84Esses <strong>da</strong>nos englobam as microfissuras gera<strong>da</strong>s no processo de corte, o efeitoparede, observa<strong>do</strong> por Neville 47 , que consiste no fato de que em testemunhosextraí<strong>do</strong>s, alguns agrega<strong>do</strong>s porventura corta<strong>do</strong>s pela extratora, tendem a seremexpeli<strong>do</strong>s durante o ensaio de <strong>compressão</strong> axial, em vista <strong>da</strong> inexistência <strong>da</strong>cama<strong>da</strong> externa de pasta de cimento, diminuin<strong>do</strong> a <strong>resistência</strong> <strong>do</strong> testemunho.Bartlett e Macgregor 147,148,149 incluem também nesses <strong>da</strong>nos de extração, além <strong>do</strong>corte <strong>da</strong>s partículas <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s, possíveis ondulações ao longo <strong>da</strong> altura <strong>da</strong>amostra extraí<strong>da</strong>.• referências normativas <strong>à</strong> correção devi<strong>da</strong> aos efeitos <strong>do</strong> broqueamentoAs diversas normas e recomen<strong>da</strong>ções dedica<strong>da</strong>s <strong>à</strong> obtenção <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> efetivacom base na extração de testemunhos, se concentram em prescrever, para aobtenção de resulta<strong>do</strong>s confiáveis, fatores de correção para a relaçãoaltura/diâmetro (índice de esbeltez), quan<strong>do</strong> é diferente de <strong>do</strong>is; condições deumi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s testemunhos na ruptura; posição de extração na estrutura; além <strong>da</strong>escolha <strong>do</strong>s lotes e amostragem. Referem-se também <strong>à</strong> presença de barras de açono interior <strong>do</strong> testemunho e a sua influência nos resulta<strong>do</strong>s. Raras, no entanto, sãoas referências explicitas <strong>à</strong> fatores de correção devi<strong>do</strong> aos efeitos <strong>do</strong> broqueamento.O ACI 214 4R-2003 150 , em sua tabela 8-1 “Magnitude and accuracy of strengthcorrection factors for converting core strengths into equivalent in-place strengths”que abrange diversos fatores de correção, indica o valor de 1,06 para sermultiplica<strong>do</strong> pela <strong>resistência</strong> <strong>do</strong>s testemunhos, devi<strong>da</strong> aos <strong>da</strong>nos <strong>do</strong> broqueamento.A norma brasileira NBR 6118, em sua edição de 1978 14 , no Capítulo 16 - Aceitação<strong>da</strong> Estrutura, no que se refere aos ensaios especiais, na investigação direta <strong>da</strong><strong>resistência</strong> <strong>do</strong> <strong>concreto</strong>, recomen<strong>da</strong> a extração de pelo menos seis corpos-deprovade 15cm de diâmetro corrigin<strong>do</strong>-se os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s ensaios de ruptura, emvirtude <strong>do</strong>s efeitos <strong>do</strong> broqueamento, sem, no entanto, especificar o coeficiente paraa correção referi<strong>da</strong>. Em parágrafo seguinte, a referi<strong>da</strong> norma preconiza que o valorestima<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> característica deve ser aumenta<strong>do</strong> de 10% (ou 15%)dependen<strong>do</strong> <strong>da</strong> amostragem, em virtude de se tratar <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>do</strong> <strong>concreto</strong> naprópria estrutura. Sobre esta proposição, Helene 17,80 ,oportunamente, observa que:“em outras palavras isso corresponde a reduzir o desconhecimento <strong>do</strong> <strong>concreto</strong> <strong>da</strong>estrutura, traduzi<strong>do</strong> pelo coeficiente de minoração <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>do</strong> <strong>concreto</strong> de γ c =
851,40 (casos gerais) para γ c = 1,22”. O CEB não se refere aos efeitos <strong>do</strong>broqueamento, no entanto sugere o valor de 1,10 para a parcela γ c2 quecorresponde a diferença entre a <strong>resistência</strong> <strong>do</strong> <strong>concreto</strong> nos corpos-de-prova e naestrutura.A Concrete Society 151 em seu <strong>do</strong>cumento “Concrete core testing for strenght”,considera razoável uma redução de 5% a 7% na <strong>resistência</strong>,corresponden<strong>do</strong> a umfator de correção médio <strong>da</strong> ordem de 1,06 equivalente ao proposto pelo ACI e aosobti<strong>do</strong>s nos estu<strong>do</strong>s de Bartlett e Macgregor 152,153,154 . Também Gustchow e DalMolin 155,156 , comparan<strong>do</strong> as <strong>resistência</strong>s entre corpos-de-prova mol<strong>da</strong><strong>do</strong>s etestemunhos extraí<strong>do</strong>s de 100mm x 200mm, encontraram valores inferiores a 6%nos testemunhos causa<strong>do</strong>s pelos <strong>da</strong>nos <strong>da</strong> extração. Atribuem esse <strong>da</strong>no reduzi<strong>do</strong>,<strong>à</strong> pequena porção volumétrica <strong>do</strong> testemunho de 100mm, sujeita <strong>à</strong>s microfissurascausa<strong>da</strong>s pelo corte com a broca diamanta<strong>da</strong>.• relações gerais entre as <strong>resistência</strong>s de corpos-de-prova mol<strong>da</strong><strong>do</strong>s etestemunhos extraí<strong>do</strong>sPelos diversos fatores intervenientes na <strong>resistência</strong> final <strong>do</strong>s testemunhos, como: osefeitos <strong>do</strong> broqueamento referi<strong>do</strong>s no item anterior, o histórico de cura <strong>da</strong> estrutura,diferente <strong>do</strong> <strong>do</strong>s corpos-de-prova, a i<strong>da</strong>de e as condições de ruptura, o nível de<strong>resistência</strong>, entre outros; são aceitos consensualmente por pesquisa<strong>do</strong>res eenti<strong>da</strong>des normaliza<strong>do</strong>ras, percentuais entre 10% a 30% de redução dessa<strong>resistência</strong> em relação <strong>à</strong> <strong>resistência</strong> potencial <strong>do</strong>s corpos-de-prova de referência.Leshchinsky 157 , consideran<strong>do</strong> a normalização de diversos países, observa que a<strong>resistência</strong> média de testemunhos é inferior a de corpos-de-prova padroniza<strong>do</strong>s emlimites que variam em cerca de: 15% nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, Canadá, AlemanhaOcidental e Índia; em 30% na Noruega; em 10% a 15% na Finlândia.Gustchow e DalMolin 154 comparam esses valores com os 10% ou 15% preconiza<strong>do</strong>spela NBR 6118:2003 já referi<strong>do</strong>s, bem como com os cita<strong>do</strong>s por Alba 37 , de 15% naAlemanha e de 10% na Dinamarca.Inúmeros pesquisa<strong>do</strong>res desenvolveram trabalhos experimentais obten<strong>do</strong> diversasrelações entre as <strong>resistência</strong>s de corpos-de-prova padrão e de testemunhosextrai<strong>do</strong>s. Malhotra 16,158 observa que a redução de <strong>resistência</strong> nos testemunhos emrelação aos corpos-de-prova de referência pode atingir 15% para <strong>concreto</strong>s de
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193. BUSSAB, W. O. e MORETTIN, P. A