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Revista Aquaculture Brasil 3ed.

Novembro/Dezembro 2016

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O PH DO PESCADO:<br />

UM PROBLEMA<br />

QUE MERECE SER<br />

ESCLARECIDO<br />

Prof. Dr. Alex Augusto<br />

Gonçalves<br />

Universidade Federal Rural do<br />

Semi Árido (UFERSA)<br />

Mossoró, RN<br />

alaugo@gmail.com<br />

Nos últimos anos, a Coordenação Geral de<br />

Inspeção (CGI), do Departamento de Inspeção de Produtos<br />

de Origem Animal (DIPOA) do Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) têm intoneladas<br />

de pescado importados (ou não) estão sendo<br />

apreendidas e de imediato lavrado o auto de infração<br />

por estarem em desacordo com Art. 443, Item 2 (As<br />

determinações físicas e químicas para caracterização<br />

do pescado fresco são: pH de carne externa < 6,8 e da<br />

interna < 6,5 nos peixes) do Regulamento da Inspeção<br />

Industrial e Sanitária<br />

de Produtos<br />

de Origem Animal<br />

– RIISPOA.<br />

Alguns containers<br />

de pescado estão<br />

sendo apreendidos,<br />

devolvidos e infelizmente<br />

outros estão<br />

sendo incinerados,<br />

por estarem, segundo<br />

a CGI/DIPOA/<br />

MAPA, impróprios<br />

para o consumo.<br />

Diante dessa<br />

situação lamentável,<br />

o parâmetro pH está causado polêmica tanto no meio<br />

reconhecido internacionalmente que variação de pH na<br />

carne do pescado somente pode indicar que houve alguma<br />

alteração (bioquímica ou microbiológica), porém, não<br />

pode ser tratado como um único parâmetro para julgar a<br />

qualidade do pescado, ou até mesmo o considerá-lo como<br />

impróprio para o consumo.<br />

Já é sabido que o pescado é um produto perecível,<br />

sua vida útil e integridade durante armazenamento em<br />

condições de refrigeração (resfriamento ou congela-<br />

mento) e transporte (nas mesmas condições) é<br />

crobiológicas; técnicas adequadas para manter<br />

sua qualidade e frescor fazem-se necessário.<br />

A rapidez com que se desenvolvem cada uma<br />

dessas alterações depende de como foram<br />

aplicados os princípios básicos de conservação,<br />

higiene, manutenção da cadeia do frio, assim<br />

como as espécies capturadas e os métodos de<br />

captura.<br />

O potencial hidrogeniônico (pH) tem a<br />

função de indicar a acidez ou alcalinidade ou<br />

neutralidade do músculo do pescado em um<br />

meio aquoso. A determinação do pH representa<br />

um dado importante na avaliação da qualidade<br />

de diversos alimentos, como o pescado.<br />

Este é considerado um alimento de baixa acidez,<br />

ou seja, tem pH<br />

maior do que 4,5.<br />

A concentração dos<br />

íons-hidrogênio é<br />

quase sempre alterada<br />

quando se<br />

processa a decomposição<br />

hidrolítica,<br />

oxidativa ou fermentativa<br />

de seu<br />

músculo. Quanto<br />

mais elevado o pH<br />

maior a atividade<br />

bacteriana.<br />

No entanto, não<br />

é conclusivo como<br />

único parâmetro para avaliação do grau de frescor<br />

do pescado, devendo ser realizadas também<br />

análises química, microbiológica, microscópica<br />

nos resultados. Dependendo de como foi o processo<br />

desde a captura, armazenamento a bordo,<br />

desembarque, processamento, congelamento<br />

e armazenamento, o pH poderá ser alterado,<br />

sem mesmo que o pescado tenha perdido sua<br />

qualidade inicial, uma vez que no post-mortem<br />

do pescado inúmeras reações químicas e bioquímicas<br />

se desencadeiam.<br />

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AQUACULTURE BRASIL - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016

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