Observatório CONCEITOS DE MOBILIDADE UM AVIÃO? NÃO! UM CARRO VOADOR! Será um avião? Um drone? Não exatamente! É um automóvel voador! A NEC acaba de dar um primeiro passo – ou voo, se quisermos... – no sentido de tirar o automóvel do asfalto e de o apontar ao céu. Para já, o projeto encontra-se ainda numa fase experimental. O teste centrou-se no ato de descolagem, tendo sido realizado numa área delimitada para garantir a segurança deste carro-voador, um protótipo da New Corp. O veículo, não tripulado, tem um formato em tudo idêntico ao de um drone, embora gigante, e levantou voo durante apenas um minuto, mas alcançou uma altura de três metros, através dos comandos, a partir do solo, por controlo remoto. Na opinião do vice-presidente da empresa, Abiko, Norihiko Ishiguro, em declarações à Bloomberg, “a NEC acredita que uma revolução de viagens, centrada em carros voadores, vai acontecer. E quando chegar a hora, a empresa fornecerá A EMPRESA NIPÓNICA NEC DÁ UM PULO GIGANTE NO DESENVOLVIMENTO DOS AUTOMÓVEIS VOADORES. PARA JÁ, O PROTÓTIPO AINDA SÓ DESCOLOU, MAS, EM 2023, O PROJETO SERÁ REALIZAR ENTREGA DE MERCADORIA POR VIA AÉREA por Jorge Flores tecnologia e serviços como base na gestão/administração”. Autónomos pelo ar Graças ao sucesso da experiência, a nipónica NEC garante uma posição privilegiada na grelha de partida, entre as grandes empresas (Uber, Airbus, Volocopter e Boeing, por exemplo), para a corrida generalizada aos veículos voadores autónomos. Mas até ver a luz do dia, o protótipo ainda terá de voar muito. São diversos os problemas ainda por resolver. O maior deles prende-se com a vida útil da bateria. O modelo recorre à tecnologia EVtol (significa descolagem e aterragem vertical elétrica, numa tradução livre), que pretende ser menos dispendiosa e silenciosa do que a utilizada nos helicópteros. Investimento de risco Por enquanto, o investimento da NEC é ainda considerado de risco. De tal maneira, que o Japão criou o “Fundo Drone”, reunindo um grupo de capitais de risco de modo a financiar grande parte dos projetos de modelos voadores autónomos. Ainda em 2018, Fumiaki Ebihara, analista do Ministério da Economia japonês, afirmara que estava “na hora” de os veículos voadores se tornarem reais, devido às inovações em termos de motores e baterias”. As afirmações ganham agora sentido. Em construção, pelas mãos do governo nipónico, encontra-se ainda um campo de testes, em Fukushima, na zona da central nuclear onde aconteceu a catástrofe provocada pelo maremoto do sismo de 11 de março de 2011. O objetivo final será criar infraestruturas tecnológicas para assegurar que, a partir de 2023, as viagens diárias de entrega de mercadoria sejam realiza<strong>das</strong> (também) por via aérea. l 14 Setembro I 2019 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com 14_ObservatórioREV.indd 14 25/08/2019 20:53
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