Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
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democráticas. Como afirma McChesney,“contra o capital organizado é fundamental<br />
uma sociedade civil organizada”. 9<br />
O sucesso da democracia depende, em parte, da existência da livre<br />
troca de informações através do discurso público. “Sem um serviço público<br />
de informação não se pode construir uma democracia saudável”, afirma<br />
Ceasar McDowell, ex-presidente do Civil Rights Forum on Communications<br />
Policy, no site da instituição. 10 O fórum é na realidade uma coalizão<br />
de organizações civis e grupos comunitários para o estudo e o debate de<br />
questões centrais da contemporaneidade em sua interface com os meios<br />
de comunicação e as tecnologias da informação.<br />
Ressaltar o papel da sociedade civil não implica, contudo, negligenciar<br />
o papel do Estado. Na área de comunicação, é preciso superar a ideia<br />
de que democracia se faz sem intervenção estatal, na lógica do “quem pode<br />
se estabelece”. Historicamente, aqueles que têm mais recursos financeiros<br />
e o discurso organizado e sistematizado (que facilitam bastante a produção<br />
de programas) acabam dominando a programação não só das grandes<br />
emissoras comerciais, mas também das comunitárias. É o caso das igrejas,<br />
das entidades políticas, das ONGs, entre outras. A promoção da diversidade<br />
e da pluralidade numa programação deve prever estratégias para aqueles<br />
que não se encaixam nessa realidade ou que não têm a vocação de uma<br />
produção regular semanal para TV, mas têm o potencial de fazer programas<br />
pontuais ou transmissões únicas.<br />
O movimento de <strong>vídeo</strong>, que ganha novos contornos nesta segunda<br />
década dos anos 2000, tem o privilégio de contar com significativa experiência<br />
e literatura acumuladas de reflexões e <strong>lutas</strong> anteriores. Conta<br />
também com tecnologias de comunicação e informação que convergem e<br />
avançam em alta velocidade. Conta, sobretudo, com a possibilidade concreta<br />
de dialogar com estruturas de governo democráticas e de participar<br />
da discussão e do estabelecimento de políticas públicas para as áreas<br />
9 Robert W. McChesney, Rich Media, Poor Democracy (New York: The New Press,<br />
2000), 318.<br />
10 Ver .<br />
VÍDEO E MOVIMENTOS SOCIAIS – 25 ANOS DEPOIS 53