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Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.

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• O custo de produção e dos equipamentos. Na época, os equipamentos básicos<br />

de gravação e edição tinham o formato VHS ou Super VHS, que possuíam<br />

evidentes limites técnicos, mas eram os únicos acessíveis: uma câmera custava<br />

cerca de 1.500 dólares, dez vezes menos do que equipamentos profissionais<br />

(nos antigos formatos U-Matic e, posteriormente, Betacam). Além da câmera, o<br />

maior limitador da produção estava nas características da ilha de edição, que era<br />

on-line, feita em corte seco; isto é, sem recursos de tratamento ou mixagem de<br />

imagem, tinha apenas um simples controlador das duas máquinas play e record.<br />

A pós-produção ou uma simples fusão de imagens exigia mais equipamentos<br />

e maior sofisticação em sua operação, que escapava da realidade e do conhecimento<br />

técnico dos grupos produtores. Recursos como o gerador de efeitos<br />

videotoaster, de baixo custo, trouxeram ao final dos anos 1980 um pouco mais<br />

de criatividade e acabamento nas produções. 3<br />

• A deficiente formação técnica e de repertório dos produtores. Ainda que o<br />

conteúdo e a abordagem dos temas fossem interessantes, a precária formação<br />

técnica, operacional e de repertório dos realizadores era evidente. Em geral,<br />

os grupos eram híbridos, com integrantes oriundos de escolas de comunicação,<br />

ou com formação em cinema e TV, misturados com ativistas vindos<br />

dos movimentos <strong>sociais</strong> e das <strong>lutas</strong> populares, que tinham intensa vivência<br />

dos problemas retratados nos <strong>vídeo</strong>s, mas pouca referência com relação ao<br />

universo audiovisual. Os programas deixavam em segundo plano ou até negligenciavam<br />

aspectos estéticos, ou de intervenção dos realizadores no conteúdo<br />

dos depoimentos e das entrevistas. A edição, a supressão de trechos ou<br />

remontagem de partes dos discursos de lideranças e especialistas eram pouco<br />

comuns. Em realidade, a maior parte dos integrantes desses grupos não assistia<br />

a programas de televisão ou filmes de forma metódica nem estudava<br />

3 Esse problema foi atenuado quando a ABVP recebeu recursos para implantar ilhas<br />

de edição com melhor qualidade (semiprofissionais) em várias capitais brasileiras,<br />

com o objetivo de cedê-las aos produtores populares e, assim, colaborar com a<br />

melhoria da qualidade de finalização dos programas. Vários desses centros de pósprodução<br />

foram as sementes de canais comunitários locais.<br />

VÍDEO E MOVIMENTOS SOCIAIS – 25 ANOS DEPOIS 43

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