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Download do livro em PDF - CHAIA - Universidade de Évora

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S. Francisco, desde a porta do Rossio à do Raimundo e da Piedade à rampa dos<br />

Castelos, e aí plantou amoreiras, em conformidade com ordens da rainha D. Maria<br />

II, que desejava promover o desenvolvimento desta indústria nacional. Em 1838,<br />

o jardim das Amoreiras foi criado no baluarte junto à “Porta do Rossio”. Vinte e<br />

cinco anos mais tarde, dá-se início à sua ampliação e reconversão em equipamento<br />

urbano de embelezamento, higiene e sociabilidade, filiado nos parques e passeios<br />

públicos que iam proliferando nas cidades do país (com destaque para Lisboa) e do<br />

resto da Europa, mas tendo especialmente os de Paris como modelo distante.<br />

A autoria do jardim público pertenceu, mais uma vez, ao italiano Giuseppe Cinatti.<br />

O seu projecto inovava no aproveitamento que fazia das estruturas antigas e<br />

monumentos aí existentes, como o torreão da muralha que se tornou na base das<br />

ruínas fingidas criadas por Cinatti e a Galeria das Damas que ficou integrada no<br />

interior do jardim. Ainda em conformidade com o decreto de 1864, a Galeria das<br />

Damas foi adaptada a museu de produtos naturais e industriais (Exposição Distrital<br />

Permanente), embora tenha funcionado sobretudo como Teatro Eborense, onde<br />

decorreram as primeiras sessões cinematográficas em Évora. Esta adaptação, decorrida<br />

de 1884 a 1887, ficou a cargo de Adriano da Silva Monteiro e consistiu no<br />

levantamento da cota do edifício para mais um nível por meio de uma estrutura<br />

em ferro fundido, com amplos janelões de arco abatido, de vãos preenchidos com<br />

grelhas de metal recortado e vidro 4 .<br />

Fronteira a uma das entradas laterais do jardim público, no outro extremo do baluarte<br />

do Príncipe, por de trás do convento de S. Francisco, no lugar de uma antiga<br />

casa dos séculos XV e XVI, foi levantada outra das obras com que Cinatti marcou<br />

a Évora Oitocentista, o palacete José Maria Perdigão ou, como foi designado após<br />

a morte deste abastado lavrador, palácio Barahona (apelido de Francisco Barahona<br />

Fragoso, o responsável pela conclusão da construção enquanto segundo marido de<br />

Inácia Angélica Fernandes, viúva de José Maria Perdigão). De resto, terá sido para<br />

levantar este palacete que o arquitecto italiano chegou a Évora em 1858. Desenhado<br />

segundo o revivalismo dos valores classicizantes da arquitectura renascentista italiana,<br />

com decorações interiores pintadas por António Carneiro, o palácio Barahona<br />

veio antecipar e depois sublinhar a relevância que o eixo sul da cidade adquiriu<br />

4 Na madrugada de 8 de Março de 1916, deflagrou um violento incêndio que destruiu a totalidade das estruturas<br />

metálicas erigidas por Adriano Monteiro. O palácio de D. Manuel permaneceu em ruínas até 1943, ano em que a Direcção<br />

Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais deu início à sua reconstrução tal como hoje se nos apresenta.<br />

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