Revista Newslab edição 180
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Autores: Lumara Vitória Melatti, Profa. Ma. Maitê Marques da Silva,<br />
Profa. Ma. Adriana Dalpicolli Rodrigues.<br />
ARTIGO CIENTÍFICO II<br />
Cristais da morte<br />
Os cristais da morte são caracterizados<br />
pelas suas inclusões ver-<br />
está associado à natureza ácida<br />
e que levam a crer que são depósitos<br />
de lipofuscina (YANG, 2017;<br />
gulopatia e elevações de parâmetros<br />
da bioquímica como<br />
bilirrubina, fosfatase alcalina,<br />
des brilhantes, por vezes tam-<br />
GORUP, 2018; SOOS, 2019).<br />
gama glutamil transferase e a<br />
bém relatadas como azul-verde,<br />
troponina. Não há associação<br />
no citoplasma de neutrófilos e<br />
O nome “cristais da morte” deri-<br />
com idade ou sexo do pacien-<br />
monócitos, embora em monó-<br />
va da sua associação à morte<br />
te, tendo relatos de pacientes<br />
citos sua ocorrência seja mais<br />
iminente, uma vez que a maioria<br />
com idades variáveis de 12 a 92<br />
rara. Seu tamanho é variável e<br />
dos pacientes com esse achado<br />
anos. É comum a presença de<br />
apresenta-se em forma de bloco<br />
no sangue evoluiu para óbito e<br />
cristais da morte em associação<br />
ou circular, com suas bordas mal<br />
apesar de raras as inclusões dos<br />
com a vacuolização citoplasmá-<br />
definidas (Figura 1). A visualiza-<br />
cristais no sangue periférico, sua<br />
tica, corpos de Döhle e granula-<br />
ção dos cristais é difícil pois aco-<br />
aparição está associada: à sepse,<br />
ções tóxicas, principalmente em<br />
mete apenas a minoria dos neu-<br />
doenças hepáticas, COVID-19,<br />
doenças agudas (COURVILLE,<br />
trófilos, variando de 1-10% de<br />
acidose lática, doença renal,<br />
2017; YANG, 2017; HARRIS, 2019;<br />
presença em toda lâmina ava-<br />
anemia, trombocitopenia, coa-<br />
DIENSTMANN; et al, 2020).<br />
liada (HODGSON, 2015; YANG,<br />
2017; GORUP, 2018).<br />
Figura 1 – Presença das inclusões azul-esverdeadas em neutrófilos segmentados<br />
( A, B, D, E e F) e em monócito ( C)<br />
A origem dessa inclusão leucocitária<br />
é desconhecida. As principais<br />
hipóteses concentram-se<br />
na associação com a doença<br />
hepática, sugerindo que exista<br />
a fagocitose do dano hepatocelular<br />
pelos neutrófilos e monócitos<br />
devido a substâncias relacionadas<br />
à bile ou produtos de<br />
degradação lisossomal, gerando<br />
então alto teor de lipídios que<br />
Fonte: Vicente-Steijn et al; 2019.<br />
28 <strong>Revista</strong> NewsLab Edição <strong>180</strong> | Novembro 2023