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JANOV, Arthur. Grito Primal, O

Terapia Primal: A cura das neuroses.

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Os pacientes maníacos atendidos por mim, muitas vezes espíritos brilhantes,<br />

chegavam a escrever quase um livro em três ou quatro semanas.<br />

O que distingue a psicose da neurose é o grau e a complexidade da<br />

simbolização. Na neurose ainda há muito contato com a realidade ao passo que na<br />

psicose isso já talvez não exista mais e a pessoa pode estar envolvida pelo<br />

simbolismo, já não podendo mais diferenciar entre símbolos e realidade. Com a<br />

continuação do processo de deterioração, a pessoa pode chegar a não saber mais<br />

quem é, onde está ou em que ano vive.<br />

Os resultados do uso do LSD parecem confirmar uma das principais hipóteses<br />

Primais, ou seja, que a neurose começa a manter-nos afastados da realidade de<br />

nossos sentimentos e que esses mesmos sentimentos, quando experimentados nos<br />

primeiros anos devida, podem levar à loucura. O estímulo de todas as sensações<br />

Primais de maneira repentina e artificial com o uso de uma droga pode levar às<br />

mesmas possibilidades de loucura.<br />

Nos primeiros tempos da pesquisa do LSD, a droga era conhecida como um<br />

agente psicotomimético (imitador de psicose). Era usado para o estudo da psicose.<br />

No princípio não houve muita preocupação porque acreditava-se que a droga<br />

produzia a psicose que, no entanto, desaparecia, quando ela não era mais<br />

administrada, mas o entusiasmo logo cessou quando apareceram casos em que isso<br />

não aconteceu. O resultado foi que o LSD foi condenado para a maior parte dos fins<br />

de pesquisa, já para não falar do seu uso generalizado.<br />

Eu acredito que o LSD não somente imita a psicose como também produz uma<br />

loucura real, embora muitas vezes passageira. Além disso, eu não acredito que as<br />

propriedades intrínsecas da droga tenham alguma coisa a ver com as reações<br />

bizarras, a não ser até onde estimulam sensações em demasia.<br />

Alguns meses atrás, uma moça de vinte e um anos que fora diagnosticada em<br />

um hospital neuropsiquiátrico como "pós-LSD esquizofrênica" veio a nós para<br />

tratamento <strong>Primal</strong>. Havia ingerido grandes doses do ácido depois de alguns cigarros<br />

de maconha e durante o efeito do ácido entrou em estado de pânico. Quando<br />

acabou o efeito da droga ela começou a sentir coisas estranhas. Sentia-se levantada<br />

da cadeira e levada para fora e outras vezes fitava desesperadamente uma lâmpada<br />

acesa sem saber o que estava vendo realmente.<br />

Foi enviada ao hospital neuropsiquiátrico para observação, ingeriu<br />

tranquilizantes e dentro de uma semana estava de volta em casa. Continuava na<br />

mesma dentro da irrealidade e depois de algumas semanas comecei a tratá-la. Caiu<br />

logo em transe <strong>Primal</strong> onde começou a reviver a experiência com o LSD por sua<br />

própria iniciativa. Começou a dizer "tudo me cheira a merda. Há merda nas paredes.<br />

Meu Deus, está em toda a parte. Eu nem posso limpar-me." (Aí tentou limpar- se mas<br />

eu lhe disse o que era) Oh! Oh! Vou ficar maluca. Quem sou eu? Quem sou eu? (Eu a

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