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Jornal das Oficinas 166

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ENTREVISTA<br />

PAULO AREAL, PRESIDENTE DA ANCIA<br />

OS CENTROS DE INSPEÇÃO TERÃO<br />

UM PAPEL CADA VEZ<br />

MAIS PREPONDERANTE<br />

NA NOSSA SOCIEDADE<br />

A EVOLUÇÃO DOS CENTROS DE INSPEÇÃO AUTOMÓVEL TEM SIDO MUITO POSITIVA. NA OPINIÃO DE PAULO<br />

AREAL, PRESIDENTE DA ANCIA, O CONTRIBUTO DO SETOR PARA A SEGURANÇA RODOVIÁRIA É GRANDE, MAS<br />

LAMENTA A EXISTÊNCIA DE TANTOS OPERADORES por Jorge Flores<br />

Reconduzido na presidência da Associação Nacional<br />

de Centros de Inspeção Automóvel (ANCIA)<br />

há dois anos, Paulo Areal realça a evolução positiva<br />

do setor, nos últimos tempos. Destaca o papel<br />

crucial dos centros na promoção da segurança<br />

rodoviária e defende o alargamento <strong>das</strong> inspeções<br />

a todos os veículos motorizados. Em entrevista ao<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>, o responsável lamenta a existência<br />

de demasiados operadores no setor e reclama<br />

uma alteração dos requisitos técnicos aplicados<br />

pelos centros de inspeção relativos ao controlo<br />

de emissões, que, segundo explica, devem “evoluir<br />

rapidamente para formas mais rigorosas de inspeção”.<br />

Foi reeleito há pouco mais de dois anos. Na altura,<br />

estabeleceu como prioridade reforçar a “reputação<br />

técnica e social” do setor. Que balanço pode fazer<br />

da evolução do mesmo nestes dois últimos anos?<br />

Ao longo dos últimos anos, o setor fez uma evolução<br />

bastante significativa, tendo-se verificado um reforço<br />

da credibilidade <strong>das</strong> inspeções junto da opinião pública,<br />

em resultado do rigor e credibilidade do trabalho<br />

desenvolvido pela generalidade dos operadores.<br />

É indiscutível que estamos perante um setor que tem<br />

contribuído para o aumento da segurança rodoviária<br />

nas nossas estra<strong>das</strong>. E os centros de inspeção estão,<br />

claramente, comprometidos com um serviço de<br />

qualidade.<br />

O que falta para que os centros de inspeção sejam<br />

verdadeiros postos de excelência?<br />

Os centros de inspeção são já verdadeiros “postos de<br />

excelência”, no âmbito específico da inspeção técnica<br />

de veículos, podendo, contudo, reforçar o seu contributo<br />

à sociedade, quer no alargamento dos veículos<br />

sujeitos a inspeção, quer na prestação de outros serviços<br />

ao utente relacionados com o veículo. Considerando<br />

a rede de centros de inspeção existente, quase<br />

todos os serviços administrativos do Estado relacionados<br />

com o veículo poderiam, vantajosamente, ser<br />

prestados através da Rede Nacional de Centros de<br />

Inspeção, facilitando, assim, o cumprimento de obrigações<br />

legais dos cidadãos, reduzindo custos (e tempo),<br />

para, por esta via, aproximar os serviços públicos<br />

de quem deles precisa. Os centros de inspeção<br />

dispõem dos meios necessários e Portugal pode tornar-se,<br />

rapidamente, num exemplo de eficiência no<br />

tratamento <strong>das</strong> diversas questões conexas com a mobilidade.<br />

E, muito especialmente, com tudo o que se<br />

relaciona com os veículos e seus proprietários. Esta<br />

descentralização, com impacto direto na melhoria da<br />

qualidade dos serviços prestados aos cidadãos, constituiria<br />

um momento de modernidade e de simplificação,<br />

com ganhos para to<strong>das</strong> as partes envolvi<strong>das</strong>,<br />

tendo sempre presente o objetivo de melhorar o serviço<br />

prestado aos cidadãos.<br />

Considera que existem demasiados centros de<br />

inspeção em Portugal? Devia existir maior rigor na<br />

atribuição de licenças para a sua abertura?<br />

A ANCIA, enquanto associação do setor, considera<br />

que a abertura de novos centros, operada pela Lei n.°<br />

11/2011, de 26 de abril, alterada pelo Decreto-Lei n.°<br />

26/2013, de 19 de fevereiro, muito para além daquilo<br />

de que o utente necessita, gera problemas de vária<br />

ordem, nomeadamente no controlo do sistema, com<br />

consequências negativas para a segurança rodoviária,<br />

e para a sustentabilidade e solvabilidade <strong>das</strong> empresas<br />

que exercem esta atividade. Na verdade, estamos<br />

perante um setor de atividade em que a procura<br />

não é elástica, ou seja, é limitada por regulação legal,<br />

em que o número de inspeções a efetuar é igual ao<br />

número de veículos em função da sua idade de matrícula,<br />

devendo ser conciliada a defesa e a promoção<br />

da segurança rodoviária com uma rede de centros de<br />

inspeção que cubra, adequadamente, o país, com a<br />

garantia de qualidade, rigor e a adoção de padrões<br />

de maior exigência, neste setor. E com as condições<br />

20 Setembro I 2019 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />

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