Volume 6 - Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais - Via: Ed. Alápis
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
Em Quebrada? Cinema, vídeo e lutas sociais, 6° volume da coleção CINUSP, pesquisadores e realizadores de diversas regiões do Brasil colocam suas inquietações sobre atores sociais emergentes, cujo lugar na historiografia do cinema brasileiro ainda é uma incógnita, apesar da calorosa discussão e presença laureada em festivais de cinema nacional e internacional.
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
WILQ: Mas de alguma forma as ONGs continuam fortes, né?<br />
NEGRO JC: Sem dúvida, mas eu acho que ainda não tem jeito de fugir das<br />
ONGs, sabe. Seja grande ou seja pequena. Eu acho que as ONGs têm um papel<br />
importante, e um papel fundamental, meu. Assim, principalmente nas<br />
periferias, porque são referências, entendeu? Você precisa ter as referências<br />
positivas. Por exemplo, no meu caso quando eu era criança, não tinha<br />
referência na televisão: “Pô, eu quero ser igual aquele fulano, igual aquele<br />
ciclano”, entendeu? Já na adolescência, graças a Deus, a gente conheceu o<br />
rap, o hip-hop, que foi a visão que foi dada pra linha de vida.<br />
WILQ: Nesse sentido tem o Centro de Formação da Cidade Tiradentes,<br />
que foi inaugurado recentemente. Como vocês acham que um<br />
espaço público vai oferecer curso técnico – inclusive já tá saindo o<br />
Pronatec de audiovisual? Como vocês acham que o centro cultural<br />
pode potencializar o trabalho de vocês, ou vice-versa, vocês ajudarem<br />
no centro cultural?<br />
MONTANHA: Eu acho que é importante, mas é importante estar perto,<br />
tanto a gente perto deles quanto eles também perto da gente, né. Acho<br />
que eles também precisam vir procurar e a gente tem que ir até eles também,<br />
até mesmo porque a gente já conhece e tem mais propriedade sobre<br />
as demandas do bairro, sobre o que exatamente. Antigamente: “Vamos<br />
construir campo de futebol”, mas essa não era a demanda real do bairro,<br />
né? Agora tá se fazendo um monte de agente cultural por aí, só que não<br />
tá dando a condição. É só tomar cuidado um pouco com isso: Pra onde vai<br />
caminhar? Quer fazer? Faz, mas pra onde vai encaminhar? Vai trabalhar<br />
onde? Você entendeu?<br />
WILQ: Fala um pouco do Funk TV, como ele surgiu. É uma continuidade<br />
da Filmagens, é um braço, é um projeto novo?<br />
MONTANHA: A Filmagens Periféricas estava muito devagar, mas a gente<br />
sempre fazia um trabalhinho ou outro quando era chamado. E um dia<br />
fomos gravar um samba, desse trabalho uma outra pessoa ligou pra nós,<br />
falou: “Meu, tem uma gravação de um DVD de funk pra acontecer”. Eu,<br />
208 QUEBRADA?