Jornal das Oficinas 166
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EMPRESA<br />
SABUGALAUTO<br />
HISTÓRIA EM FAMÍLIA<br />
A SABUGALAUTO COMEMOROU, EM 2018, 20 ANOS DE EXISTÊNCIA. AINDA QUE O SEU REGISTO COMERCIAL<br />
PERMITA DEFINI-LA COMO “ADOLESCENTE”, NA ÁREA DA DISTRIBUIÇÃO DE PEÇAS A EMPRESA DO SABUGAL<br />
TEM A EXPERIÊNCIA DE UMA ORGANIZAÇÃO MADURA por Joana Calado<br />
Em 1998, José Araújo trocou a cosmopolita cidade<br />
de Lisboa pelo sossego da província, mudando-se para<br />
o Sabugal, onde tinha raízes familiares. Foi aqui<br />
que fundou, há mais de 20 anos, a Sabugalauto. Começou<br />
sozinho, mas foi crescendo aos poucos, chegando,<br />
hoje, aos sete colaboradores. Agora, mais de<br />
duas déca<strong>das</strong> volvi<strong>das</strong>, o filho, Luís Silva, assume a<br />
posição de gerente ao leme da Sabugalauto. “Os 20<br />
anos são uma sensação fantástica”, afirma, com orgulho.<br />
Por isso, a data foi assinala com pompa e circunstância.<br />
“Fizemos uma renovação do logótipo da<br />
empresa e realizámos um evento com clientes, fornecedores<br />
e alguns fabricantes, onde estiveram todos<br />
envolvidos num saudável convívio, algo que creio ser<br />
inédito no distrito da Guarda”, explica o gerente ao<br />
nosso jornal.<br />
Expansão arriscada<br />
A história da Sabugalauto está, inevitavelmente, ligada<br />
ao risco desde a sua fundação. José Araújo arriscou<br />
quando partiu de Lisboa para o Sabugal em 1998<br />
para abrir uma empresa, tendo arriscado ainda mais<br />
quando abriu, em 2013, uma loja de Pinhel, ano em<br />
que o país atravessava uma crise económica e financeira.<br />
A premissa da abertura da nova loja foi a mesma<br />
que o tinha levado a fundar a empresa: oferecer<br />
aos clientes daquela região uma relação de proximidade.<br />
Até a Sabugalauto abrir as suas lojas, a área era<br />
servida, maioritariamente, por players sem estrutura<br />
física na região. “Abrir a nossa filial de Pinhel não foi<br />
arriscar. Foi arriscar imenso. Não conhecíamos a zona,<br />
não tínhamos clientes. Apostámos muito na criação<br />
da loja. Acreditámos que conseguíamos fazer a<br />
diferença pela proximidade. E a prova está no crescimento<br />
da faturação e no aumento de clientes que<br />
continuamos a ter”, revela Luís Silva.<br />
TopPartner AS Parts<br />
Apesar de a “eletrificação” e da “hibridização” ainda<br />
não se fazer sentir no interior norte do país, a Sabugalauto<br />
prepara-se para esta realidade. “Já temos fer-<br />
SABUGALAUTO<br />
Gerente Luís Silva<br />
sede Rua Alves Redol, n.° 15, Lj. Dt. A,<br />
6320 - 352 Sabugal<br />
Telefone 271 753 624<br />
Email sabugalauto@sapo.pt<br />
Site www.sabugalauto.pt<br />
ramentas para estes veículos e temos parceiros muito<br />
vocacionados para eles. Mas ainda nos chegam poucas<br />
solicitações para estes veículos”, explica o gerente.<br />
No entanto, sendo este tema não o futuro mas o<br />
presente, é necessário apostar em formação. “Consideramos<br />
a formação uma ferramenta chave do nosso<br />
negócio. E este é um dos aspetos que distingue a<br />
Sabugalauto dos restantes players locais. Apostamos<br />
em dar formação aos clientes. Nos híbridos, é muito<br />
importante formar as oficinas. Estamos a trabalhar<br />
para isso”, assegura Luís Silva.<br />
E em relação à automação? Afinal, caminhamos a<br />
passos largos para os veículos autónomos. “Os veículos<br />
autónomos são um futuro ainda distante. Ainda<br />
não começámos a preparar-nos para eles”. Contudo,<br />
para o gerente, o futuro a curto prazo poderá<br />
ser preocupante. “Um dos problemas que iremos ter<br />
é que o consumidor não considerará o veículo como<br />
seu, ou seja, não terá o sentimento de posse da viatura<br />
e não irá preocupar-se com a sua manutenção ou<br />
limpeza. Irá ser como uma torradeira ou um microon<strong>das</strong>”,<br />
compara.<br />
A Sabugalauto é um dos TopPartner da AS Parts,<br />
sendo este o seu principal parceiro. “Foi uma aposta<br />
que fizemos no projeto quando nos foi apresentado e<br />
estamos satisfeitos”, refere Luís Silva. No entanto, a<br />
empresa não trabalha, em exclusivo, com este distribuidor,<br />
até porque a prioridade é satisfazer o cliente.<br />
Por isso, faz diversificar o seu stock. Apesar de, para a<br />
Sabugalauto, o importante não ser ter muitos parceiros,<br />
mas os parceiros certos. “A relação de confiança<br />
que tem de haver entre importador e distribuidor é<br />
o mais importante. O mesmo se passa com a oficina,<br />
que tem de olhar para o seu distribuidor como um<br />
parceiro no qual pode confiar”, alerta o responsável.<br />
Futuro risonho<br />
A mercado pode contar com a expansão da Sabugalauto.<br />
Depois de Pinhel, o gerente revela vontade em<br />
alargar território. Apesar disso, a estratégia de manter<br />
uma relação de proximidade com o cliente poderá<br />
trazer percalços em todo este processo. “A dificuldade<br />
é sempre a de manter a nossa identidade e<br />
de passarmos os valores que defendemos enquanto<br />
empresa, conforme vamos contratando novos colaboradores<br />
e alargando a nossa área de ação”, explica.<br />
Apesar da vontade de continuar a crescer, Luís Silva<br />
alerta que “o mercado está como os outros todos: saturado<br />
de players com pouca qualidade, que tentam<br />
sempre chegar ao cliente e fazer guerra de preços. Ou<br />
não ganhado dinheiro ou vendendo material de baixa<br />
qualidade”.<br />
Estar tão próximo da fronteira com Espanha acaba<br />
por trazer dissabores ao gerente da Sabugalauto. “Os<br />
espanhóis vêm vender a Portugal e a oficina, como<br />
não paga o IVA na compra, pensa que está a fazer um<br />
bom negócio ao adquirir mais barato, quando numa<br />
compra nacional também abate o IVA. Isto traduz-se<br />
num problema de falta de informação”, enfatiza.<br />
Luís Silva considera mesmo que, perante as dificuldades<br />
que vai encontrando no seu caminho, o apoio<br />
da AS Parts tem sido fundamental. “Atualmente, é<br />
muito difícil estar no mercado e ser competitivo sem<br />
se estar associado, direta ou indiretamente, a um<br />
grupo ou a uma central de compras, visto que as vantagens<br />
são muitas, como, por exemplo, melhores preços,<br />
auxílio nas formações e apoio em eventos”, conclui<br />
o gerente. l<br />
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