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MERCADO<br />
Empresa<br />
Top<br />
100<br />
Algumas marcas estão a sair<br />
fortalecidas pelas debilidades de outras<br />
Victoria Ortega<br />
VEHICLE AFTERMAKET SALES MANAGER IBERIAN REGION SKF<br />
A responsável ibérica de vendas do fabricante SKF,<br />
Victoria Ortega, denota alguma prudência ao falar<br />
do atual momento do setor. Confirma que é “positivo”,<br />
mas em vez de euforia, diz que há “cautela.<br />
Não acreditamos que o mercado de pós-venda<br />
está a crescer devido a um exagerado aumento da<br />
atividade, porque não é o caso. Algumas marcas<br />
estão a sair fortalecidas pelas debilidades de outras.<br />
A falta de disponibilidade ou a mudança de<br />
estratégia de algumas delas ocasionou alterações a<br />
curto prazo de que se souberam aproveitar. Assim,<br />
as oportunidades que surgiram foram originadas<br />
mais pelos próprios movimentos de outras marcas<br />
a reagir ao mercado do que pela expansão do<br />
mesmo”, entende, dizendo que a SKF tem crescido<br />
principalmente nas famílias de produtos incorporadas<br />
recentemente.<br />
Neste sentido, Victoria Ortega não visualiza um<br />
ambiente de estabilidade no setor: “Se partimos<br />
do facto de que com estes dados macroeconómicos<br />
há um clima mais positivo do que era suposto,<br />
podemos entender que não é um ambiente estável,<br />
nem sistemático. Está tudo em contínuo reajuste,<br />
seja a consolidação no mercado da distribuição,<br />
a incorporação no mercado de grupos globais, as<br />
alterações das próprias marcas face a estas circunstâncias,<br />
que em alguns casos provocam mudanças<br />
na posição que estas vinham a ter nos grupos de<br />
distribuição. Enfim, não vemos estabilidade em<br />
lado nenhum!”, declara.<br />
A representante da SKF crê que “neste momento se<br />
investe mais nos veículos usados e, por isso, dentro<br />
da área automóvel, na venda de peças e reparação<br />
mecânica ainda se mantêm umas margens interessantes.<br />
Acho que, até agora, o grande serviço<br />
que os distribuidores ofereciam às oficinas, em<br />
Cada empresa<br />
é diferente e cada<br />
distribuidor está<br />
consciente das<br />
partes da sua<br />
cadeia de valor<br />
e dos processos<br />
que precisam de<br />
ser ajustados para<br />
serem mais rentáveis<br />
termos de número e rapidez nas entregas levou a<br />
uma diminuição na margem da distribuição, em<br />
alguns casos. Mas, em consequência disto, o mercado<br />
também ficou mais protegido das incursões<br />
externas”. A seu ver, “há muitos bons profissionais<br />
no setor do pós-venda automóvel e talvez este<br />
continue tão forte pela constante necessidade de<br />
melhorias que se respira. Por vezes é a gestão de<br />
stock, outras é a segmentação de serviços e clientes.<br />
Cada empresa é diferente e cada distribuidor é<br />
conhecedor das partes da sua cadeia de valor e dos<br />
processos que precisa de ajustar para obter mais<br />
rentabilidade. Outra coisa é que, por vezes, ainda<br />
que estejam conscientes de algo, materializá-lo é a<br />
diferença entre uns e outros”, explica.<br />
Entre as oportunidades que se avizinham, enumera<br />
tanto “as novas formas de mobilidade, como a necessidade<br />
de dar suporte a um parque eletrificado,<br />
que apesar de ser pequeno crescerá”, que já estão<br />
a ser aproveitadas quer por distribuidores, mas<br />
também pelas oficinas: “O investimento, a formação<br />
e a especialização nestes dois casos são especialmente<br />
importantes e marcarão a exploração<br />
destas duas tendências. A mobilidade e a própria<br />
evolução do parque móvel farão com que vejamos<br />
alterações importantes no mercado atual. Imagino<br />
diferentes cenários, mas acho que o mais próximo<br />
será o impacto sistemático da concentração em<br />
todos os escalões da cadeia de valor”, defende.<br />
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