8649MPa. Por sua vez Bloem 32 registra para esta redução: o valor de 10% para os<strong>concreto</strong>s com boas condições de cura, chegan<strong>do</strong> a atingir 20% para <strong>concreto</strong>s comcura deficiente, referentes <strong>à</strong> <strong>resistência</strong>s <strong>da</strong> ordem de 40MPa. Petersons 14 afirmaque a relação entre a <strong>resistência</strong> de testemunhos e a de cilindros <strong>à</strong> mesma i<strong>da</strong>de ésempre menor que 1, e que, concor<strong>da</strong>n<strong>do</strong> com Malhotra 16,158 , cresce com o nível de<strong>resistência</strong>, situan<strong>do</strong>-se um pouco abaixo de 1, quan<strong>do</strong> a <strong>resistência</strong> <strong>do</strong> cilindro é de20MPa e 0,7 quan<strong>do</strong> igual a 60MPa. Já Calavera 159 obteve relações de 0,9 e 1,0,entre testemunhos extraí<strong>do</strong>s e corpos-de-prova mol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de mesmas dimensões ei<strong>da</strong>de, para os testemunhos rompi<strong>do</strong>s satura<strong>do</strong>s e não-satura<strong>do</strong>s respectivamente.Registre-se, ain<strong>da</strong>, que em pesquisa realiza<strong>da</strong> em Toronto no Canadá, Aïtcin 160encontrou, para <strong>concreto</strong>s de 80MPa, relação de 85% entre a <strong>resistência</strong> <strong>à</strong><strong>compressão</strong> aos 28 dias de testemunhos extraí<strong>do</strong>s de 10cm x 20cm para corposde-prova padroniza<strong>do</strong>s com as mesmas dimensões. Malier 161 , no entanto, obteveem <strong>concreto</strong> de 70MPa, <strong>resistência</strong>s 17% mais eleva<strong>da</strong>s para os testemunhosextraí<strong>do</strong>s de 10cm x 20cm em comparação com corpo-de-prova padroniza<strong>do</strong>s de16cm x 32cm, na ponte “Joigny Bridge”.No Brasil, Gutschow e DalMolin 155,156 , obtiveram relações próximas <strong>à</strong> uni<strong>da</strong>de entreos resulta<strong>do</strong>s médios de testemunhos de 10cm x 20cm e de corpos-de-prova dereferência de 10cm x 20cm e de 15cm x 30cm. Observaram ain<strong>da</strong>, neste trabalho,que os testemunhos cilíndricos de 10cm x 20cm extraí<strong>do</strong>s resultaram maisresistentes em cerca de 10% que os corpos-de-prova mol<strong>da</strong><strong>do</strong>s de 15cm x 30cmpara <strong>concreto</strong>s com <strong>resistência</strong> entre 30MPa e 35MPa.Cremonini 22 , em sua tese de <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>, analisan<strong>do</strong> estatisticamente a relação entre<strong>resistência</strong>s médias aos 28 dias, obti<strong>da</strong>s em corpos- de- prova mol<strong>da</strong><strong>do</strong>s e emtestemunhos extraí<strong>do</strong>s, denomina<strong>da</strong>s de “potencial” e “efetiva” respectivamente,para <strong>concreto</strong>s com <strong>resistência</strong>s características especifica<strong>da</strong>s de 21MPa e 24MPaaos 63 dias de i<strong>da</strong>de, concluiu por um valor médio geral para essa relação de 1,24 ,em ensaios realiza<strong>do</strong>s em estruturas em Porto Alegre e em Brasília, no ano de 1992.Ain<strong>da</strong>, <strong>à</strong> título de informação de valor de cunho prático, no controle tecnológico <strong>do</strong><strong>concreto</strong> <strong>da</strong>s obras <strong>do</strong> Metrô-Recife, em 1984, em trabalho experimentaldesenvolvi<strong>do</strong> pela firma consultora ASTEP S.A., foi encontra<strong>do</strong>, em significativaamostragem, o coeficiente médio de 1,14 para a relação entre a <strong>resistência</strong> a<strong>compressão</strong> simples em corpos de prova cilíndricos de 15cm x 30cm mol<strong>da</strong><strong>do</strong>s eem testemunhos de 10cm x 20cm extraí<strong>do</strong>s, para <strong>concreto</strong> com <strong>resistência</strong> <strong>à</strong>
