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Download do livro em PDF - CHAIA - Universidade de Évora

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Génesis que isso vem referido. As águas superiores são as que estão nas nuvens, que<br />

depois se convertem em chuva, com determinadas condições de arrefecimento. As<br />

águas do território, são os rios, mas temos também os lençóis freáticos, as águas de<br />

profundidade que nós não vemos. Porque é que um poço é eficaz neste sítio, e não<br />

naquele? Se apanhou o lençol freático com um determinado nível de inclinação,<br />

das camadas geomorfológicas, pois as águas tendem para o equilíbrio. Isso vem<br />

mapificado na REN, ou seja, na Reserva Ecológica Nacional. Portanto, nós temos,<br />

num diploma administrativo, que vem em Diário de República, o regulamento, a<br />

planta de síntese do desenvolvimento da zona que integra a RAN e os assentamentos<br />

urbanos, ou seja, o sítio onde vive a população em aglomerados. Neste momento,<br />

nós temos trezentos e tantos concelhos em Portugal Continental e todos eles<br />

têm os chamados, PDM’s. Os Planos Directores Municipais foram uma imposição<br />

da Europa, sobre o planeamento, foi uma pressão económica, em relação à realidade<br />

potencial. Estes planos têm um horizonte temporal de dez anos, ao fim de dez<br />

anos, no máximo, têm de ser revistos. Neles há todo um processo de participação,<br />

quer da população, quer de quem é decisor político, a autarquia. A base é a matriz<br />

romana dos concelhos, que ainda continua a ser um alicerce territorial. Estou a<br />

falar disto, porque, na urbe, o tal sítio onde se localizam as pessoas nas suas relações<br />

sociais, existe a cidade dos vivos, e a cidade dos mortos. Como é que se chama a<br />

cidade dos mortos? Necrópole. Temos testemunhos, desde a pré-história, de como<br />

é que os vivos contactam com o outro estado: o estado de decomposição da matéria<br />

orgânica, com conceptualização de eternidade, ou não eternidade. O sentido<br />

de procriação, vem exactamente do desejo de eternidade dos vivos, de tudo o que<br />

é ser vivo, portanto, temos também de governar a relação entre as necrópoles e as<br />

urbes. Não é por acaso que na tradição mediterrânica, normalmente, a necrópole<br />

é fora do aglomerado.<br />

Neste momento, temos muitos planos a serem revistos. No dia 22, vou estar num<br />

workshop relacionado com a revisão do PDM de Lisboa. Vocês aqui em Évora, na<br />

medida em que estão a fazer o curso há quatro anos, já viram algumas transformações<br />

nesta cidade: as ruas que passaram a pedonais, entre outras coisas. Portanto, um<br />

organismo vivo, como uma cidade, como um país, tem um ritmo, mas é um ritmo<br />

diferente do da nossa vida. Isto tem a ver com o governo do Cronos, o que é o<br />

Cronos? Uma figura mitológica, que personifica a noção de tempo. No urbanismo<br />

há a confluência do tempo e do espaço, vivido pelas comunidades, expresso de<br />

acordo com os valores culturais que são implementados por um sentido adminis-<br />

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