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Download do livro em PDF - CHAIA - Universidade de Évora

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leitores, lamenta que não tenha estado presente na exposição, mas não o censura<br />

porque «os motivos que mais concorreram para que este estilo, todo sentimento<br />

e mistério, não aparecesse representado na exposição, talvez sejam os mesmos que<br />

tornam impossível a formação de um tipo novo», e justifica que «o estilo gótico<br />

também não pode já ser seguido como regra geral, nem talvez nunca o deverá ser;<br />

o pensamento donde nasceu só pode e deve ter uma forma – e esta forma – é o<br />

templo». Concluindo que nenhum dos «tipos antigos» poderia ser adoptado só<br />

restava examinar o último recurso – «a formação de um estilo ecléctico», exemplo<br />

já seguido na Alemanha onde «esta questão se debate com todo o profundo estudo<br />

de que essa nação pensadora é capaz: mas com toda a variedade que a opinião<br />

pode suscitar», e onde surgem, no centro da civilização moderna, monumentos de<br />

inspiração bizantina ao mesmo tempo que monumentos da antiga Grécia. Exemplo<br />

da compreensão deste novo eclectismo é o projecto para uma Casa de Campo<br />

apresentada por José da Costa Sequeira. No terceiro artigo dedicado à exposição,<br />

Ribeiro de Sá prende-se com a protecção que se deveria consagrar aos artistas<br />

nacionais caídos na «indiferença». Revelando extrema modernidade, pretende que<br />

se diga dos arquitectos o mesmo que disse M. Schmit dos pintores e escultores no<br />

relatório que apresentou na exposição de 1843: «Au lieu de classer les peintre et<br />

sculpture d´après leur capacité manuelle, il faut les estimer en raison de la pensée<br />

qu´ils expriment». Seguindo o preceito de Pope, de observar o todo e não apenas<br />

os pequenos defeitos que uma obra possa apresentar, tendo por base a impressão<br />

sentimental que esse todo possa exercer sobre o observador, que Ribeiro de Sá faz<br />

a análise desta exposição, ou pelo menos procura fazê-lo, expressando, da seguinte<br />

maneira, o tipo de crítica que exercerá: «Deste nosso procedimento se não deve<br />

concluir que nesta simples apreciação que fazemos não só das produções arquitectónicas,<br />

mas de toda a exposição, haja indulgência ou favor: o que não há nem pode<br />

haver de modo algum, é desejo de transformar alguma inevitável falta, que porventura<br />

possa existir, em defeito indesculpável – é deste modo que desejamos que o<br />

nosso escrito seja julgado.» Também não é da forma como Bédolloerre fez a análise<br />

das produções arquitectónicas enviadas para Roma pelos pensionistas franceses. Bédolloerre,<br />

dividindo a arquitectura em duas partes, um raciocínio outra imaginação,<br />

considerou que «la science a tué l´art». Pelo contrário, Ribeiro de Sá considera que<br />

na exposição portuguesa «ciência e arte reuniram-se [...] e não se guerrearam». É<br />

neste sentido que considera a imprensa, quando se encontra à altura da sua missão e<br />

quando não é reflexo de «paixões más e de pretensões ridículas», um excelente júri<br />

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