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JANOV, Arthur. Grito Primal, O

Terapia Primal: A cura das neuroses.

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"Eu acho que não era só a minha mente que estava torta. Era também o meu<br />

corpo. Antes de entrar nisto eu dizia a mim mesmo que estava ficando louco. Alguma<br />

coisa estalou- me na cabeça e aí esta sequência física começou. Acho que foi porque<br />

minha mente finalmente desistiu da luta e de toda a irrealidade e o corpo pôde<br />

então voltar à realidade perfeitamente ereto. Eu agora ando desembaraçado como<br />

um diferente ser humano. Nunca antes em minha vida consegui cruzar as pernas<br />

como agora faço nem tampouco virar completamente o pescoço, por mais estranho<br />

que isso pareça. Agora já faço tudo isso. Só posso chegar à conclusão que estava<br />

numa espécie de camisa-de-força mental com os pensamentos bitola- dos, numa<br />

espécie de molde material que me mantinha espremido numa forma estranha."<br />

Nós já ficamos tão acostumados a ver as emoções normais que é difícil<br />

mostrar a tremenda força da <strong>Primal</strong>. A profundidade e amplidão de suas sensações<br />

são quase inacreditáveis. Também é difícil explicar a sua grande variedade e<br />

estranhas qualidades. Será bastante dizer que quando uma sensação pode<br />

convulsionar um ser humano, quando pode causar gritos dilacerantes, isso é uma<br />

prova da enorme pressão contínua existente sobre os neuróticos. O que é espantoso<br />

é que tantos neuróticos não consigam senti-la diretamente. Sentem por meio de<br />

aperto no peito, nó no estômago ou quando a cabeça parece que vai explodir.<br />

O processo <strong>Primal</strong> leva os pacientes a uma região raramente vista, até mesmo<br />

nos consultórios de psicoterapeutas. É ainda mais raramente compreendida. É uma<br />

viagem sistemática, perfeitamente planejada, do homem dentro de si mesmo.<br />

Quando os pacientes finalmente atingem as primeiras sensações catastróficas de<br />

saber que eram desprezados, odiados ou incompreendidos, o sentimento epifânico<br />

da completa solidão, eles percebiam completamente por que se haviam desligado e<br />

como se fossem crianças conseguiam passar por aquilo e continuar vivendo. Quando<br />

observamos esses pacientes em paroxismos de dor ao chegarem a tais sensações, é o<br />

mesmo que contemplar toda a profundeza do sentimento humano. Em todos os<br />

meus anos de terapia convencional eu nunca observei ou mesmo compreendi o que<br />

era realmente o sentimento. Claro que vi muito choro e agonia, mas há uma enorme<br />

distância entre o chorar e entre experiência <strong>Primal</strong>.<br />

Aqui está como um paciente contou as suas experiências na Terapia <strong>Primal</strong>:<br />

"O sentimento numa <strong>Primal</strong> que tenha qualquer associação com<br />

acontecimentos na infância, em qualquer ocasião depois do split, é um pedaço do<br />

verdadeiro eu, de um eu real que não pode ser experimentado sem voltar para antes<br />

do split. Daí a importância para a Terapia <strong>Primal</strong> das experiências ou cenas da<br />

primeira infância. Elas ajudam a sentir os pedaços do eu verdadeiro associando a dor<br />

aos incidentes específicos até a hora em que possa ser a essência do seu verdadeiro<br />

eu. Por exemplo, se eu estiver numa sessão em que minha mãe esteja me<br />

repudiando, é provável que diga, "não me mande embora, mamãe." Não há palavras<br />

para o puro sentimento dessa <strong>Primal</strong>. O sentimento é o meu próprio eu e as palavras

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