João Cointha, um heterodoxo na França AntárticaPalha, publicado em 1896, 42 que há uma edição anterior àquela <strong>de</strong>scrita porInocêncio Francisco da Silva. Tal edição, citada por Palha, não possui data etraz importante nota manuscrita do século XVIII, lembrando que “foi impressoem Lx. a 1566, segunda vez este livro, e esta impressão he a primeira ediversifica em parte huma da outra que ambas tenho”. Portanto, a edição doParadoxo <strong>de</strong> 1566 é a segunda <strong>de</strong>ssa obra <strong>de</strong> João Cointha, uma vez que a primeiranão traz a data. Na pesquisa realizada, pu<strong>de</strong>mos constatar a existência <strong>de</strong>cinco exemplares impressos e um manuscrito apógrafo do Paradoxo.O livro <strong>de</strong> Cointha permaneceu com apenas essas duas edições do séculoXVI. Embora constasse que “foi visto e aprovado este Paradoxo pelos <strong>de</strong>putadosda Santa Inquisição e Ordinário”, a sua não-reedição se <strong>de</strong>ve, provavelmente,ao fato <strong>de</strong> seu autor ter sido morto na fogueira por crime <strong>de</strong> heresia,tornando a obra <strong>de</strong> tão difícil acesso, que motivou o aparecimento <strong>de</strong> exemplaresmanuscritos. Isso se comprova, ao examinar, no Catálogo dos Manuscritos daBiblioteca Pública Eborense, 43 um exemplar do livro Paradoxo, em que há uma notainformando que aquela cópia fora transcrita com letra do século XVIII. Deve-senotar que, apesar <strong>de</strong> o Paradoxo nunca mais ter sido estampado em línguaportuguesa, foi publicado em francês, sem o nome <strong>de</strong> João Cointha, em Paris,em 1605, por Nicolas du Fossé, segundo informam Sousa Viterbo 44 e IsraelSalvador Révah. 45 Ao pesquisar na Biblioteca Nacional da França, no <strong>de</strong>partamento<strong>de</strong> impressos reservados, não encontramos a edição francesa, citada porViterbo e Révah, mas tivemos a alegria <strong>de</strong> encontrar, em ótimo estado, a ediçãoportuguesa <strong>de</strong> Marcos Borges <strong>de</strong> 1566.42 PALHA, Fernando. Catalogue <strong>de</strong> la Bibliothèque <strong>de</strong> M. Fernando Palha. Lisbonne: Libanjo da Silva, 1896,p. 92, n. o 374.43 RIVARA, Joaquim Heliodoro da Cunha. Catálogo dos Manuscritos da Biblioteca Pública Eborense. Notas<strong>de</strong> Joaquim Antônio <strong>de</strong> Sousa Telles <strong>de</strong> Mattos. Lisboa: Imprensa Nacional, 1871, tomo IV, parte I,p. 261.44 VITERBO, Sousa. Op. cit., p. 646.45 RÉVAH, J. S.J. Cointha, Sieur <strong>de</strong>s Boulez, exécuté par l’Inquisition <strong>de</strong> Goa en 1572. Estrattodagli Annali <strong>de</strong>ll’Istituto Universitario Orientale – Sezione Romanza. Napoli, 1961, p. 73.35
Paulo Roberto PereiraQuando Antônio Joaquim Anselmo publicou a Bibliografia das Obras Impressasem Portugal no Século XVI, 46 <strong>de</strong>dicou um precioso capítulo ao editor MarcosBorges. Lá <strong>de</strong>screveu os livros Paradoxo ou Sentença Filosófica contra a Opinião doVulgo e Católica e Religiosa Admoestação a Sujeitar o Homem, sem Entendimento à Obediênciada Fé. No seu fundamental trabalho, o cioso bibliógrafo português <strong>de</strong>monstrounão ter visto exemplares dos livros <strong>de</strong> João Cointha, colhendo as informações<strong>de</strong> segunda mão.Rubens Borba <strong>de</strong> Moraes, na sua monumental Bibliographia Brasiliana, estudandoos dois livros <strong>de</strong> Bolés, não consegue precisar o número <strong>de</strong> exemplares.Quanto ao Paradoxo, afirma ele que “existem algumas cópias da segunda edição,<strong>de</strong> 1566, <strong>de</strong>ntre elas a que se encontra na Biblioteca Nacional do Rio <strong>de</strong>Janeiro”. 47 Sobre a obra Católica e Religiosa Admoestação, transcreve o comentário<strong>de</strong> Anselmo <strong>de</strong>monstrando <strong>de</strong>sconhecê-la completamente. Francisco Leite <strong>de</strong>Faria, no seu imprescindível Livros Impressos em Portugal no Século XVI Existentes naBiblioteca Nacional do Rio <strong>de</strong> Janeiro, 48 constata a existência <strong>de</strong> apenas dois exemplaresdo livro Paradoxo. Portanto, o incansável pesquisador português não conheceuo terceiro exemplar, que tivemos o privilégio <strong>de</strong> examinar e que também seencontra na principal biblioteca do Brasil.Quanto à localização dos exemplares conhecidos <strong>de</strong>sses dois livros <strong>de</strong> Cointha,a situação atual é a seguinte: do Paradoxo, o primeiro exemplar impresso,encontra-se no Fundo Fernando Palha, da Biblioteca da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Harvard,editado em Lisboa por Marcos Borges, sem data, em que, pelo colofão,vê-se que se trata da primeira edição. Os outros quatro exemplares impressosem segunda edição, saídos em Lisboa, também pelo impressor Marcos Borges,46 ANSELMO, Antônio Joaquim. Bibliografia das Obras Impressas em Portugal no Século XVI. Lisboa:Biblioteca Nacional, 1915, pp. 99 e 337-338.47 MORAES, Rubens Borba <strong>de</strong>. Bibliografia Brasiliana. Revised and enlarged edition. Los Angeles:UCLA Latin American Center Publications / Rio <strong>de</strong> Janeiro: Kosmos, 1983, 2 vols. Vol. I, p. 189.Cit.: “A few copies exist of the second edition, of 1566, amongst them, the one in the BibliotecaNacional in Rio <strong>de</strong> Janeiro.”48 FARIA, Francisco Leite <strong>de</strong>. Livros Impressos em Portugal no Século XVI Existentes na Biblioteca Nacional doRio <strong>de</strong> Janeiro. Coimbra: Coimbra Editora, 1979, p. 17.36
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