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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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o cinema industrial disponibiliza. Nem por isso o filme recusa a magia<br />

do cinema. Talvez o filme pudesse prescindir de alguma das sequências<br />

reiterativas do agente solitário em sua nave-contêiner iluminada por<br />

efeitos de luz de baile, e chacoalhada por fora para sugerir movimento.<br />

Mas a reverência à imaginação dos personagens dessa viagem se associa<br />

a outras viagens. As alusões são muitas: por exemplo, podemos pensar<br />

em 2001 – Uma Odisséia no Espaço, filme de 1968 de Stanley Kubrick,<br />

em uma viagem no tempo e no espaço sideral, a anos-luz de distância<br />

da Terra, o personagem se encontra consigo mesmo – passado e futuro.<br />

Kubrick imaginou um futuro em que viagens intergalácticas levam a<br />

humanidade ao seu próprio reencontro, antecipando o esgotamento da<br />

ansiedade modernista pela busca incessante por domesticar o desconhecido,<br />

este situado cada vez mais longe em um infinito que é sucessivamente<br />

atualizado no espaço sideral, o cineasta visionário nos trazia<br />

de volta a nós mesmos – não como indivíduos isolados, mas como uma<br />

espécie esgarçada por séculos de “evolução”.<br />

No caminho do rap, mas para além da denúncia, e no caminho da sugestão<br />

de convenções próprias, há aqui ação concreta de ampliação do escopo<br />

do espaço público virtual pela via do manuseio imaginativo das técnicas<br />

e convenções do cinema. Um cinema que busca na magia tosca alguma<br />

transcendência, ou para usar Deleuze, uma fabulação que sugere devires.<br />

O CINEMA IMAGINATIVO DE ADIRLEY QUEIRÓS 115

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