Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
TV Visita, e o negócio dá os seus mais de dois, três milhões de acessos na<br />
primeira conta, que caiu, dá muito acesso. As pessoas começam a pedir o<br />
Funk TV Visita e a gente começa a realizar. E aí surge o VAI: “Mano, alguém<br />
pode pagar esse projeto cultural”, que até então não era rentável,<br />
alguém pode pagar por isso. Porque é osso também você sair e ficar o dia<br />
inteiro sem comer, gravando um trabalho pra pôr na internet: “Mano, alguém<br />
tem que pagar por isso”, exatamente porque a gente tá mostrando o<br />
funk como uma forma de geração de renda, como cultura, como trabalho,<br />
enfim. E aí a gente deu início, fomos aprovados e arrebentamos de fazer<br />
as produções, tudo mais.<br />
NEGRO JC: Só contemplar, é bom ressaltar que a nossa proposta no funk<br />
vem dentro do que a gente aprendeu e viveu muito no rap, no hip-hop.<br />
A nossa ideia de gravar os programas da Funk TV é esta: é você chegar<br />
num baile funk, que é um outro mundo, que não é seu, lá você se vê 5 mil<br />
pessoas e fala: “Caramba, cinco mil pessoas reunidas aqui, um monte de<br />
jovens, então tem uma ideia pra trocar aqui, dá pra trazer uma mensagem,<br />
umas ideias positivas pra esse pessoal que tá aqui, né, meu”. Então a Funk<br />
TV nasce com a proposta de trabalhar o funk como cultura também, como<br />
arte, entendeu? É o moleque que não depende mais das grandes gravadoras<br />
pra fazer a música dele, pra fazer a música dele tocar, é uma música que<br />
não depende da rádio nem da televisão pra fazer sucesso. A Funk TV vem<br />
muito com essa proposta. Meu, funk quem tá fazendo são os moleques da<br />
periferia, entendeu? São os moleques que não têm ou não tinham perspectiva<br />
de vida nenhuma, que era o meu caso também, quando eu era novo,<br />
jovem, adolescente, não tinha essa perspectiva de vida. Então, meu, vamos<br />
entrar, usar essa ferramenta que é a câmera, o microfone, e vamos trocar<br />
uma ideia com essa rapaziada aí. E a Funk TV ganhou força por causa disso,<br />
porque no segmento a gente era os únicos que estavam nisso, dando a voz<br />
e relatando, retratando os artistas com qualidade.<br />
WILQ: De uma forma não estereotipada.<br />
NEGRO JC: Exatamente.<br />
210 QUEBRADA?