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O Discurso de Francisco de Sousa Loureiro e a<br />
História da Arte Portuguesa<br />
Da sessão inaugural fazia também parte o discurso elaborado pelo Director da<br />
Academia, na época, Francisco Sousa Loureiro. Estruturado em três momentos<br />
começa por fazer referência aos discursos proferidos em 1837 e 1840, referentes à<br />
primeira e segunda exposição realizadas pela Academia de Belas Artes de Lisboa.<br />
Sousa Loureiro faz coincidir o momento em que «já se [distinguiam] os primeiros<br />
vestígios da Arte, puramente Portuguesa» com o início da monarquia portuguesa;<br />
no segundo discurso, sublinhara a influência das mulheres célebres, quem sempre,<br />
na sua opinião, «animara e promovera a cultura, o esplendor, o progresso das Artes<br />
e das Letras». A divisão cronológica adoptada por Loureiro para a caracterização<br />
da pintura nacional é a mesma que adoptou Garrett em 1821 no Ensaio sobre a<br />
história da pintura. A história da arte de Loureiro foi dividida em quatro períodos.<br />
O primeiro com início no reinado de D. Afonso Henriques e terminando com D.<br />
Fernando I. D. João I dá início ao segundo período, terminando este com o filho de<br />
D. Manuel I, D. João III. Seguiu-se «a opressão espanhola, e … esqueceu[-se] tudo!<br />
Ao desgosto e sujeição dos Portugueses seguiu-se naturalmente aquele mau gosto, e<br />
aquele sem sabor, que é próprio dos oprimidos». O quarto período tem início com<br />
D. João V e termina com D. Maria I. A questão que se colocada neste seu discurso,<br />
e que permitiu a Loureiro apresentar uma série de afirmações e tirar algumas conclusões,<br />
centra-se na nacionalidade, escola e atribuição de obras de Grão Vasco, e se<br />
não seria essa «escola de pintura lusitana, [...] coerente com a escola de arquitectura»<br />
a que fizera referência no período primeiro e no segundo?». A primeira parte do<br />
discurso é pois dedicada à Identidade de Grão Vasco, enquanto a segunda se ocupou<br />
do estado das artes em Portugal e na análise do seu estado e progresso nos países do<br />
norte, nomeadamente na Alemanha.<br />
Os Periódicos e a Crítica de Arte<br />
Rebelo da Silva e Silva Túlio na Revista<br />
Universal Lisbonense<br />
Rebelo da Silva inicia o seu artigo congratulando-se com o renascimento das artes<br />
em Portugal. Afirmava ainda, que a «Academia das Belas Artes [criara] um presente<br />
[...]» graças ao «talento, e à consciência dos seus ilustres professores [que] venceram<br />
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