Revista Aquaculture Brasil 3ed.
Novembro/Dezembro 2016
Novembro/Dezembro 2016
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ENTREVISTA<br />
© Diego Molinari<br />
começamos a estudar sobre a engorda em viveiros intensivos,<br />
sem troca de água durante o ciclo de cultivo.<br />
uma comunidade biológica nos ajudaria a gerenciar a<br />
sem a necessidade de troca de água. Com sucesso<br />
chegamos a essa comunidade<br />
biológica,<br />
capaz de converter os<br />
metabólitos tóxicos<br />
para o camarão em me-<br />
Esta comunidade<br />
biológica (bactérias),<br />
além de melhorar a<br />
tabólitos menos tóxicos,<br />
manutenção da qualidade<br />
permitindo a produção<br />
de água, pode servir como<br />
complemento alimentar<br />
de uma alta biomassa de<br />
para os camarões, devido<br />
mais de 9 quilos de ca-amarão por metro cúbico nutricional.<br />
seu elevado valor<br />
sem troca de água. Esta<br />
comunidade biológica (bactérias), além de<br />
melhorar a manutenção da qualidade de água, pode<br />
servir como complemento alimentar para os camarões,<br />
devido ao seu elevado valor nutricional.<br />
AQUACULTURE BRASIL:Recentemente, um<br />
vídeo divulgado nas redes sociais trouxe um questionamento<br />
sobre o porquê os EUA exploram tão<br />
pouco o potencial da sua aquicultura. Para um<br />
país com tanta tecnologia, poder aquisitivo, clima,<br />
terra e água em abundância, os norte-americanos<br />
produzem muito pouco (comparado, principalmente,<br />
com alguns países asiáticos). Esta questão<br />
é estratégica do país, ou seja, os Estados Unidos<br />
preferem importar pescado a um custo mais baixo<br />
do que produzir? Você acredita que este panorama<br />
pode mudar, ou seja, poderemos ver, no futuro,<br />
os Estados Unidos entre os principais produtores<br />
aquícolas mundiais?<br />
AQUACULTURE BRASIL:Você acredita que no<br />
futuro essa situação possa mudar nos EUA?<br />
Samocha: Eu realmente não consigo ver o desenvolvimento<br />
desta atividade em grande escala nos EUA,<br />
comparando-se com outros países. O fator climático<br />
é muito limitante para nós. Precisamos manter a temperatura<br />
alta no sistema de produção, e isso é muito<br />
custoso. Nos EUA podemos ver claramente o desenvolvimento<br />
de indústrias de produção de camarão<br />
intensivo, mas em pequena escala, onde é possível<br />
controlar os parâmetros, como oxigênio dissolvido da<br />
água e, principalmente, a temperatura. Mesmo assim<br />
é difícil ver esse tipo de indústria com um crescimento<br />
Samocha: Para a maior parte dos EUA as condições<br />
são mais propícias para a pesquisa e desenvolvimento<br />
de tecnologia do que para o cultivo em si. Os EUA<br />
não são propícios para esse tipo de atividade por<br />
conta do alto custo de produção, por exemplo, relacionado<br />
ao custo de mão-de-obra. Parece muito mais<br />
fácil desenvolver a tecnologia e exportá-la ao invés<br />
de produzir o camarão em solo norte-americano. Se<br />
cultivarmos o camarão nos EUA o custo de produção<br />
seria maior comparando-se com outros países. Entre<br />
outras razões, além da mão de obra, eu destacaria<br />
ainda questões ambientais, entre outras. Portanto, é<br />
preferível desenvolver o cultivo na América Central,<br />
América do Sul ou Sul da Ásia, do que nos EUA.<br />
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duzindo camarões de alta qualidade para um nicho<br />
AQUACULTURE BRASIL - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016<br />
Equipe <strong>Aquaculture</strong> <strong>Brasil</strong> e Samocha<br />
© Diego Molinari