56pensando no sustento dos seus <strong>de</strong>mais filhos, e na esperança <strong>de</strong>a filha ter um futuro melhor. A irmã da patroa, todavia, pensa emutilizar a garota em trabalhos domésticos em casa. O grupo, enquantoPromotoras Legais Populares, é procurado pela mãe dacriança e <strong>de</strong>ve tentar orientá-la legalmente e pensar em formas<strong>de</strong> prevenção para que o caso não ocorra mais no bairro. Levarem consi<strong>de</strong>ração: se a mãe aceitar, comete crime ou não; se, apatroa e irmã <strong>de</strong>la cometem um crime também, com as ações<strong>de</strong>scritas; e quais instituições procurar.Caso 2: A mãe <strong>de</strong> família muito pobre no bairro vai a um hospitalpúblico da cida<strong>de</strong> com o seu filho <strong>de</strong> 10 anos, por esse tersofrido uma fratura no braço. No hospital, ela recebe a oferta <strong>de</strong>um médico, no valor <strong>de</strong> R$8.000,00, por um dos rins da criança,que é muito saudável, alegando que será para “salvar a vida” <strong>de</strong>um senhor que mora na Alemanha e precisa <strong>de</strong>sse órgão para sobreviver<strong>de</strong> uma doença renal, e que não há riscos <strong>de</strong> vida para acriança, já que o ser humano necessita <strong>de</strong> apenas <strong>de</strong> um rim paraviver. O grupo, enquanto Promotoras Legais Populares, é procuradopela mãe da criança e <strong>de</strong>ve tentar orientá-la legalmente epensar em formas <strong>de</strong> prevenção para que o caso não ocorra maisno bairro. Levar em consi<strong>de</strong>ração: se a mãe aceitar, comete crimeou não; se, o médico e o alemão cometem um crime também,com as ações <strong>de</strong>scritas; e quais instituições procurar.Caso 3: A filha <strong>de</strong> uma vizinha do grupo, <strong>de</strong> 19 anos, muito bonita,recebe a oferta <strong>de</strong> um “agenciador <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los”, que a “<strong>de</strong>scobre”na rodoviária do Plano Piloto, para atuar como mo<strong>de</strong>lo na Espanha.A família da garota é <strong>de</strong> classe média alta e ela possui bonsestudos. A mãe da garota tem medo que, na realida<strong>de</strong>, o trabalho<strong>de</strong>la lá seja <strong>de</strong> prostituta, até por suspeitar que a garota já realizeesse tipo <strong>de</strong> trabalho, por ela nunca dizer em que trabalha, noperíodo da noite, no Plano. O grupo, enquanto Promotoras LegaisPopulares, é procurado pela mãe da garota e <strong>de</strong>ve tentar orientá-lalegalmente e pensar em formas <strong>de</strong> prevenção para o caso. Levar emconsi<strong>de</strong>ração a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> o trabalho ser <strong>de</strong> prostituição ou não(se em um caso seria crime e no outro não, ou se é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte)e a variação <strong>de</strong> a garota ser ou não prostituta no Brasil (se em umcaso seria crime e no outro não, ou se é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte).Caso 4: Uma moradora do bairro trabalha em período <strong>de</strong> colheita,em uma plantação <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar, na zona rural <strong>de</strong> Goiás,e relata para suas companheiras Promotoras Legais Popularesque sua origem é, na verda<strong>de</strong>, maranhense e que por lá passoumuito aperto, pois era levada <strong>de</strong> caminhão para trabalhar emfazendas no Pará, <strong>de</strong> domingo a domingo, sem ganhar nenhumtostão como pagamento, com a <strong>de</strong>sculpa <strong>de</strong> que ela o havia “co-CIDADANIA, DIREITOS HUMANOS E TRÁFICO DE PESSOASManual para Promotoras Legais Populares2ª edição revisada e ampliada
57mido” todo, quando comia a comida que era dada pelos “gatos”(contratadores <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra a serviço do fazen<strong>de</strong>iro). Contatambém que havia, inclusive, crianças e adolescentes, os quaisela duvidava que estivessem acompanhados pela mãe/pai, masque, quando a Polícia Rodoviária parava, a criança confirmavaque um dos “gatos” era seu tio. Um dia ela conseguiu fugir, nãosabe nem explicar como, e tem medo <strong>de</strong> <strong>de</strong>nunciar. O que fazer?Tempo sugerido: 15 minutos2º Passo: Cada grupo <strong>de</strong>verá respon<strong>de</strong>r as seguintes perguntas:- O caso apresentado configura uma violência?- O caso apresentado configura um crime? Que tipo?- Quais as medidas que po<strong>de</strong>mos tomar e quais instituiçõespo<strong>de</strong>mos buscar, justificando a resposta: a) prevenir que casoscomo esses aconteçam; b) proteger as vítimas <strong>de</strong> casos comoesse; e c) <strong>de</strong>nunciar casos como esseTempo sugerido: 45 minutos3º passo: Os grupos <strong>de</strong>verão apresentar suas conclusões pormeio <strong>de</strong> apresentações teatrais (apresentação do caso analisadoe da orientação dada)Tempo previsto: 40 minutos4º passo: Apresentação da Re<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Enfrentamentoao Tráfico <strong>de</strong> Pessoas e do papel das instituições, utilizando oselementos fáticos e conceituais apresentados pelos grupos.Tempo sugerido: 40 minutosObjetivo: Refletir e compreen<strong>de</strong>r o papel <strong>de</strong> cada instituiçãoque compõe a Re<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Enfrentamento ao Tráfico <strong>de</strong>Pessoas.Tempo aproximado: 2h20minMaterial necessário: quadro, giz, cartolina, papel, canetas, lápis<strong>de</strong> cor, tesouras, colas e baralhos.CIDADANIA, DIREITOS HUMANOS E TRÁFICO DE PESSOASManual para Promotoras Legais Populares2ª edição revisada e ampliada
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