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JANOV, Arthur. Grito Primal, O

Terapia Primal: A cura das neuroses.

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9 - A RESPIRAÇÃO, A VOZ E O GRITO<br />

Freud acreditava que os sonhos eram "a estrada real para o inconsciente." Se<br />

é que há essa "estrada real", ela talvez se encontre na respiração profunda. Para<br />

alguns pacientes, o uso da técnica de respirar fundo, junto com outros métodos,<br />

realmente ajuda a liberar a tremenda força da Dor dentro do corpo.<br />

Um estudo feito cerca de uns vinte e cinco anos atrás também mostra a<br />

possibilidade de alguma ligação entre a respiração e o aborrecimento. 15 Um grupo de<br />

pessoas às quais se havia pedido que pensassem em coisas agradáveis foi<br />

subitamente convidado a pensar em coisas desagradáveis. A sua respiração tornouse<br />

mais acelerada. Mais recentemente, uma investigação sobre o problema da<br />

hiperventilação chegou à conclusão que as deficiências da respiração estavam muito<br />

ligadas à ansiedade. Além disso, durante os testes feitos a esse respeito o<br />

pesquisador fez pressão sobre a parte mais baixa do peito com a palma da mão para<br />

provocar uma inspiração mais profunda. Em quase todos os casos isso teve como<br />

resultado logo a seguir uma demonstração de emoção junto com choro e a revelação<br />

de importante material histórico. 16<br />

Wilhelm Reich fez a observação que a inibição da respiração estava associada<br />

à inibição de sentimentos: "Pois tornou-se claro que a inibição da respiração era o<br />

mecanismo psicológico da supressão e repressão da emoção, e consequentemente o<br />

mecanismo básico da neurose. 17<br />

Reich acreditava que os distúrbios respiratórios nos neuróticos eram o<br />

resultado de tensão abdominal e prosseguia descrevendo como isso produz a<br />

respiração insuficiente e como, quando apavorada, uma pessoa pode suster a<br />

respiração por meio de constrição do abdômen.<br />

Assim, a técnica de respiração profunda é usada durante a Terapia <strong>Primal</strong> para<br />

trazer o paciente para mais próximo de seus sentimentos. Muitos pacientes meus<br />

referiram-se a diferenças na respiração depois da terapia, e somente depois de<br />

haverem começado a respirar fundo é que perceberam como era insuficiente a sua<br />

respiração anterior. Dizem que agora já sentem como "o ar vai até o fundo" quando<br />

respiram. Dentro do contexto <strong>Primal</strong> isso significa que não mergulham em suas Dores<br />

no decorrer dos acontecimentos comuns, e mostra que uma das funções da<br />

15 J. E. Finesinger, "The Effect of Pleasant and Unpleasant Ideas on the Respiratory Pattern in Psychoneurotic Patients,"<br />

American Journal of Psychiatry, Vol. 100 (1944)<br />

16 B. I. Lewis, "Hyperventilation Syndromes; Clinicai and Physiological Evaluation," Califórnia Medicine, Vol. 91 (1959).<br />

17 Reich, op. cit.

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