1991.11- Freire EAL. A mulher na Ida<strong>de</strong> Média: serva ou musa? Rev DeptoHistória da <strong>UFMG</strong> set/1988; n.7. p.155-157.12 - Le Goff J. L’imaginaire médiévale. Paris: Gallimard; 1991.13 – Elias N. A socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Corte. 2ª ed. Lisboa: Estampa; 1995.14 – Prado D. O que é família. São Paulo: Brasiliense; 1983.76 REME – Rev. Min. Enf; 9(1):70-76, jan/mar, 2005
OFICINAS DE SENSIBILIDADE E CRIATIVIDADE COM UMGRUPO DE ADOLESCENTES INSTITUCIONALIZADOSRelatos <strong>de</strong>ExperiênciaSENSITIVITY AND CREATIVITY WORKSHOPS WITH A GROUP OFINSTITUTIO NALIZED ADOLESCENTSTALLERES DE SENSIBILIDAD Y CREATIVIDAD CON GRUPOS DEJÓVENES INSTITUCIONALIZADOSLeila M<strong>em</strong>ória Paiva Moraes 1Violante Augusta Batista Braga 2RESUMOObjetivamos <strong>de</strong>screver a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> oficinas realizadas com um grupo <strong>de</strong> adolescentes institucionalizados, buscandoapreen<strong>de</strong>r os sentimentos dos adolescentes, quanto à sua relação com as drogas. Usamos o referencial teóricometodológicoda sociopoética. Realizamos oito oficinas <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> e criativida<strong>de</strong> - uma <strong>de</strong> planejamento e tomada<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões com o grupo-pesquisador, quatro <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> dados, duas <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> indicadores e uma <strong>de</strong> restituição<strong>de</strong>stes. Consi<strong>de</strong>ramos que o grupo propiciou aprendizado entre co-pesquisadores, com oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r<strong>em</strong>uns com os outros, resgatar<strong>em</strong> a auto-estima, fazer<strong>em</strong> a auto<strong>de</strong>scoberta, falar<strong>em</strong> <strong>de</strong> suas vidas e sentimentos quanto àsdrogas e um espaço terapêutico.PALAVRAS CHAVES: Adolescente institucionalizado; Prática <strong>de</strong> grupo; Dependência <strong>de</strong> drogas; Pesquisa <strong>em</strong> enfermag<strong>em</strong>;Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> grupos.ABSTRACTThe intention was to <strong>de</strong>scribe the running of workshops with a group of institutionalized adolescents, seeking to un<strong>de</strong>rstandtheir feelings in their relation with drugs. Socio-poetics was used as the theoretical and methodological framework. Weheld eight workshops for sensitivity and creativity: one for planning and <strong>de</strong>cision making with the research group, four toproduce data, two to analyze indicators and one to restitute these. We consi<strong>de</strong>red that the group provi<strong>de</strong>d learningamong the co-researchers, with an opportunity to learn with each other, recover self-este<strong>em</strong> through self-discovery, talkabout their life and feelings towards drugs and a therapeutic opportunity.KEY WORDS: Institutionalized Adolescent; Group Practice; Drug Abuse; Nursing Research; Coordination of Groups.RESUMENEl objetivo <strong>de</strong>l presente estudio es <strong>de</strong>scribir la coordinación <strong>de</strong> talleres llevados a cabo con un grupo <strong>de</strong> jóvenesinstitucionalizados buscando captar lo que sienten con respecto a su relación con las drogas. Utilizamos el referenteteórico y metodológico <strong>de</strong> la sociopoética. Realizamos ocho talleres <strong>de</strong> sensibilidad y creatividad, uno <strong>de</strong> planificación ytoma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisiones con el grupo investigador, cuatro <strong>de</strong> producción <strong>de</strong> datos, dos <strong>de</strong> análisis <strong>de</strong> indicadores y uno <strong>de</strong>restitución. Consi<strong>de</strong>ramos que el grupo propicia el aprendizaje entre los coinvestigadores, con oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>runos con los otros, <strong>de</strong> rescatar el amor propio, <strong>de</strong>scubrirse a sí mismos, hablar <strong>de</strong> sus vidas y sentimientos ante lasdrogas y un espacio terapéutico.PALABRAS CLAVE: Jóvenes Institucionalizados; Práctica <strong>de</strong> Grupo; Depen<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> Drogas; Investigación enEnfermería; Coordinación <strong>de</strong> Grupos1 Enfermeira. Mestra <strong>em</strong> Enfermag<strong>em</strong>. Docente do Curso <strong>de</strong> Enfermag<strong>em</strong> do Departamento <strong>de</strong> Enfermag<strong>em</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará. M<strong>em</strong>bro do Grupo<strong>de</strong> Pesquisa “Políticas e Práticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>”.2 Enfermeira. Doutora <strong>em</strong> Enfermag<strong>em</strong>. Docente da Graduação e Pós-Graduação do Departamento <strong>de</strong> Enfermag<strong>em</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará. Lí<strong>de</strong>r doGrupo <strong>de</strong> Pesquisa “Políticas e Práticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>”.En<strong>de</strong>reço para correspondência: Rua Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro 50 B-713, Bela vista, Fortaleza –Ce, Cep. 60441-150. e-mail: leilammp@bol.com.brREME – Rev. Min. Enf; 9(1):77-83, jan/mar, 2005 77