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ANO 1
Nº 2
JUNHO/JULHO
2021
REGILENE MARTINS
Fortaleza - CE
Professora da Rede
Municipal de Fortaleza.
Aprecia a
cultura oriental. É
apaixonada por livros e nas
horas livres escreve cartas.
Gosta de trabalhos manuais
e de fazer coleções peculiares.
AMIGO DE MEU PAI
Um dos grandes amigos de meu
pai, conhecido como Mola, começou
a praticar atos imprudentes
nesses últimos meses.
Papai não sabia da mudança de comportamento
dele, o considerava um verdadeiro
companheiro por sempre ajudá-lo,
principalmente em momentos de sufoco
no trabalho.
Como de costume, Mola marcou na última
sexta-feira daquele mês ajudar o papai
no trabalho. Naquele dia, meu pai não
esperava que ele fosse furtá-lo, pois tirou
uma ferramenta e foi embora. Passou dias
sem dar notícias e ir à oficina.
Dentre todos os equipamentos de lá, ele
pegara logo a que meu pai mais usava
e estimava: uma chave-estrela especial.
Mas a ferramenta não era importante, necessária
era a amizade entre eles. Papai
sabia que tinha sido ele quem praticou o
ato. Não falava nada, no entanto, depois
de dois meses, meu pai se manifestou.
Dizia coisas como: “-Mola,
você me paga”.
Tempo foi passando e o papai
continuava murmurando.
Também ficava se perguntando
por que o amigo
não pediu emprestada a ferramenta.
Precisava mesmo
pegar sem permissão?Talvez
nem fizesse diferença. Já que
fez o ato, duvidamos se ele
iria devolver.
112
No fim daqueles dois meses, meu pai foi
novamente enganado. Desta vez não foi
por um amigo próximo. Um cliente pegou
uma nova ferramenta da oficina, chave
de boca, que tinha um isolamento de
uma marca um tanto atrativa. Sabe quem
apareceu nesse momento para ajudar? O
Mola. Ele saiu correndo atrás do freguês
que havia pegado a ferramenta do papai.
Meu pai ficava só olhando a cena: o freguês
correndo na Avenida Principal com
medo do Mola, pois o amigo de meu pai
estava indo atrás dele para recuperar a
ferramenta roubada.
No final, papai agradeceu o amigo por
ajudar a recuperar o acessório precioso.
Também gostou de ter resgatado sua
amizade com o Mola. O amigo de meu
pai não disse nada e nem devolveu a ferramenta
que havia pegado nos últimos
meses. E ficamos nos perguntando o que
de fato foi primordial para eles nessa amizade.