Revista Aquaculture Brasil 3ed.
Novembro/Dezembro 2016
Novembro/Dezembro 2016
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
L<br />
Fábio Rosa Sussel - Zootecnista, Dr.;<br />
Pirassununga, SP.<br />
sussel@apta.sp.gov.br<br />
egalização dos projetos aquícolas.<br />
Sem sombra de dúvidas<br />
este é o maior desejo de todos<br />
os aquicultores do <strong>Brasil</strong>. Recentemente<br />
o estado de São Paulo deu<br />
um importante passo para isto, já<br />
que em 1º de novembro de 2016<br />
o governador do estado assinou<br />
processo de licenciamento, redução<br />
das taxas e regras a serem cumpridas,<br />
é o resumo e é o que se espera,<br />
na prática, deste novo decreto. Os<br />
aquicultores terão o prazo de 1 ano<br />
para se adequarem às novas regras.<br />
O mesmo é fruto de um<br />
trabalho árduo de pelo menos 3<br />
anos que envolveu várias reuniões<br />
entre setor produtivo, lideranças<br />
políticas, Secretaria de Agricultura<br />
e Secretaria do Meio Ambiente<br />
do Estado. O que resultou em<br />
decisões maduras e equilibradas<br />
no que se refere à necessidade de<br />
produzirmos alimentos com res -<br />
peito ao meio ambiente.<br />
Atrelado ao novo decreto<br />
-<br />
cial do estado, em 1º de dezembro<br />
de 2016, uma lista das espécies permitidas<br />
para criação. Tal lista foi<br />
elaborada pelo Instituto de Pesca de<br />
São Paulo em consenso com o setor<br />
produtivo. Num primeiro momen -<br />
to esta publicação contempla uma<br />
séria de espécies alóctones, exóticas<br />
e híbridas que possuem algum<br />
potencial econômico e zootécnico<br />
pra serem cultivadas. A cada 2<br />
anos esta lista será revista e aquelas<br />
espécies que não apresentarem<br />
relevância econômica/zootécnica<br />
serão retiradas da lista.<br />
demonstrar na prática<br />
que podemos sim<br />
produzir alimentos sem<br />
prejuízos ao<br />
meio ambiente. ”<br />
Em poucas palavras, foi isto<br />
que ocorreu nos últimos meses no<br />
estado de São Paulo. Quer dizer que<br />
agora esta fácil criar peixes, inclusive<br />
exóticos e híbridos, em águas<br />
paulistas? Não, muito pelo contrário.<br />
A responsabilidade sobre o<br />
Até porque, a partir do regramen -<br />
to, os órgãos ambientais passarão<br />
maior. E o setor produtivo precisa<br />
responder a altura este novo desa-<br />
Na coluna da edição passada<br />
escrevi que “cultivamos água,<br />
não peixe ou camarão ou moluscos...”.<br />
Fazendo alusão a necessidade<br />
de cuidarmos ainda mais<br />
do nosso bem mais precioso. Sem<br />
perder este foco, sugiro um olhar<br />
diferente para a atividade: “cultivamos<br />
água para produzirmos proteí -<br />
na animal”. Sem qualquer vaidade<br />
em relação a espécies ou sistemas<br />
de cultivo. Sem vaidades, mas com<br />
responsabilidade! Não tenho dúvidas<br />
que temos condições técnicas e<br />
viabilidade econômica para nos anteciparmos<br />
de futuros problemas<br />
ambientais. Mais do que qualquer<br />
outra atividade agropecuária,<br />
a aquicultura depende de um<br />
ambiente de qualidade e em<br />
equilíbrio. Então, por que esperar<br />
Ainda sem usufruirmos<br />
dos 30% de ganho em produtividade<br />
que o melhoramento genético<br />
e a nutrição proporcionam, a aqui -<br />
de se produzir proteína animal. E<br />
temos plenas condições de também<br />
sermos a forma mais sustentável.<br />
Para tanto, é urgente a necessidade<br />
de pensarmos em planos de contenção<br />
para evitar escapes, bem<br />
como na reutilização da água de<br />
“descarte” das pisciculturas em<br />
tanques escavados.<br />
72<br />
AQUACULTURE BRASIL - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016