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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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estéticos na busca por uma comunicação popular (e não populista) e por<br />

estabelecer um diálogo crítico com o público.<br />

Portanto o uso do termo <strong>vídeo</strong> popular confere ao Coletivo de Vídeo<br />

Popular de São Paulo uma carga histórica, não no sentido de enxergar uma<br />

imagem “eterna” do passado mas uma imagem do passado como experiência<br />

coletiva, não de realizar uma ação de volta ao passado mas de trazer<br />

fragmentos do passado para o presente; presente não entendido como<br />

transição para o futuro impulsionado pelos sopros do progresso, mas como<br />

espaço/tempo em que escrevemos a história do nosso ponto de vista. A importância<br />

do Coletivo de Vídeo Popular de São Paulo de se conectar com os<br />

sentidos políticos e culturais da ABVP está em se religar a uma experiência<br />

de audiovisual popular que foi interrompida no início dos anos 1990 com<br />

o desenvolvimento do neoliberalismo no Brasil e, a partir dessa compreensão<br />

histórica, entender a relação entre criação audiovisual e sociedade<br />

e se posicionar dentro dessa relação.<br />

Conclusão: identidade de classe<br />

Essa definição de identidade do Coletivo de Vídeo Popular de São Paulo, exposta<br />

até aqui, aproxima os coletivos (e indivíduos) de sua identidade com<br />

a classe trabalhadora. Com isso retomo, para concluir este artigo, o debate<br />

sobre o conceito de <strong>vídeo</strong> popular a partir da reflexão de Stuart Hall sobre<br />

o termo popular do conceito de cultura popular. O estudo de Hall trabalha<br />

com três definições de popular no sentido de entender seu potencial crítico<br />

dentro do desenvolvimento do capitalismo no século XXI. Embora não seja<br />

a nomenclatura utilizada pelo intelectual jamaicano, é possível nomear as<br />

definições de popular da seguinte maneira: comercial, descritivo-antropológica<br />

e dialético-histórica. Hall é contrário às duas primeiras definições e<br />

afirma o caráter positivo da terceira. A reflexão e cotejo dessas três definições<br />

contribuem para situar o <strong>vídeo</strong> popular na perspectiva de cultura popular<br />

como cultura da classe trabalhadora com condições operativas de crítica.<br />

O período histórico que engloba os anos de atuação da ABVP e o<br />

momento contemporâneo no qual surgiu o Coletivo de Vídeo Popular de<br />

70 QUEBRADA?

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