Revista Aquaculture Brasil 3ed.
Novembro/Dezembro 2016
Novembro/Dezembro 2016
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G r een T e chn olo g ies<br />
Carbono:nitrogênio, a “doce” relação<br />
empregada nos sistemas de bioflocos<br />
Dr. Maurício Gustavo Coelho Emerenciano - UDESC, Laguna, SC<br />
mauricioemerenciano@hotmail.com<br />
A<br />
coluna “Green Technologies” desta edição aborda<br />
um tema que intriga muitos produtores e técnicarbono:nitrogênio<br />
(C:N) e o motivo de utilizarmos<br />
“açúcares” ou fontes de carbono externo, como melaço<br />
© Sara Pinho<br />
Como já sabemos, a “essência” do sistema de<br />
to? Correto! E essa riqueza é devido essencialmente pelas<br />
trocas de água mínimas ou nulas, que concentram<br />
os nutrientes no ambiente de cultivo, ambiente este<br />
que possui constante aeração e movimento (turbulência)<br />
de água. Mas não basta somente concentrar estes<br />
nutrientes, eles tem que estar presentes de uma maneira<br />
balanceada. Em outras palavras, com uma relação<br />
C:N adequada (ou “mais elevada”), geralmente entre<br />
12-20:1, fomenta-se o crescimento de microrganismos<br />
desejáveis do sistema: degradadores de matéria<br />
Além disso, e não menos importantes, grupos<br />
se desenvolvem paralelamente por encontrar um amtivo,<br />
onde gradualmente se reduz a incorporação do<br />
carbono externo, este grupo representará cerca de 2/3<br />
da transformação do nitrogênio amoniacal. Mas vale<br />
ressaltar um ponto extremamente importante: estas<br />
bactérias não degradam a matéria orgânica. Não é seu<br />
papel, sua natureza. E sim oxidam a amônia em nitrito<br />
e nitrito a nitrato, utilizando carbono inorgânico para<br />
seu metabolismo, que é considerado mais lento, e que<br />
demoram em colonizar o ambiente de cultivo. Para fomentar<br />
e manter esses grupos estáveis é fundamental<br />
um pH mais neutro, alcalinidade acima dos 100mg/L<br />
e concentrações elevadas de oxigênio dissolvido.<br />
Figura 1 . Uso de fontes de carbono devem ser sempre acompanhado<br />
do monitoramento periódico dos sólidos no ambiente de cultivo.<br />
Mas se a tarefa é controlar e diminuir eventuais<br />
picos de nitrogênio amoniacal em um ciclo já<br />
em andamento (em virtude, por exemplo, de uma<br />
novamente utilizar a “doce relação” até que a mesma<br />
se reestabeleça. No entanto, deve-se empregar uma<br />
relação mais baixa (ou 6:1; proposto por Ebeling et al.<br />
2006) que leva em consideração os valores de nitrogênio<br />
amoniacal total presente na água de cultivo. Mas<br />
prudência e controle criterioso são a chave do sucesso!<br />
O excesso da adição destes açúcares tendem a aumencomo<br />
resultado pode ser observado uma diminuição<br />
dos níveis de oxigênio dissolvido, redução do pH e novos<br />
picos de amônia e nitrito no sistema. A tarefa não é<br />
fácil. Cautela, monitoramento e muita observação são<br />
palavras que não devem ser esquecidas. Mãos a obra!<br />
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AQUACULTURE BRASIL - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016