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Download do livro em PDF - CHAIA - Universidade de Évora

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[era] inquestionavelmente o mesmo do quadro de igual assunto do nosso insigne<br />

pintor Vieira Portuense, mais ampla a cena, maior o número de figuras, e mais variadas<br />

estas», mas Cerqueira devia ser aplaudido pois soube desenvolver o mesmo<br />

pensamento com habilidade. Quanto ao grupo de barro «Camões coroado pelo<br />

Génio da nação» de Assis Rodrigues, critica as vestes de Camões, mas considera-o<br />

«uma das melhores obras que se preparam para o cinzel dos seus artistas».<br />

O Panorama e Ribeiro de Sá - Exposição de 1843<br />

Os dez extensos artigos dedicados à exposição da Academia das Belas Artes de 1843<br />

subscritos por José Sebastião Ribeiro de Sá são uma excepção quanto à qualidade<br />

e reflexão dos seus conteúdos. Todos os artigos demonstram grande conhecimento<br />

dos factos artísticos e sobretudo uma tentativa salutar de compreensão da produção<br />

artística contemporânea.<br />

O primeiro artigo dedicado à exposição de 1843, mais do que uma relação jornalística<br />

sobre a exposição, revela-se uma análise da situação das belas artes em<br />

Portugal, França e Inglaterra neste período. Referindo-se à nova escola francesa de<br />

Vernet, Ingres, Decamps, Delacroix e Pradier exalta o «vigor do seu pensamento e a<br />

perfeita execução» das suas obras. Ao mencionar estes exemplos, refere que Portugal<br />

«não podia nem devia ficar indiferente a todo este grande movimento intelectual».<br />

O ano de 1836 é considerado por Ribeiro de Sá capital para o desenvolvimento<br />

das belas artes em Portugal, pela fundação da Academia das Belas Artes, cuja prova<br />

mais directa constituía a exposição em análise. No entanto, não deixa de apontar<br />

os inconvenientes do local escolhido para funcionamento da mesma Academia – o<br />

Convento de S. Francisco. No segundo artigo a Arquitectura é considerada a primeira<br />

das artes, a arte das grandes nações, dos grandes reis e dos grandes séculos,<br />

a arte que fala mais alto que a poesia, e tão alto como a história. Faz referências às<br />

obrigações do arquitecto em estudar as relações que o edifício estabelece com a<br />

sociedade contemporânea e as que estabelecerá no futuro. Nesse futuro Ribeiro de<br />

Sá vê, com esperança, o renascimento de uma nova era para a arquitectura. E para<br />

que esta não «morra», propõe: a adopção de «tipos antigos», ou a formação de um<br />

«tipo ecléctico», ou ainda, a criação de um estilo totalmente novo. Refere que todos<br />

estes três recursos se manifestaram na exposição, no entanto, constata a impossibilidade<br />

da escolha do primeiro já que a forma não pode ser independente do pensamento.<br />

Quanto à adopção do estilo gótico, expressão que considera incorrecta, sem<br />

se justificar, mas que usa para que possa ser compreendido pela generalidade dos<br />

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