87<strong>compressão</strong> <strong>da</strong> ordem de 40MPa, ambos aos 28 dias de i<strong>da</strong>de, conformecomunicação verbal <strong>do</strong> Eng. Joaquim Correia de Andrade 162 responsável por essecontrole tecnológico.As divergências nas relações observa<strong>da</strong>s, apresenta<strong>da</strong>s acima, se devem <strong>à</strong>sdiversas condições experimentais ocorri<strong>da</strong>s, ou sejam: quer em relação <strong>à</strong>sdimensões <strong>do</strong>s corpos-de-prova e testemunhos, quer <strong>à</strong>s condições de cura e deumi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ensaios, quer pela <strong>resistência</strong> <strong>do</strong> <strong>concreto</strong>, bem como pela época emque se realizaram os experimentos. Este último fator tem influência pelo avanço natecnologia <strong>do</strong> <strong>concreto</strong>, com o desenvolvimento de aditivos superplastificantes,progressivamente mais eficientes e <strong>da</strong>s adições minerais ativas, produzin<strong>do</strong><strong>resistência</strong>s de aderência pasta-agrega<strong>do</strong>s ca<strong>da</strong> vez mais eleva<strong>da</strong>s, reduzin<strong>do</strong>assim os <strong>da</strong>nos causa<strong>do</strong>s pelo descolamento <strong>do</strong>s mesmos durante o processo deextração. Como conseqüência, os estu<strong>do</strong>s mais recentes para os <strong>concreto</strong>s de altodesempenho mostram uma tendência de igual<strong>da</strong>de entre as <strong>resistência</strong>s de corposde-provade referência e a <strong>do</strong>s testemunhos extraí<strong>do</strong>s, ou até de pequenasupremacia por parte destes testemunhos.Por outro la<strong>do</strong> registre-se que, independentemente <strong>do</strong> tipo de estrutura em análise, étacitamente admiti<strong>do</strong> que a <strong>resistência</strong> <strong>da</strong>s amostras extraí<strong>da</strong>s, não fornece a<strong>resistência</strong> “real” <strong>do</strong> <strong>concreto</strong> na estrutura, apesar de ser a amostra uma parteintegrante desta. Como observa Helene 17 : “muitas variáveis tais como dimensões <strong>do</strong>componente x dimensões <strong>do</strong>s testemunhos, condições de contorno, microfissurasorigina<strong>da</strong>s pela extração, histórico <strong>do</strong> carregamento, etc..., impedem que osresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ensaio seja o valor exato <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> real <strong>do</strong> <strong>concreto</strong> <strong>da</strong>estrutura”.Pelo exposto, levan<strong>do</strong> em conta a multiplici<strong>da</strong>de de variáveis envolvi<strong>da</strong>s, verifica-seque não há um consenso sobre a correlação matemática entre os resulta<strong>do</strong>s deruptura de corpos-de-prova e de testemunhos extraí<strong>do</strong>s, mesmo fixan<strong>do</strong>-se algumasdelas.Abor<strong>da</strong>m-se em seqüência os principais fatores intervenientes na <strong>resistência</strong> <strong>do</strong>stestemunhos na interpretação <strong>do</strong>s seus resulta<strong>do</strong>s e na determinação <strong>da</strong> <strong>resistência</strong>característica resultante, a saber:• Amostragem e extraçãoAs amostras extraí<strong>da</strong>s devem ser representativas de to<strong>do</strong> o <strong>concreto</strong> ou <strong>do</strong> lote
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